Quando se fala em customização e personalização automotiva, a linha entre o “diferente” ou “ousado” e o “ridículo” é bastante tênue. De qualquer forma, sempre que uma nova forma de transformar o visual do seu carro aparece e se espalha, há quem ache a nova melhor ideia do mundo e quem não curta nem um pouco. Parece que agora é a vez da pintura eletroluminescente passar por esta situação. E aí, hot or not?
O fato é que não é de hoje que existem opções bem mais variadas para a carroceria do seu carro do que uma cor sólida, metálica ou perolizada. Envelopamentos permitem que se troque a cor de um carro todo em um processo bem mais barato e rápido que a pintura, é bastante durável, e ainda permite que se adote texturas que a tinta não conseguiria reproduzir. Lembra daquela Ferrari 599 envelopada com textura de veludo no Reino Unido?
Ou dos envelopamentos cromados ou espelhados, como o deste Mercedes-Benz CLK azul — que também tem um ronco tão forte que reverbera nos prédios?
Não podemos esquecer dos decalques do tipo waterprint: você só precisa de água para fixar virtualmente qualquer padrão em uma superfície lisa como uma roda ou a carroceria de um automóvel.
Os primeiros envelopamentos automotivos completos surgiram em meados na década de 1990, quando uma companhia britânica desenvolveu um método para cobrir um carro todo com vinil adesivo. A encomenda era de uma companhia de táxis alemã que queria uma maneira mais fácil, rápida e barata de conseguir carros na cor bege (todo táxi alemão deveria ser bege na época) — e, o mais importante: removível, para que os táxis pudessem voltar a exibir sua cor original, facilitando a revenda.
Não demorou para que a companhia que desenvolveu o método de envelopamento, a KPMF, tivesse a ideia de usar o envelopamento para fazer propaganda, cobrindo os clássicos táxis pretos britânicos com anúncios adesivos e exaltando que, ao fim da campanha, era só remover o vinil para revelar a pintura preta totalmente protegida.
Mas estamos nos desviando do ponto — queremos dizer que há muito tempo você não precisa escolher apenas entre cores metálicas e sólidas, e agora você (ou qualquer um que se interesse e tenha como pagar, claro) pode ter um carro com pintura eletroluminescente. Ao menos é o que diz a Darkside Scientific que, além de ter um nome quase gótico, criou a LumiLor — uma pintura que, “uma vez aplicada, transforma qualquer objeto em uma lâmpada.”
O segredo está na eletroluminescência. Materiais com esta propriedade emitem fótons (partículas de luz) em resposta a uma corrente elétrica alternada. Desta forma, ao sofrer uma leve descarga elétrica, a tinta emite uma luz intensa.
Na verdade, “tinta” não é o termo correto — a LumiLor está mais para um verniz que pode ser aplicado sobre a pintura original do carro em uma camada de até 0,1 mm de espessura. A cor da luz emitida pode ser branca, azul, verde ou laranja e também são oferecidas cores customizadas, como uma sugestivamente batizada de “LumiGreen Radioactive”.
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O Tesla Model S foi o modelo escolhido pela companhia para demonstrar as aplicações automotivas da LumiLor — nada mais apropriado do que um carro elétrico para demonstrar uma tinta elétrica, não é mesmo? A Darkside diz que o segredo está no fato de a LumiLor poder ser aplicada usando os mesmos materiais de uma tinta convencional, pois é flexível e tem um poder de fixação muito forte — antes, paineis eletroluminescentes precisavam ser retos.
Acontece que a gente já imaginou esta tecnologia sendo usada para fins ainda mais legais. Imagine um protótipo Le Mans que incorpore a LumiLor a sua pintura de corrida, ou um muscle car com faixas iluminadas que aparecem ou desaparecem ao toque de um botão — e você não precisa se preocupar, porque a LumiLor é invisível quando não está ligada a uma corrente elétrica.
Talvez a palavra “xuning” tenha pipocado algumas vezes na sua mente enquanto lia este texto, mas nós conseguimos enxergar a LumiLor com um olhar bem mais tolerante do que, por exemplo, aqueles carros com luzes neón no assoalho… ou não. Também é impossível não lembrar de Tron:
O que você acha?