Tem alguém aí que seja absurdamente rico e fanático por Lamborghini? Se sim, nas próximas semanas este cara terá a oportunidade de comprar dois dos carros mais raros da marca italiana. E não estamos falando de um clássico raríssimo, mas de dois superesportivos modernos, de série limitadíssima: o Reventón e o Sesto Elemento. Ambos tiveram apenas 20 unidades produzidas e já foram os Lamborghini mais caros do mundo, cada um a seu tempo. Qual é o tamanho da sua garagem?
Vamos seguir a ordem cronológica das coisas e falar primeiro do Reventón. Se sua carroceria de fibra de carbono faz com que ele pareça uma mistura de Murciélago com Aventador, não é por acaso: feito com base no primeiro, o Reventón serviu como base para o estilo do segundo.
O Reventón foi apresentado no Salão de Frankfurt em 2007, e a Lamborghini anunciou que fabricaria 20 exemplares para venda e mais um (o nº 00/20) para ficar exposto no museu da marca.
Como já dissemos neste post, Reventón era o nome de um famoso touro que, em 1943, matou o toureiro mexicano Felix Guzmán durante uma tourada. Em espanhol, Reventón pode ser usado como substantivo ou adjetivo. No primeiro caso, significa “uma pequena explosão”, o que chamamos em português de “estouro”. No segundo, pode ser aplicado a diferentes palavras com significados distintos. Ao falar de um touro reventón, você quer dizer que ele está a beira de uma explosão de fúria. Ao falar de uma flor reventona, dizemos que ela está no auge de sua beleza. Uma boca reventona, por exemplo, é uma boca com lábios bonitos e carnudos.
Mas, em meio à beleza poética do nome, o Reventón traz uma inspiração bem mais radical — aviões militares. A influência dos caças está nas formas angulares da carroceira, na cor cinza opaco, no interior com Alcantara verde e na tipografia da plaqueta de identificação de cada um dos exemplares (no caso deste carro, 07/20).
Mecanicamente, o Reventón é um Murciélago LP640, o que significa que ele tem um V12 de 6,5 litros e 670 cv a 8.000 rpm e 67,3 mkgf de torque a 6.000 rpm, acoplado a uma caixa automática de seis marchas. É o bastante para chegar aos 100 km/h em 3,3 segundos, com máxima de 355 km/h. O calor produzido pelo conjunto mecânico é tão grande que as lanternas traseiras precisaram receber tratamento à prova de fogo.
No interior do Reventón, boa parte das formas do Murciélago se faz presente. A maior diferença é o quadro de instrumentos, que é feito sobre um bloco sólido de alumínio e equipado com três telas de TFT. Os mostradores também são inspirados nos aviões de caça, e há um display especial que mostra a atuação das forças G laterais e longitudinais atuando sobre o carro em acelerações, curvas e frenagens.
Dos 20 Reventón fabricados em 2008, dez foram enviados aos EUA, um para o Canadá, sete para a Europa e um para a Ásia. Quando novo, custava US$ 2 milhões (ou cerca de R$ 6,3 milhões). O exemplar nº 7 é o que será leiloado em agosto pela RM Auctions. Ele tem apenas 1.393 km marcados no hodômetro e ainda não há estimativa de preço.
O Reventón foi o Lamborghini mais caro do mundo até a chegada do Sesto Elemento, apresentado no Salão de Paris de 2010. Baseado no Gallardo, o Sesto Elemento deveria ser apenas uma demonstração do que é possível fazer com uma montanha de fibra de carbono e sem medo de ousar no design. No fim das contas, em 2011 a Lamborghini anunciou a produção limitada de 20 unidades, ao preço de US$ 2,2 milhões (cerca de R$ 7 milhões).
Ao trocar todos os painéis do Gallardo por peças de fibra de carbono, e reformular todo o interior usando o mesmo material (incluindo os bancos, que são basicamente conchas de fibra de carbono acolchoadas), a Lamborghini conseguiu reduzir o peso do carro para apenas 999 kg — o carro mais leve já produzido pela fábrica. Com um V10 de 5,2 litros, 570 cv e 55 mkgf de torque, acoplado a uma caixa automática de seis marchas com borboletas atrás do volante, o Sesto Elemento consegue chegar aos 100 km/h em 2,5 segundos.
Anunciado no fórum 6SpeedOnline, o Sesto Elemento à venda é praticamente novo: o hodômetro marca 19 km, mas esta é considerada a quilometragem “de entrega”. Como o carro não pode ser usado em vias públicas, ele é considerado realmente zero-quilômetro.
O preço é o que mais impressiona: desde que foi vendido pela primeira vez, o Sesto Elemento só valorizou — agora, seu dono pede US$ 3,3 milhões, ou cerca de R$ 10 milhões.
Então, se você é um fanático por Lamborghini e ganha tanto dinheiro que não sabe o que fazer com ele, acabamos de arranjar a solução para este problema terrível.