Portugal não é um país que as pessoas lembram quando se fala de automobilismo, apesar de sediar há quase 40 anos uma das etapas do Mundial de Rali e ter um público fanático pelo esporte motor. É por isso que você talvez nunca tenha ouvido falar da Rampa da Falperra, uma subida de montanha realizada na cidade de Braga desde 1927, e que é considerada a prova mais popular do automobilismo português.
Apesar de ter sido disputada entre 1927 e 1960, foi só a partir de 1976, quando passou a ser organizada pelo Automóvel Clube do Minho, que ela se tornou anual. Desde então, todo mês de maio, centenas de pilotos e milhares de pessoas sobem os Montes da Falperra para participar e acompanhar a prova.
O traçado é um pouco diferente dos que estamos acostumados a ver em subidas de montanha pois tem vários trechos de alta e até um retão onde vários carros chegam à velocidade máxima. São 5.200 metros de extensão e uma variação altimétrica de 262 metros entre o ponto de partida e a linha de chegada.
Desde 2010 a Rampa da Falperra faz parte do calendário do Campeonato Europeu de Subida de Montanha da FIA, e como toda subida de montanha europeia, a lista de participantes inclui todos os tipos de carros — modelos de rua com preparação leve como o antigo Citroën AX e o Fiat Punto, esportivos clássicos como o Lola T70 e o Lotus Cortina e até esporte-protótipos e monopostos como o Osella FA30 e o Reynard K13. Alguns malucos chegam a correr com furgões Ford Transit, como você vai ver neste vídeo da edição de 2011:
Apesar de reunir um público de quase 200.000 espectadores ao longo do fim de semana e mais de 150 competidores, a Rampa da Falperra é constantemente ameaçada pela omissão das autoridades locais, que parecem não ter interesse em explorar comercial e turisticamente um evento desse porte. A prova já foi suspensa entre 2002 e 2009 devido à falta de atualizações de segurança no trecho da subida e quase não foi realizada em 2013 pelo mesmo motivo. Por sorte, os moradores da região e os fãs de automobilismo organizaram manifestações e abaixo-assinados e convenceram as autoridades a realizar as obras necessárias. Atualmente, o recorde da subida é do italiano Simone Faggioli, que cobriu os 5,2 km com seu Osela FA30 em 1:51.365.
[ Sugestão do post: Lucian Woytovicz ]