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Ford Ranger híbrida feita na Argentina

Você sabia que James Duncan “Jim” Farley Jr, o primo menos engraçado de Chris Farley e CEO da Ford desde 2020, é argentino? Essa realmente confesso ser a maior surpresa de hoje para mim. Mas sim: o pai de Farley trabalhava em um banco na capital Buenos Aires em 1962, quando seu filho Jim Júnior, nasceu. Aparentemente, seu trabalho fez a família mudar muito, e o pequeno Jim morou também no Brasil e no Canadá, até a família voltar para os EUA.

Por isso essa foto do executivo com a camisa da seleção argentina do lado de uma Ranger. Bem, não exatamente: a foto é parte do anúncio de um novo investimento de US$ 170 milhões na planta de Pacheco, na província de Buenos Aires, para viabilizar a produção da Ranger PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle). O modelo, que será a primeira picape híbrida plug-in fabricada na Argentina, tem lançamento previsto para 2027 e será oferecido apenas na configuração de cabine dupla.

O anúncio foi feito por Jim Farley, acompanhado de Martín Galdeano, presidente da Ford América do Sul. Com esse novo aporte, o projeto da Ranger na Argentina já soma US$ 870 milhões em investimentos, considerando os US$ 580 milhões aplicados no desenvolvimento da nova geração da picape, US$ 80 milhões na nova fábrica de motores, US$ 40 milhões na versão de cabine simples e, agora, os US$ 170 milhões para as variantes PHEV e a gasolina.

Produzida atualmente na África do Sul, a Ford Ranger PHEV já é vendida em mercados da Ásia e da Europa. Não se sabe se será exatamente o mesmo modelo que vem para a América Latina; mas é justo supor que a receberemos também no Brasil.

Na África do Sul usa como base o motor 2.3 EcoBoost turbo a gasolina, em conjunto com motor elétrico de 100 cv e baterias de 11,8 kWh, para potência combinada de 281 cv e torque de 70,4 mkgf. Pode rodar até 43 km em modo só elétrico.

Mas o mais legal dela, mesmo, é o sistema Pro Power Onboard, que transforma a picape em gerador elétrico portátil: de ferramentas de trabalho a geladeiras de cerveja, uma miríade de utilizações disso existem. O sistema não é novidade, claro, existe em vários veículos elétricos e híbridos, mas é sempre útil. Uma eletrificação que finalmente faz sentido. (MAO)
Garagem Volkswagen emite número recorde de certificados de originalidade

A Volkswagen do Brasil vem mostrando, nos últimos anos, um cuidado inédito com a própria história — e, por consequência, com a do automóvel brasileiro. O Certificado de Veículo Clássico, criado pela marca para atestar as especificações originais de carros com mais de 20 anos, é uma dessas iniciativas que ajudam a colocar o antigomobilismo nacional em outro patamar. Pode parecer apenas um documento, mas, na prática, se torna uma certidão de nascimento oficial, que comprova como o carro saiu da linha de produção e dá lastro histórico a um mercado que sempre viveu de paixão — e, muitas vezes, de informações incertas.
Depois de dois anos desde o início da emissão dos documentos, a Volkswagen a atingir uma marca inédita. No último dia 25 de outubro, durante a etapa final do Campeonato Paulista de Rally Clássico, a marca emitiu 35 Certificados de Veículos Clássicos em um único dia — o maior número desde que o programa foi criado.
O evento, que teve largada no Gear Head Club e chegada na Garagem Volkswagen, em São Bernardo do Campo, reuniu 121 carros, o maior grid do ano. E em uma atitude rara no ambiente corporativo, sempre tão preocupado com coisas e menos preocupado com gente, a Volkswagen abriu as portas para receber clássicos e esportivos de todas as fabricantes.
Cada um dos certificados representa uma pequena peça da história do carro brasileiro, recuperada a partir dos arquivos originais da empresa — um acervo de 6,5 milhões de registros, preservados em microfilmes e digitalizados.

Em um país onde o foco da indústria sempre foi olhar para frente, e onde fabricantes até tentaram ocultar o passado, ver uma grande fabricante investir tempo e recurso para reconhecer a própria trajetória — e a dos apaixonados por ela — é um gesto raro e simbólico. A Volkswagen do Brasil está, enfim, tratando sua história com o mesmo respeito que os entusiastas sempre tiveram por ela. (Leo Contesini)
O preço do Fiat Pulse Abarth Stranger Things

O Fiat Pulse Abarth é um dos melhores carros a venda hoje, para a gente que gosta de estabilidade e potência em nossos carros de uso. Sim: é mais alto do que deveria, mas tem estabilidade exemplar mesmo assim. Sim, é automático, o que reduz um pouco a ideia de “esportivo”, mas compensa com nada menos 185 cv e 27,5 mkgf, números que fazem muito motor de 3 litros (ou até 4.1 litros) morrer de inveja.

Sim, tem decoração infantil, um botão “Poison” no volante que infelizmente não evoca automaticamente a música de Alice Cooper, e todos os driver-aids chatos modernos. Bem, não dá para ganhar em tudo: ainda assim é um carro interessante. E um que faz 0 a 100 km/h em 7,6 segundos e chega a 215 km/h de máxima.



Mas a tal “decoração infantil” foi turbo-comprimida e exacerbada recentemente, provando que engenheiros de meia-idade com marcapasso não sabem nada dos gostos atuais dos compradores de automóvel. É o Pulse Abarth Stranger Things, série especial baseado no popular seriado da Netflix.

É uma edição especial e numerada de 511 unidades, criada para celebrar a parceria com a 5ª e última temporada da série Stranger Things, da Netflix. Basicamente, faixas laterais “que simulam as garras do Demogorgon”, além de retrovisores e skidplate com acabamento vermelho ou preto, conforme a cor da carroceria. Há ainda serigrafias exclusivas nos vidros e placa de identificação da série no motor. No interior, o modelo traz acabamento em vinil com costura preta, bancos com bordado “Stranger Things” e a indefectível placa numerada que diz qual dos 511 carros é o seu.

O que é um Demagorgon? Aparentemente, o monstro-vilão sobrenatural do seriado, que me dizem contar também com um tal de “mundo invertido”. O que, para engenheiros de meia-idade com marcapasso, parece ser o mundo onde gente compra séries especiais assim. Mas qual o motivo de voltarmos ao assunto? Faltava o preço da decoração demagorgônica. Não é caro: dois mil reais a mais que o carro sem as “garras do Demagorgon”. O Fiat Pulse Abarth Stranger Things custa R$ 159.990. (MAO)
Mazda MX-5 de 200 cv tem procura 47 vezes maior que a oferta

Prever quanto vai vender um carro é impossível; os chutes da indústria podem acertar aproximadamente as vezes, mas de vez em quando aparece algo que mostra como prever futuro não é coisa possível para o ser humano.
Quando a Mazda abriu as inscrições para encomendas de sua série especial do Miata, a MX-5 Spirit Racing Roadster 12R, no início deste ano, a empresa planejava fabricar apenas 200 unidades. Pois é: mais de 9.500 pessoas se inscreveram para ter a chance de comprar um.

O que é um MX-5 Spirit Racing Roadster 12R? Este é o modelo de estreia da Mazda Spirit Racing, a nova divisão de desempenho da marca, que assume o lugar da antiga MazdaSpeed. Vendida apenas no Japão, foi apresentada pela primeira vez em 2024.

Duas versões diferentes do MX-5 Spirit Racing foram lançadas, um modelo básico e o mais focado 12R. Ambos compartilham o mesmo motor de quatro cilindros aspirado de 2.0 litros, mas com diferentes estados de preparação: carro base vem com os mesmos 184 cv do Miata normal, enquanto o 12R recebe modificação na admissão e escape e comando mais bravo, para 200 cv. Sim: um Miata original de fábrica, aspirado, e com 200 cv. Lembre-se que pesa em torno de apenas 1100 kg.

A única transmissão oferecida para ambos os modelos é uma caixa de câmbio manual de seis marchas. Ambos vêm com acerto mais focado de suspensão, e são equipados com amortecedores Bilstein especialmente ajustados para ele. Coisa fina; dá para entender o entusiasmo dos compradores.

O MX-5 Spirit Racing custa a partir de 5.265.700 ienes (cerca de R$ 185 mil) e terá produção limitada a 2.200 unidades; o Roadster 12R, limitado a apenas 200 unidades para o mercado japonês, é bem mais caro: custa a partir de 7.612.000 ienes (aproximadamente R$ 265 mil).

Mas a notícia de hoje é que, aparentemente, a Mazda deve produzir mais deles, em vista do sucesso. Parece que há espaço para versões mais radicais em desempenho do pequeno roadster, e as pessoas estão dispostas a pagar caro por elas. Como e quando isso vai acontecer, ainda não sabemos, mas não será a última vez que vamos ouvir falar do Miata de dois litros aspirado e 200 cv. (MAO)
Nissan patrol de 1000 cv para o SEMA

O Jipão Nissan Patrol é um sucesso como carro superpotente? Por estranho que isso pareça, em lugares como Dubai, é uma mania até comum, a de transformar esses carros em monstros com mais de 1000 cv, via turbos gigantes e muita preparação.

Agora, Chris Forsberg, tricampeão da Formula Drift e patrocinado pela Nissan, criou um Nissan Patrol personalizado para ser mostrado pela empresa japonesa no SEMA Show. O projeto de Forsberg começa com um Patrol de quarta geração, combina-o com o motor de um exemplar de quinta geração e, a partir daí, a personalização vai muito além do convencional.


O Racing Patrol de Forsberg é impulsionado então pelo motor da família “TB” de seis em linha grandes da Nissan, aqui com 4,8 litros. Originalmente dava 250 cv, mas agora, turbinado (um enorme Garrett G42-1200) até a um milímetro do término de sua vida, dá exatos 1000 cv.

As rodas são aros Nismo personalizados de 17 polegadas, calçados com pneus Yokohama Geolandars de 35 polegadas. A Nismo descreve a suspensão como uma configuração personalizada e “inspirada no off-road”; eles mencionam reservatórios remotos, mas não fornecem muitos outros detalhes. O carro, que é na verdade um furgão duas portas, parece pronto para o Rali Paris-Dakar de 1985, até com livery de patrocinador. Genial.

Um velho SUV quadradão modernizado e com mais de 1000 cv é algo que não falha em deixar todo entusiasta interessado. Pode parecer uma loucura, e é uma loucura; mas uma loucura que a gente pode entender perfeitamente. (MAO)


