Rod Stewart é, sem dúvida, uma das lendas da música mundial – desde a década de 1960, quando juntou-se ao grupo de Jeff Beck (criativamente batizado The Jeff Beck Group) e, em seguida, ao Faces, e a partir dos anos 1970 em sua carreira solo, que já dura cinco décadas.
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Mas o músico britânico – que desde 2016 ostenta o título de sir, concedido pela Coroa Britânica por suas contribuições à arte e suas ações de caridade – tem outra paixão, que nem todo mundo conhece: ele é fanático por trens e ferrovias em miniatura. Fanático mesmo, a ponto de ter passado os últimos 23 anos de sua vida construindo um diorama gigantesco e absurdamente detalhado, inspirado nas cidades de Nova York e Chicago por volta de 1945. Detalhe: ele fez tudo enquanto estava em turnê.
Geralmente os rockstars das antigas surpreendem as pessoas com revelações bombásticas sobre seu passado e seus hábitos obscuros. Assim, o “segredo” de Rod Stewart é um sopro de ar fresco – é bacana pensar que o intérprete de “Young Turks”, “Maggie May” e “Da Ya Think I’m Sexy” dedica seu tempo livre a um hobby tão entusiasta e específico. Ainda mais porque, nos últimos anos, as notícias sobre Rod diziam respeito a seus problemas com drogas na virada da década de 1980; e sobre seu câncer na próstata que foi diagnosticado em 2017 – e, em setembro de 2019, foi totalmente eliminado.
Stewart falou tudo a respeito de sua ferrovia em miniatura em uma publicação britânica chamada Railway Modeller, e também em um programa na rádio BBC2. “Às vezes as pessoas dão risada, dizem que é um hobby bobo, mas a verdade é que é um hobby maravilhoso”, disse Rod. Deve ser mesmo pois, no período que passou dedicando-se ao diorama, o cantor lançou 13 álbuns de estúdio, saiu em 19 turnês, e ainda assim encontrou tempo para sua distração.
Segundo Stewart, 90% de todo o trabalho foi feito por ele próprio. Os 10% restantes, diz ele, provavelmente dizem respeito à fiação – ele diz que pediu para que outra pessoa lidasse com esta parte porque “não é muito bom com eletricidade”. Rod Stewart é um homem extremamente talentoso, isto é óbvio – mas este outro talento impressionante com maquetes era desconhecido pelo resto do mundo. Exceto entre os aficionados.
O nível de detalhes é quase assustador. O diorama de 40 m², batizado “Grand Street and Three Rivers City”, tem uma zona rural, com casas e galpões, e uma área metropolitana, com pontes e arranha-céus. Todas as construções são diferentes entre si, e apresentam diferentes níveis de desgaste. Há fábricas, pontes, casas e outros tipos de construções, assim como ruas asfaltadas e de chão batido, e abundância de vegetação, como grama, arbustos e árvores.
Além, é claro, de centenas de carros e caminhões em miniatura, todos compatíveis com a década de 1940. As ruas de asfalto têm sujeira e rachaduras, as latas de lixo têm… lixo, e há barcos na água, túneis nas montanhas e propagandas nos outdoors. Só faltam as pessoas em miniatura para aproveitar tudo.
As fotos – as primeiras que foram divulgadas em 23 anos de trabalho – parecem, à primeira vista, de cidades reais. E tudo isto no sótão de sua casa em Los Angeles.
O cantor conta que, por muitas vezes, encomendou figuras e materiais com antecedência para que fossem entregues em seu quarto de hotel quando estava em turnê – e sempre fazia questão de reservar o quarto mais espaçoso para conseguir trabalhar. Os funcionários dos hotéis chegavam a preparar o quarto com antecedência, retirando as camas e levando ventiladores para tornar o local mais arejado e agradável. Lembra quando os astros do rock faziam festas, detonavam os quartos e arremessavam TVs pela janela? Pois é: para Rod Stewart, este tipo de coisa definitivamente faz parte de um passado distante.
Rod diz que sua parte favorita foi montar a cidade – mais do que operar as locomotivas. “Quando eu faço alguma coisa, dou 110%. É viciante. Eu comecei, então tinha que terminar”, ele falou. “Por sorte eu tinha espaço! Mas, se tivesse percebido logo de cara que demoraria tanto, provavelmente eu teria desistido.”