FlatOut!
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Mercado e Indústria

Sabe qual esportivo compacto cobra menos por pouco peso e mais potência?

Talvez este seja um dos episódios mais aguardados pelos petrolheads que acompanham nossa série que relaciona o preço, o peso e a potência dos modelos à venda no Brasil para descobrir quais deles oferecem o melhor equilíbrio entre estes fatores. Em outras palavras, quem cobra menos por mais potência e menos peso. E o segmento de mercado de hoje é o que resolvemos chamar de esportivos compactos. A chegada do Sandero RS inclusive nos motivou a refazer o comparativo, incluindo o novato na lista. E aí, como você acha que ele se sai por aqui?

Estes modelos têm entre-eixos menor do que 2,60 m (com exceção do Peugeot RCZ, que tem 1 cm a mais), custam entre R$ 60 mil e R$ 160 mil e têm desempenho acima da média. Muitos talvez não pudessem ser enquadrados como esportivos legítimos, como o A1 Attraction, mas ele é um hatchback de duas portas com 122 cv e preço de R$ 96.190. Seria injusto incluí-lo entre os compactos, pelo preço, e também entre compactos premium, que, como já dissemos, de premium só tem o nome, bolado para acabar com o limbo classificatório em que modelos entre 2,50 m e 2,60 m de entre-eixos acabaram ficando.

Já falamos de sedãs médios, SUVs compactos, hatchbacks médios, compactos premium, dos carros com a melhor relação entre peso, potência e preço no geral e também das picapes médias.

A ideia, para quem não acompanha a série desde o princípio, é mostrar os modelos que cobram menos por carrocerias mais leves e motores mais potentes. Com o tempo, talvez criemos também uma levando em conta o torque, o 0 a 100 km/h e vários outros dados, mas, no momento, vamos focar apenas nestes três elementos. Foi o critério que adotamos para todos os modelos à venda no Brasil.

Vale repassar o raciocínio por trás do levantamento, que durou uma semana inteira para ser tabulado. E que nunca termina: sempre tem alguém que aumenta ou até diminui preços. Só a Fiat, desde o levantamento, reajustou sua tabela neste segmento. E não foi pouco: o Fiat Punto T-JET pulou de R$ 67.010 para R$ 68.150, subida relativamente insignificante quando confrontada com o que aconteceu com o preço do 500 Abarth: de R$ 81.710, foi para R$ 94 mil.

Voltando ao levantamento, ele chegou aos 471 modelos e versões que mencionamos no início. São os mais leves e mais baratos de cada carro à venda no Brasil, com cada um dos motores e das carrocerias que eles oferecem. Com os dados de peso, potência e preço de cada um.

Consultamos engenheiros, economistas e contadores atrás da melhor fórmula que juntasse preço, potência e peso e a que eles nos sugeriram foi potência/peso/preço, ou, mais tecnicamente, (potência/peso)/preço. Eis a calculadora que criamos para esta conta:

Imaginamos como exemplo um carro de 200 cv, 1.500 kg e R$ 90.000. O resultado da divisão da potência pelo peso e disso pelo preço dá 14,81 x 10e-7, ou 0,000001481, mas preferimos a forma reduzida. Quanto maior é o número, melhor é o equilíbrio do carro entre os três fatores.

Experimente mudar a potência para 500 cv. Vai dar 37,04 (x 10e-7…). Ótimo! Experimente, agora, diminuir o peso para 900 kg. O resultado será 24,69, se os demais valores continuarem os iniciais. Por fim, diminua o preço para R$ 50.000. O índice pula para 26,67. Percebeu? Pode brincar à vontade com a calculadora acima. Inclusive para ver como se saem os carros que você anda considerando comprar.

Infelizmente o Brasil não tem muitos modelos compactos e esportivos. Os que existem não são nada acessíveis (como quase todos os carros não são, por aqui), o que os torna ainda mais raros de ver. Lembre-se de que isso não é um guia de compra… É apenas a medição de quais destes modelos cobram menos por mais potência e menos peso. Nessa lista, a menor que fizemos até aqui, só conseguimos reunir 12 concorrentes. E os dez melhores, segundo os critérios desta série, foram os seguintes:

 

10º – Mini Cooper 4 portas (10,52)

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Um cara que não impressiona pela potência é o Mini Cooper. Apesar do nome mítico, ele tem apenas 136 cv, número que só não perde para o do A1 Attraction. Ganhou do 11º lugar, o Audi A1 Attraction, por pentelhonésimos, como se pode notar por suas notas, culpa do peso que as portas traseiras adicionaram a sua conta. O preço, de R$ 105.950, também não ajuda.

 

9º – Mini Cooper 2 portas (11,73)

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Tire das costas do Mini Cooper 60 kg, referentes às portas de trás, e a nota melhora sensivelmente. Mas não apenas por conta do peso: o preço também tem um alívio de R$ 6.000. É dinheiro, e é o que explica a pontuação deste hatch com motor 1.5 de três cilindros.

 

8º – Mini Cooper S 4 portas (12,10)

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Chegamos à primeira potência de encher os olhos nessa categoria. 192 cv, para um carro de 1.295 kg, é algo digno de muitos elogios. O preço, de R$ 122.500, é que complica, por mais que o Cooper S tenha a segunda melhor relação peso/potência desta lista. Se custasse menos, bem menos, teria conseguido pelo menos o sétimo lugar.

 

7º – A1 Sportback Ambition (13,01)

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Um motorzinho 1.4 rendendo 185 cv é um negócio espetacular. Pena que o carrinho pesa 1.290 kg e custa R$ 110.190. É muito menos do que a Mini cobra por seu modelo de quatro portas. Em todo caso, o grande vilão do A1 parece ser mesmo o peso. Se fosse mais leve, o modelo teria se saído melhor.

 

6º – Mini Cooper S 2 portas (14,96)

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De novo as duas portas a menos fazem maravilhas pelo Mini Cooper. A melhor relação peso/potência desta categoria encara um preço que, considerando o que o carro oferece e o que os concorrentes cobram, não parece nada exagerado. São R$ 103.950 que o cão cobra para chupar manga. O azar dele é que tem gente que cobra menos. E que pesa menos.

 

5º – Fiat 500 Abarth (15,26)

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Se a Fiat não tivesse subido tanto a tabela do Abarth, em quase R$ 13 mil, provavelmente pressionada pelo câmbio desfavorável (do real com relação ao dólar, vale frisar), a formiga atômica teria arrebentado a boca do balão. Apesar de sua posição de dirigir alta, ele tinha potencial para chegar pelo menos em terceiro lugar.

 

4º – Citroën DS3 (16,13)

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Ele é mais pesado e tem 2 cv a menos do que o 500 Abarth, mas custa R$ 11 mil e uns quebrados a menos. E, se a ideia é divertir cobrando menos, o DS3 com certeza cumpre a missão. Se ele já viesse equipado com o motor 1.6 THP Flex, poderia ter tirado a vantagem dos modelos que ficaram à sua frente. Mas ele tem tempo para isso…

 

3º – Suzuki Swift Sport (17,43)

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Quase ninguém se lembra dele quando falamos de modelos esportivos, mas o Suzuki Swift Sport merece sua atenção se o foco for um carro pequeno, esportivo e divertido. Ele cobra R$ 76.490 e não vem com turbo. Ainda assim, seu peso, de apenas 1.065 kg, é o mais baixo da categoria. O que explica a diversão que ele é capaz de proporcionar a bom preço. Pelo menos até o fim dos estoques atuais, provavelmente ainda de uma época com dólar mais barato.

 

2º – Fiat Punto T-JET (17,66)

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Note que a diferença de pontuação do Punto para o Swift é pequena. E isso acontece porque ele não é tão mais barato do que o modelo japonês, nem tão mais potente (só 10 cv, apesar do turbo), mas é quase 200 kg mais pesado. Se fizesse um regime, ganhasse um motor mais potente, como o do Abarth, e custasse um pouquinho menos, poderia ter se arriscado a ganhar. Se algum dia a Fiat resolver mexer no peso e na potência, tomara que também dê ao carro um câmbio de seis marchas, como o que equipa o Bravo. Tecnicamente é complicado? Quando quer, a Fiat dá seus jeitos, pode apostar. Ninguém é melhor do que ela em se adaptar. Pelo menos até hoje.

 

1º – Renault Sandero RS (21,94)

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Como muita gente desconfiava, o Sandero RS tornaria a vida dos concorrentes muito complicada assim que fosse lançado. Vendido a R$ 58.880, ele foi muito além disso: abriu uma margem de mais de quatro pontos sobre o segundo colocado. Numa corrida, seria uma volta e meia de vantagem, fácil. Aqui, é uma vitória incontestável do novo competidor, cuja avaliação você pode ler aqui em todos os seus saborosos detalhes. Não só pelo preço, mas também pelo peso relativamente baixo (o terceiro menor desta lista). E se o Sandero RS fosse turbo, como o Punto? Como se vê, nem foi preciso ir tão longe.

 

Para ver a posição de todos os esportivos compactos que entraram nesse ranking (as versões mais leves e mais baratas para cada motor oferecido na linha), confira a tabela abaixo: