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Salada alemã: o Porsche 911 991 tem nada menos que 23 versões diferentes – e pode ter ainda mais!

Se você tem mais de 30 anos, ou não é muito ligado no Porsche 911, certamente sabe a diferença entre as versões Carrera, Targa e Turbo. A primeira não tem a asa traseira, a segunda tem o teto aberto e a terceira tem a asa traseira e teto fechado. Isso seria verdade há 25 ou 30 anos.

Hoje a Porsche é a fabricante mais lucrativa do planeta, uma espécie de Apple sobre rodas. Mas diferentemente da criação de Jobs e Woz, a Porsche não conseguiu isso enxugando sua linha de produtos, e sim desdobrando-a em dezenas de versões diferentes — sem contar os vários pacotes de opcionais que podem até mesmo dobrar o preço de entrada do seu 911.

Foi assim que a fabricante chegou a impressionantes 21 versões de um mesmo carro, o próprio 911. Mais impressionante é que este não é o recorde: a geração anterior, a 997, chegou aos 23 modelos. Apesar de parecer um exagero, a linha é de certa forma racional. Basicamente eles usaram as aulas de arranjo e combinação que você achava meio chatas na escola e as transformaram em bilhões de dólares uma linha de produtos capaz de atender a praticamente todos os perfis de clientes.

Ao clicar na seção “todos os modelos” do site, você topa com essa imagem:

Porscha

À primeira vista parece impossível decidir qual é a versão que você procura, certo? Mas é nessa variedade que está a sacada. O que a marca fez foi dividir o modelo em três níveis de acordo com o desempenho: básico, S e GTS. Depois, ela oferece cada variação de drivetrain ou carroceria nos três níveis de acabamento.

Por exemplo: a versão Carrera tem motor 3.0 turbo de 370 cv e tração traseira. Se você quiser tração integral, o modelo é o Carrera 4. Se quiser tração traseira e mais potência, escolha a Carrera S de 420 cv, e se quiser uma pegada ainda mais esportiva, vá para a Carrera GTS de 450 cv. Ah, você quer potência e cabelos ao vento? Então os caras oferecem o 911 Targa GTS ou o Cabriolet GTS. Sacou a lógica da marca?

Essa lógica tipicamente germânica, contudo, torna a marca bastante previsível — o general americano George Patton já sabia disso em 1944. Por quê? Veja só: se você quiser um cupê de tração integral poderá escolher o Carrera 4 nas versões básica, S e GTS, mas o Turbo tem somente a versão básica e a S de 580 cv. Com essa lacuna na linha, a Porsche tem a possibilidade de fazer um Turbo GTS com, digamos, 600 cv (se for viável/rentável) — que é mais ou menos o que eles fizeram com o Turbo S Exclusive, de 607 cv.

O mesmo vale para a versão Targa, que não vem equipada com o motor do Turbo — ou vice-versa: o Turbo não é oferecido com a carroceria Targa — e poderia dar origem às versões Turbo Targa com 560 cv e Turbo S Targa com 580 cv.

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E não é só isso: considerando as versões da geração anterior 997 (essas da foto acima), a Porsche ainda poderia fazer uma versão Speedster (básica, S e GTS – e até turbo). E também está faltando a GT3 RS, que ainda não foi atualizada nesta geração 991. Com boa vontade, Porsche, dá para encostar em 35 versões.

Este post foi publicado originalmente em 30 de abril de 2015, e foi re-editado com novas informações e imagens em 31 de outubro de 2017