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Trânsito & Infraestrutura

São Paulo instala 132 novos radares, Curitiba testa sistema de multas por velocidade média

Em 2013 foram registradas 10.153.567 infrações de trânsito na cidade de São Paulo, o que significa quase 20 multas por minuto. A maioria delas por “excesso de velocidade” — assim entre aspas, por que os critérios para estabelecer os limites não são muito claros, especialmente quando você pensa em ruas com características idênticas e limites diferentes.

Em seguida, vêm as infrações ao polêmico rodízio municipal (que flagra até carros de outros estados que precisam entrar na cidade pois o Rodoanel ainda não está pronto), estacionamento irregular (que apanha os espertos do pisca alerta e a turma que faz tudo em “um minutinho”), invasão a faixas e corredores de ônibus e uso de celular ao volante.

Uma análise rasa dos fatos pode levantar a hipótese de que emitir 20 multas por minuto não é algo que pode ser encarado como normal. Talvez a formação dos condutores seja ruim? Ou talvez os limites de velocidade sejam baixos demais em relação à velocidade natural da via (leia mais sobre o assunto neste post do FlatOut)? O fato é que para a prefeitura, se há muitas infrações, a solução é fiscalizar ainda mais — uma solução semelhante a procurar mais doentes em caso de epidemia, em vez de procurar a origem do mal.

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Por isso São Paulo terá 843 novos aparelhos capazes de medir a velocidade dos veículos, e flagrar invasões às faixas de ônibus e conversões proibidas, além de ler placas e enviar informações em tempo real para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O lado positivo é que os aparelhos poderão informar as condições do trânsito em tempo real pelo site da CET. O lado negativo é que as multas continuarão sendo encaradas como uma fonte de arrecadação, e não como mecanismo de educação e segurança no trânsito.

Destes 843 novos aparelhos, 132 já estão instalados, e 27 já estão operando, boa parte em alguns corredores viários onde o trânsito é denso, porém fluido — o tipo de situação em que um carro muito devagar (temendo o radar) pode atrapalhar o fluxo dos demais veículos, e até se tornar um elemento de risco. Com os novos radares, a prefeitura espera arrecadar mais de R$ 1,2 bilhão em 2014.

Radares de velocidade média

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Enquanto isso, em Curitiba, a capital paranaense, a prefeitura está testando um sistema de radares por média de velocidade. Ele mede a velocidade dos carros a partir de dois pontos de referência, calculando o tempo entre a passagem pelos pontos. Por enquanto esse tipo de radar não emite multas — a legislação atual não permite a adoção deste método —, mas os estudos estão aí justamente para mostrar que futuramente este pode ser um modo mais eficaz de punir os infratores que aceleram acima dos limites.

Segundo a prefeitura de Curitiba, mais da metade dos motoristas não respeita o limite de velocidade — o que nos leva novamente à questão: se a velocidade for aumentada em 10 km/h as infrações continuarão a existir? Em São Paulo o sistema já foi testado em 2011 na avenida 23 de maio, onde o limite é 70 km/h na maior parte de sua extensão e 60 km/h em um trecho em curva. Na ocasião, constatou-se que as multas aumentariam sete vezes caso fosse adotado o sistema de medição por velocidade média.

Contudo, é preciso dizer que um ano antes, em 2010, o limite de 80 km/h imposto na década de 1970 foi reduzido para 70 km/h para “uniformizar a velocidade na via”. Seria um caso de velocidade artificialmente baixa ou metodologia equivocada do teste, que foi feito menos de 12 meses depois da redução de um limite de quase 40 anos?

De qualquer forma, mais radares serão adotados, mas a qualidade da formação dos motoristas continuará baixa e precária. O resultado desta fórmula nós já sabemos qual vai ser.