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Sete coisas que você não sabia sobre Fuji Speedway, o circuito no pé do vulcão

O Monte Fuji é um dos símbolos nacionais do Japão. A montanha, localizada na Ilha de Honshu, é também a mais alta do país, com 3.776 metros de altura. Com seu formato excepcionalmente simétrico e seu cume, que fica coberto de neve boa parte do ano, o monte é instantaneamente reconhecível, e sua beleza já foi retratada inúmeras vezes em trabalhos artísticos desde a antiguidade. Por tudo isto, o Monte Fuji é um dos maiores pontos turísticos do Japão.

Para os entusiastas dos automóveis e do automobilismo, contudo, há outra boa razão: o circuito de Fuji Speedway, que tem este nome pois está localizado ao pé do Monte Fuji. Trata-se de um dos circuitos mais famosos do planeta e, para contar sua história, separamos sete fatos a seu respeito que você talvez não conheça. Se porventura conhecer, não custa nada relembrar, não é?

 

O Monte Fuji ainda é um vulcão ativo

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O Japão fica localizado em uma zona de intensa atividade vulcânica, causada pelos mesmos movimentos sísmicos que deram origem ao arquipélago. O Monte Fuji, seu vulcão mais famoso, entrou em erupção pela última vez no início do século 18.

“Ah, tudo bem, já faz bastante tempo!”, você deve ter pensado. Bem, na verdade, mesmo depois de mais de 300 anos adormecido, o Monte Fuji ainda é considerado um vulcão ativo, pois há magma em seu interior. Isto ficou especialmente preocupante depois dos terremotos e tsunamis que assolaram o Japão em 2011 – desde então, a atividade geológica do local vem sendo monitorada com muito mais atenção. Cálculos matemáticos feitos por especialistas dizem que, hoje em dia, é possível que a pressão da lava no interior do vulcão esteja mais alta do que na época da última erupção, mas não há maneira de medir esta pressão de forma precisa.

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De qualquer forma, já existem pessoas vivendo no pé do vulcão há séculos. Tóquio, a capital japonesa, fica a 100 km do Monte Fuji, e dá para vê-lo da cidade quando o tempo está claro. O circuito de Fuji, na cidade de Oyama, fica ainda mais perto: são apenas 40 km de distância. Existe a possibilidade de o Monte Fuji entrar em erupção, digamos, no meio de uma corrida? Existe, sim. E quem estivesse no circuito estaria entre os primeiros a morrer. O que se faz por lá é aprender a conviver com o risco.

 

A ideia era fazer um circuito oval ao estilo Nascar

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O circuito de Fuji Speedway foi idealizado em 1963, e o projeto original previa um circuito oval com quatro quilômetro de extensão e curvas com 30° de inclinação. A pista receberia provas ao estilo da Nascar americana, e foi até aberta uma companhia chamada Japan NASCAR Corporation para administrar a pista.

Acontece que, logo no início das obras, o projeto foi interrompido por falta de verba, com apenas uma curva construída. Em 1965, a Mitsubishi Estate Co. (divisão imobiliária da Mitsubishi) assumiu o controle e decidiu dar sequência ao trabalho. No entanto, em vez de um oval, Fuji Speedway agora seria um circuito com curvas para os dois lados. Um road course, como diz-se em inglês. A foto acima mostra o que restou do antigo oval.

 

Fuji Speedway já foi considerado um dos circuitos mais perigosos do planeta, e continua sendo um dos mais rápidos

Fuji Speedway foi inaugurado em dezembro de 1965 e, em seus primeiros anos de atividade, mostrou-se extremamente veloz e perigoso. O traçado, então, incorporava a curva com 30° de inclinação que fazia parte do projeto original, mas a alta velocidade atingida naquele trecho o tornava extremamente propício a acidentes.

Por isto, o circuito costumava ser usado principalmente em campeonatos japoneses de protótipos. Depois da morte de dois pilotos japoneses durante uma corrida Fuji Grand Champion, Hiroshi Kazato e Seiichi Suzuki, em 1974, decidiu-se que o traçado do circuito seria drasticamente alterado para acabar com a curva.

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Foto de 1990

O circuito de Fuji Speedway ainda foi modificado outras vezes, pois a verdade é que, com sua longa reta de quase 1,5 km, nunca deixou de ser um circuito extremamente rápido. Tanto que, além das mudanças em 1974, também foram realizadas modificações em 1985, adicionando duas chicanes à curva mais aberta do traçado.

 

Suas curvas são batizadas de acordo com o raio

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Falando em curvas, atualmente o traçado de Fuji Speedway tem 12 delas. Todas são batizadas de acordo com o seu raio em metros, mas algumas são patrocinadas por grandes empresas. Esta é a lista atual, com todas as curvas:

  1. Primeira curva 27R
  2. 75R
  3. Curva Coca Cola 80R
  4. 100R
  5. Curva Advan 30R
  6. 120R
  7. 300R
  8. Curva Dunlop 15R
  9. 30R
  10. 45R
  11. Curva Prius 25R
  12. Curva Panasonic 12R

 

O primeiro GP do Japão de Fórmula 1 aconteceu lá – e foi um dos mais épicos da história

Foi só depois da primeira reforma em Fuji Speedway que o circuito foi considerado apto a receber a Fórmula 1. O primeiro Grande Prêmio do Japão aconteceu lá, em 1976. E não foi uma corrida qualquer, não: foi a última corrida da temporada, e o palco da decisão entre James Hunt, da McLaren, e Niki Lauda, da Ferrari.

Chovia muito, e o campeonato acabou nas mãos de Hunt, que foi o terceiro colocado e superou Lauda (que abandonou a prova logo no início devido ao mau tempo) por apenas um ponto. O vencedor da corrida foi Mario Andretti.

Formula One World Championship

Depois da edição de 1977, que foi vencida por James Hunt, o Grande Prêmio do Japão deixo de ser realizado. Em boa parte, devido a um acidente entre Gilles Villeneuve e Ronnie Peterson, que levou aos organizadores do campeonato a considerar a pista perigosa demais.

Quando a Fórmula 1 finalmente voltou ao Japão, o circuito escolhido foi o de Suzuka, pertencente à Honda, do qual contamos a história neste post. E continua assim até hoje – com exceção de 2007 e 2008, anos em que a corrida foi realizada em Fuji.

 

O atual recordista de Fuji Speedway na Fórmula 1 é um brasileiro

A volta mais rápida já dada por um carro de Fórmula 1 em Fuji Speedway foi feita por Felipe Massa, em 2008, no dia 11 de outubro. Ao volante da Ferrari F2008, carro de F1 equipado com um motor V8 de 2,4 litros capaz de girar a 19.000 rpm, Massa virou 1m17s287 durante os treinos. Aliás, em 2008 Felipe Massa foi o segundo colocado na briga pelo título, só um ponto atrás do campeão Lewis Hamilton.

massa

Já o recorde absoluto de Fuji Speedway pertence a Stefan Bellof, que virou 1:10,2 ao volante de um Porsche 956 do WSC em outubro de 1983. Dois anos depois, o talentoso Bellof nos deixaria cedo demais, também ao volante do 956, quando perdeu o controle ao tentar ultrapassar o Porsche 962 de Jack Ickx na Eau Rouge, em Spa-Francorchamps.

 

Na Fórmula Drift, o circuito é percorrido no sentido oposto por exigência de Keiichi Tsuchiya

O circuito de Fujii Speedway recebe etapas do do D1 Grand Prix desde 2003, e as provas de drift são as únicas em que o traçado é percorrido no sentido anti-horário. Isto porque Keiichi Tsuchiya, o lendário “Drift King” e um dos drifters mais respeitados do planeta, achou que o novo layout da pista não favorecia as entradas de curva quando seguido no sentido horário. Se Keiichi falou, está falado.

 

Foi o primeiro circuito a aparecer em um videogame

É sério! Se você jogava o arcade Pole Position, de 1982, desenvolvido pela Namco, certamente vai lembrar que o único circuito do jogo era Fuji Speedway. Você dava uma volta de classificação e, depois, disputava uma corrida contra sete outros carros.

Foi a primeira vez que um circuito do mundo real foi reproduzido em um game e, na época, Pole Position foi elogiado por seu elogio.

De lá para cá os games evoluíram muito, muito mesmo, e Fuji Speedway (em suas diversas configurações) já apareceu em vários jogos diferentes, como Gran TurismoForza MotorsportrFactor.