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Zero a 300

Stellantis anuncia investimento no Brasil | O Lotus Emeya | O Charger a gasolina e mais!

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Stellantis investe R$ 30 bilhões no Brasil

O investimento é tão importante que virou notícia internacional. Nos EUA, a manchete é a de que o motor à combustão interna não morreu e que a Stellantis vai gastar U$ 6 bilhões para desenvolver motores à Etanol (leia-se Flex). Na Argentina, os Hermanos choram e reclamam: como o Brasil tem tanto investimento e nós, nada?

Mas enfim, a notícia é que a Stellantis anunciou o que declara ser “o maior investimento feito na indústria automotiva na história da América Latina”: nada menos que R$ 30 bilhões, que virão ao Brasil até 2030.

O anúncio veio depois de vários outros: GM, VW, Renault, Nissan, CAOA, BYD, GWM, BMW, Hyundai e Toyota, todos anunciaram investimentos no país. No total, tudo junto, passa de 19 bilhões de dólares americanos.

O investimento da Stellantis, segundo ela mesma, é para desenvolver sistemas híbridos-flex, novas tecnologias e motores e realizar 40 lançamentos nos próximos 5 anos e meio. “Este anúncio solidifica nossa confiança e comprometimento com o futuro da indústria automotiva sul-americana e é uma resposta ao ambiente de negócios favorável que encontramos aqui”, disse o CEO da Stellantis, Carlos Tavares.

A Stellantis chama esta tecnologia de Bio-Hybrid, mas é apenas adição do motor flex-fuel nosso, aos conhecidos híbridos que também já existem. A empresa diz que terá todo tipo de híbrido-flex, Mild Hybrid, híbrido convencional e híbrido plug-in. Numa escada de preço, claro, os híbridos leves nos carros mais baratos, e assim por diante. Promete que o primeiro desses híbridos estará nas lojas este ano ainda, mas não diz o que é: só que será feito em Goiana, PE.

Mas o investimento vai além desses híbridos politicamente necessários. Serão 40 lançamentos até 2030, para todas as marcas do grupo. Como são várias marcas (Peugeot, Citroën, Fiat, Jeep, Ram, só aqui no Brasil; lá fora tende ao infinito), e 2030 não é exatamente daqui a pouco, não parece difícil. (MAO)

 

McLaren está fazendo um sucessor para o P1

Parece que este ano verá o lançamento de mais um hipercarro da McLaren; um sucessor para seu famoso P1 de 2013. O novo modelo, de codinome P18, estará no topo de sua série Ultimate, e virá com um novo chassi de fibra de carbono.

Também muita potência é esperada, claro. Deve ser um híbrido de novo, como o P1, desta vez um V8 biturbo que, junto de um sistema híbrido de nova geração cerca de 70% mais leve que o atual, deve ultrapassar os 1000 cv.

Interessante aqui é que várias fontes indicam que ele será o primeiro McLaren sem portas diédricas:  terá portas “asa de gaivota”.  As portas diedrais, copiadas do Toyota Sera por Gordon Murray para viabilizar o primeiro McLaren, o F1, nos anos 1990, eram parte do P1 também, e de vários outros McLaren, mas para frente é que se anda, aparentemente. Ou para trás: asa de gaivota ficou famosa no Mercedes-Benz 300 SL a partir de 1955.

Falando com a Auto News, os concessionários que viram recentemente o carro dizem que ele tem faróis semelhantes aos do Artura e do 750S, ao mesmo tempo que ostenta um spoiler traseiro retrátil. Ele também contará com componentes de suspensão impressos em 3D e terá “elementos de design aerodinâmico no estilo F1”.

A boa notícia é que, pelo menos, não é um carro 100% elétrico. Um diretor da empresa disse recentemente que “a tecnologia para um elétrico ser capaz de dar o desempenho em pista e estrada nesse nível ainda não existe.” (MAO)

 

O Charger a gasolina se chamará “Sixpack”

OK, o novo Charger é 100% elétrico. Mas conforme o esperado, ano que vem aparecerão versões à gasolina deste carro também. A Dodge confirmou a versão à combustão já no lançamento, talvez para não deixar seus fãs tão tristes. Não será V8 porém: apenas seis em linha, ainda que consideravelmente potentes.

O novo Charger elétrico não é um carro feio de forma alguma; é também bem potente e veloz. Mas não adianta: tem potencial para ser o carro mais odiado dos dias de hoje. Por um lado, os fãs tradicionais da marca e de muscle-car, que o odeiam por motivos óbvios. De outro, os fãs de elétricos, que não devem estar muito felizes com essa cara de muscle-car, e o papo todo de não ligar para eficiência e autonomia.

Não ajuda também o comercial de 10 minutos que a empresa divulgou, onde o CEO atual volta no tempo para dar ordens também aos fundadores da empresa (ein?), e fingir dirigir em meio à um CGI de 1989. Na minha época a gente chamava de vergonha alheia, mas acredito que o termo atual para o sentimento é Cringe.

Mas o carro, quando equipado com o seis em linha, não parece nada mal de verdade. Veja bem: o Charger Sixpack, que é como será conhecida a versão à gasolina, oferecerá duas versões do motor Jeep Hurricane, um seis em linha de 3 litros biturbo que já apareceu no Jeep Wagoneer e Grand Wagoneer, bem como nas Ram 1500 2025, onde substituiu o V8 Hemi.

Duas versões dele existirão: o Charger Sixpack S.O. (para “Standart Output“) com os mesmos 426 cv das picapes e Jipes, e Charger Sixpack H.O. (para “High Output“), com 557 cv. Isso é mais potência do que as versões HO já existentes; nos Jeep dá 517 cv, e nas Ram, 547 cv.  O torque ainda não foi divulgado, mas a Ram HO tem 72 mkgf de torque: vai ser mais que suficiente.

O Charger Sixpack vem de fábrica com tração nas quatro rodas permanente em todas as versões. O fabricante faz questão de ressaltar que a potência é mais alta que a do V8 5,7 litros básico descontinuado, e que o HO supera o V8 6,4 litros Scat Pack. Mas o Mustang ainda tem um V8 aspirado e tração só traseira; certamente pior objetivamente, mas subjetivamente o que todos desejam. A princípio, os dois motores poderão ser montados em carrocerias de duas ou quatro portas. Não é perfeito, mas é um carro que deve ser no mínimo, interessante.

Produção dos Charger Sixpack terá início no primeiro trimestre de 2025 na fábrica da Stellantis em Windsor, em Ontário, Canadá. Mais detalhes sobre os Chargers movidos a gasolina devem aparecer mais para frente. Esperamos ansiosos. (MAO)

 

Lotus dá mais detalhes do Emeya

Não resisto, tenho que fazer uma piada para lá de infame. Afinal, isto é mais que uma Lotus. É uma Lotus Emeya! Na verdade, se considerarmos o peso do Elise Mk1, 725 kg, como o peso-padrão de um Lotus moderno, este é na verdade o Lotus Tres-Elise-e-meia. Barrabás.

Sério agora: a Lotus anunciou os preços e mais detalhes de seu supersedã elétrico Emeya. É um carro que parece, vamos falar sério, um carro chinês com marca e prestígio emprestada dos ingleses. Como não dizer isso? Um sedã elétrico aerodinâmico de 2,5 toneladas e produzido em Wuhan, na China? Onde está o Lotus aqui? Nevermind a outra metade de Lotus que colocaram no nome.

Aparentemente, no desenvolvimento, é onde estão os ingleses da Lotus. Suspensão acertada pela Lotus, com molas pneumáticas, e um esforço imenso para dar esportividade ao carro. De qualquer forma promete ser altamente competitivo contra o Porsche Taycan, e outros sedãs elétricos do tipo.

Os dados: o Emeya R, o mais rápido, vem com dois motores e até 905 cv e 100 mkgf. Isso é suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 2,8 segundos, igualando o Porsche Taycan Turbo S e tornando o Emeya R um dos quatro portas mais rápidos do mercado. Custa £129,950, ou o equivalente, no Reino Unido, a R$ 818.685.

As especificações para o Emeya básico e o Emeya S ainda não foram anunciadas, mas espera-se que correspondam aos Eletre (o SUV) equivalentes, ou seja: 603 cv e um 0-100 km/h em 4,5 segundos. O mais barato dos Emeya custará a partir de £94,950, ou R$ 598.185.

O Emeya possui uma bateria de 102 kWh que oficialmente permite autonomia de 610 km. O carregamento é possível a taxas de até 350 kW, permitindo um aumento de autonomia de 150 km em apenas cinco minutos nos carregadores mais rápidos, de acordo com a Lotus. A empresa diz também que o recarregamento de 10 a 80% leva apenas 18 minutos.

O vice-presidente de design da Lotus, Ben Payne, disse à Autocar que o “Eletre é a maior esticada no conceito Lotus que pedimos para o cliente tradicional nosso. Olhando para onde chegamos, tivemos que nos esforçar muito para colocar o máximo possível de DNA de carro esportivo naquele produto. Tendo em conta o seu tamanho e proporção, para algumas pessoas isso é um exagero. Acho que, aos olhos da equipe de design, há muitos recursos naquele carro que realmente o vendem assim. Chegando a Emeya, queremos continuar com isso. Estamos bastante conscientes de que a Lotus precisa construir uma identidade que faça sentido e temos uma estética devidamente unida em todos os carros, para que pareça uma linha completa. No momento, obviamente, isso está no meio do processo.”

O Lotus Emeya começa a ser fabricado no meio do ano, e chega ao mercado europeu, importado da China, ao redor de outubro de 2024. (MAO)