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Car Culture

Top Marques Monaco: conheça o Salão do Automóvel mais luxuoso do planeta

As maiores atrações de qualquer salão de automóveis são sempre os superesportivos. Mas existe um Salão em que só podem entrar supercarros ou, no mínimo, modelos extremamente luxuosos. E se você for um visitante, poderá dirigir alguns desses modelos pelo circuito de Mônaco — você só precisa ser muito influente ou simplesmente cheio da grana. Bom demais pra ser verdade? Pois essa é exatamente a descrição do Top Marques, que acontece todo mês de abril, desde 2003, no Principado de Mônaco (onde mais?).

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Com a aprovação do Príncipe Albert II, que visita pessoalmente os estandes, o evento é um dos quatro maiores realizados a cada ano no principado. Os outros são o GP de F1, o Monte Carlo Rolex Masters, um torneio de tênis, e o Monaco Yacht Show. Como coincide com o Rolex Masters, normalmente há sempre uma boa quantidade de milionários para visitar os estandes do salão. Com 9.800 m² de área, ele é pouca coisa menor que o dobro do estande da Volkswagen no Salão do Automóvel. O pavilhão de exposições do Anhembi, que não é dos maiores do mundo, tem 77.000 m². Em compensação, em São Paulo não dá para andar de Zenvo ST1 em um circuito de F1. O Zenvo, aliás, teve sua estreia mundial no Top Marques Monaco de 2009.

Na edição deste ano, que termina dia 19 de abril, houve pelo menos cinco estreias. Uma das mais interessantes foi a do ATS Coupé GT 2500. Se o nome parece familiar, é porque você talvez se lembre ou já tenha lido sobre a Automobili Turismo Sport, fundada em 1962 por Carlo Chiti, um gênio na criação de motores, e Giotto Bizzarrini, um dos pais da Ferrari 250 GTO.

Em 1963, a empresa participou da F1 com ninguém menos do que Phil Hill e Giancarlo Baghetti, mas deu tão errado que ela encerrou suas atividades em 1964. Reativada pela empresa DM9 Ltd., a marca trouxe de volta também o nome de seu carro mais famoso, que teve, na época, apenas 12 unidades produzidas.

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O chassi de cromo molibdênio e a carroceria de plástico reforçado por fibra de carbono do novo modelo fazem o veículo pesar apenas 950 kg, mesmo com 4,25 m de comprimento. O motor V8 que o equipa, cuja origem e cilindrada a ATS não revela, gera 640 cv a 10.000 rpm. A velocidade máxima do GT é 340 km/h, com 0 a 100 km/h em 2,9 segundos, de acordo com a ATS.

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O AeroMobil é um dos que se propõem a ser carro ou avião dependendo das circunstâncias e da conveniência de quem o dirige/pilota. Duro é haver conveniência em rodar com ele por ruas e estradas. Com 2,24 m de largura (4 cm a mais que um Hummer H1) e 6 m de comprimento com as asas recolhidas, o veículo é equipado com um motor Rotax 912, aeronáutico, de 102 cv.

Para decolar, o AeroMobil precisa de 300 m de pista plana, uma larga o suficiente para a envergadura de 8,32 m de suas asas. A velocidade mínima para decolagem é 130 km/h e, no ar, ele atinge até 200 km/h, mas pode voar a um mínimo de 60 km/h. Gasta 15 litros de combustível por hora e tem autonomia de 700 km. Como carro, ele faz 12,5 km/l e tem autonomia de 875 km. Só leva o piloto e um passageiro, não podendo ter carga acima de 600 kg.

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Ainda que não seja bem uma novidade, o Mazzanti Evantra ganhou um upgrade no motor V8 7.0 que o equipa. Ele agora rende 761 cv a 7.500 rpm e tem torque de 87,7 mkgf a 5.000 rpm. Também recebeu mudanças estéticas e funcionais sutis, como um novo pacote aerodinâmico e painel de instrumentos renovado. As mudanças permitiram que ele atingisse a máxima de 360 km/h e uma aceleração de 0 a 100 km/h em 3 segundos. O Evantra ainda é, segundo a empresa, o primeiro carro a entrar no Cassino de Montecarlo (esqueça o furgão dos pinguins de Madagascar), onde ficará exposto até 20 de abril.

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A primeiro fabricante monegasca de carros, a Monte Carlo, aproveitou o Top Marques para prestar homenagem a um de seus fundadores, Carlo Chiti (de novo ele), mostrando uma versão experimental de seu Ala50, com motor Alfa Romeo movido a gás e sistema híbrido, como boa parte dos superesportivos modernos vem fazendo. Na foto principal estão o carro mostrado no salão e o fundador da empresa, o ex-piloto Fulvio Maria Ballabio, que correu na F1 e na Indycar.

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Com a mesma pegada esportiva havia o Radical RXC Turbo 500. Apresentado no Salão de Genebra deste ano, ele ainda conservava um ar de novidade suficiente para fazer bonito no Top Marques. Até porque é praticamente um carro de corrida autorizado a rodar com placas. Seu motor, o V6 3.5 Ford EcoBoost, biturbo, rende 530 cv a 6.100 rpm e 66,5 mkgf de torque. O RXC, aliás, estava disponível para ser testado pelos clientes no circuito de Mônaco.

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A estreia mais comentada, no entanto, foi a de um modelo com um motor para cada roda. O finlandês Toroidion 1MW (de 1 megawatt) tem à disposição o equivalente a 1.360 cv e um sistema de troca rápida de baterias que promete transformá-lo em um fenômeno de desempenho tão grande ou maior do que o Tesla Model S P85D. A questão é se ele chegará à produção em série, ainda que limitada, ou se vai morrer no único exemplar à disposição atualmente. O site da empresa já oferece um e-mail de vendas para o modelo, mas não fala em preços nem traz mais detalhes técnicos, em especial os de desempenho. Saber que o carro tem 1.360 cv abre o apetite, mas o que ele consegue fazer com tudo isso? Espero que ele um dia consiga responder.

 

Linha clássica

Não existe interesse apenas nos carros novos no Top Marques. Vários dos expositores são vendedores de modelos clássicos. E há também os que unem as duas coisas: veículos clássicos zero km. Por mais estranho que isso possa parecer.

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O LaRiviera, lançado no evento, parece ter saído de um filme dos anos 1930. Seu motor Jaguar 4.2 tem potência de 220 cv. Com 1.250 kg, o veículo é fabricado pela Classic Riviera, uma empresa fundada em 2014 por Noel Edmonds, um famoso apresentador de TV britânico que foi um dos pioneiros do Top Gear. A Classic Riviera fornece serviços imobiliários, de aviação, de navegação e automotivos pela Riviera Francesa, onde Edmonds tem uma casa de veraneio. A especialização da empresa, porém, é com experiências em quatro rodas. O mote dos caras é providenciar qualquer veículo, de qualquer era, de qualquer parte do mundo. E é nisso que entra o LaRiviera.


A recriação moderna do SS100, o primeiro modelo do que viria a se tornar a Jaguar, traz bancos revestidos de couro Connolly e carpetes Wilton. A suspensão é independente nas quatro rodas e há três opções de transmissão: manuais de quatro ou cinco marchas e automático. “O LaRiviera é a epítome do estilo dos anos 1930 e uma recriação exata do modelo original desde o design até o peso das porcas e parafusos. Não se deve confundi-lo com réplicas do SS100 nem com um kit car. Cada um deles é completamente feito à mão por artesão britânicos, um processo que dura cinco meses”, diz Edmonds. A produção máxima é de cinco unidades por ano. Para garantir exclusividade ao comprador, cada LaRiviera recebe o nome de um lugar icônico da Côte d’Azur. Não há preços divulgados na página da empresa, mas reportagens feitas sobre ele dão conta de que o conversível custará entre 135 mil e 150 mil libras esterlinas. Um SS100 original custa hoje a bagatela de 500 mil libras esterlinas. Daí pra cima.

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Os Evanta, representados no Top Marques por sua concessionária em Mônaco, a R&G Racing Grand Prix, também são recriações de modelos ingleses. Mais especificamente da Aston Martin, e com sua bênção oficial. O Barchetta, por exemplo, foi lançado no Top Marques de 2013. Limitado a 99 exemplares e produzido a um ritmo de 24 unidades por ano, ele é movido por um V8 6.2 de 450 cv, o LS3 do Chevrolet Corvette. Com duas opções de carroceria, em kevlar ou alumínio, ele custa respectivamente 125 mil e 165 mil libras esterlinas.

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Outra obra-prima da empresa é o DB4 GT Zagato. Ainda mais restrito, com limite de apenas 19 unidades, seu preço varia de acordo com a especificação escolhida pelo cliente. Um deles saiu com a mecânica de um DB7 Vantage V12, mas já não está mais à venda. As estimativas são de que cada um custe mais do que 250 mil libras esterlinas. Pra quem não sabe mais o que fazer com dinheiro, é uma diversão que compensa. Para quem conta os centavos, vale cada um deles.

Veja mais imagens do evento abaixo. E, se um dia puder passar por Mônaco, prefira ir em abril.