Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos a mais uma edição do Zero a 300, nossa seleção diária com tudo o que está rolando de mais importante no universo automobilístico para você não ficar rodando por aí atrás do que interessa de verdade. Gire a chave e acelere com a gente!
Toyota para de vender 10 modelos devido à manipulação de dados oficiais
A Daihatsu é uma empresa da Toyota que operava independentemente, e recentemente envolveu o gigante japonês em um escândalo chato pacas. Parece que a Daihatsu manipulava o resultado de testes de emissão desde os anos 1980, e, por isso, a Toyota parou as vendas da marca até que a investigação terminasse.
Provavelmente esta investigação fez outras iniciarem, claro. O fato é que agora, a própria Toyota suspendeu a venda e entrega de 10 modelos de veículos devido a irregularidades de certificação associadas a motores diesel fabricados pela Toyota Industries Corporation (TICO). Esse problema afeta carros das marcas Toyota, Lexus, Mazda e Hino. Parece que os dados de potência aqui é que foram “manipulados”.
A empresa reconheceu que os dados de potência foram alterados para 10 de seus modelos vendidos globalmente. A lista inclui os Land Cruiser 300, Hiace, Innova e Lexus LX500D, além de modelos conhecidos no Brasil como Hilux e SW4. Segundo a Toyota, não há risco para os usuários dos carros, então quem os possui pode continuar a usá-los. Mas as vendas, até que a investigação interna termine, estão suspensas. A Toyota do Brasil disse ao site Motor1, porém, que “esse problema não afeta nenhum veículo no Brasil.”
“Pedimos sinceras desculpas por causar enormes problemas aos nossos clientes”, disse o presidente da Toyota, Koji Sato, durante uma conferência de imprensa em Tóquio, de acordo com a Kyodo News. Sato acrescentou que a empresa está empenhada em resolver esta questão o mais rapidamente possível.
A notícia vem ao mesmo tempo que se confirma que, pelo quarto ano consecutivo, a Toyota foi o maior produtor de automóveis do mundo, com mais de 11 milhões de veículos vendidos em 2023. (MAO)
Novo Gol e Virtus Track: os próximos VW?
A prefeitura de Taubaté, no vale do Paraíba em São Paulo, anunciou que a fábrica da VW naquela cidade voltará a produzir o Gol a partir de 2025. Sabemos que a VW pretende lançar um “SUV compacto” barato em nosso mercado: somando-se as duas coisas parece claro que o tal “SUV” é na verdade um carro pequeno com roupa SUV (essencialmente recursos de estilo como molduras de paralama de plástico fosco sem pintura cinza ou preto), e que se chamará GOL.
A Prefeitura ainda por cima dá detalhes, o que é no mínimo inusitado: diz que o novo Gol teria duas versões, com preços entre R$ 130 e R$ 150 mil. Vai saber de onde saiu este dado, visto que o carro ainda está num futuro impossível de se prever com esta precisão de preços. Em valores de hoje ou de 2025, este preço? Não se sabe.
A realidade é que este carro deve ser um concorrente para o Pulse, um hatch de relativo sucesso, e cosplay de SUV, que começa hoje pouco acima dos R$ 100.000. Mas a notícia é realmente inusitada, vindo de quem vem.
Além disso, esta semana vimos uma outra especulação que parece mais interessante, que diz respeito ao Polo Track. Quando a VW mostrou o carro, um efetivo substituto do Gol como o VW mais barato, disse que seria uma nova família composta por “mais de 4 carros”. Só o Polo existe até hoje.
A especulação é que o próximo desses “Track” seja um Virtus Track; um virtual substituto do também descontinuado Voyage, se bem maior que ele. Acabamento de Polo Track, completo com suas rodas de aço e calotas, seria o esperado, bem como mecânica mais simples que os turbo atuais; o perfil de instagram @canalcarros fez até uma projeção de como seria.
Poderia vir com o motor 1.0 aspirado de um litro, três cilindros em linha, e 84 cv e 10,3 mkgf com etanol. Acoplado ao transeixo manual de seis velocidades, ainda faria um carro de desempenho decente para sua missão, e um carro realmente espaçoso abaixo dos R$ 100 mil. Outra opção é a volta do 1.6 MSI/manual de 5 marchas que já existiu no Virtus/Polo, mas que hoje está somente na picape Saveiro. Este, para tirar as inevitáveis críticas que viriam ao desempenho de um Virtus 1.0. Mas lembre-se: este 1.0 aspirado hoje é tão potente quanto um Opala 2.5 há 30/40 anos atrás. E um Virtus 1.0 poderia ficar abaixo dos 1100 kg, se bem feito.
Vai acontecer? Parece ótimo para o consumidor de orçamento apertado e família grande, mas temos nossas dúvidas. O movimento hoje parece ser para cima em preço, para maior lucro por unidade, e não volume maior; parece difícil que a VW use sua capacidade de produção para vender um Virtus Track de 90 mil reais quando pode usar o espaço da linha para um popular 200TSI que custa pelo menos 130 mil. Fora a redução do status de toda linha Virtus, inevitável quando um carro fica mais comum e barato. Veremos! (MAO)
SUVs muito grandes para as ruas da Europa
A notícia de hoje é que os europeus começam a perceber que suas ruas e estradas não são ideias para o recente crescimento dos automóveis, especialmente os SUV e picapes. A Federação Europeia dos Transportes e do Ambiente, um guarda-chuva europeu para organizações não governamentais, aparentemente realizou um estudo, e os dados revelam que os novos veículos de passageiros estão ficando um centímetro mais largos a cada dois anos. O que preocupa em ruas apertadas como as de muitos lugares da Europa.
A média de largura agora ultrapassa agora os 1,8 metros, aproximadamente o tamanho exato de uma vaga de estacionamento típica nas ruas da Europa. Isto estreita efetivamente a faixa de rodagem utilizável, representando um desafio particular em cidades históricas com ruas mais estreitas.
O estudo destaca exemplos de veículos notavelmente largos e, sem surpresa, são todos SUVs. Por exemplo, o BMW X5, X6, X7 e XM excedem 2 metros de largura. Mesmo um carro compacto hoje tem ao redor de 1,8 metro de largura. Mas veja bem: um Porsche 911, um carro que apareceu em 1965 com 1,6 metro de largura, hoje tem 1,9 metro. E um Lamborghini Aventador mede nada menos 2,03 metros de largura. Tudo aumentou.
Mas qual é o objetivo deste estudo? A entidade cita também problemas de segurança com esses carros maiores, dizendo que um estudo realizado pelo Instituto Belga de Segurança Rodoviária revelou que, na Bélgica entre 2017 e 2021, uma frente 10% maior aumentou o risco de morte de pedestres ou ciclistas em 30%. A entidade continua dizendo que como o povo adora carro grande, “a tendência não vai acabar a menos que haja uma ação regulatória por parte dos legisladores europeus.”
Não sei vocês, mas isso me soa um pouco como o governo decidindo que tipo de carro podemos ter. Esquece que foi justamente o afã legislatório que fez os carros crescerem via legislações de segurança passiva; o crescimento é para fora, aumentando a distância dos ocupantes para o carro que o atinge em acidente. Não houve proporcional aumento de espaço interno. Como diminuir legislação nunca é opção, mais legislação então? O resultado, infelizmente, serão carros ainda enormes, mas sem espaço interno decente. (MAO)
Lamborghini de Donald Trump é vendido por preço recorde
Sem comentários políticos por favor, ein? A notícia aqui diz respeito do leilão do único Lamborghini Diablo VT roadster 1997 pintado em “Le Mans Blue”. O carro é um clássico Lamborghini dos anos 1990, numa cor interessante, e na evoluída versão VT do Diablo, com direção hidráulica, tração nas quatro rodas, câmbio manual e 530 cv de seu magnífico V12 aspirado.
Mas é inevitável mencionar: o que mais chama atenção aqui não é a cor e o carro para lá de exótico. É o seu dono original. Um senhor chamado Donald John Trump, o 45º ocupante do salão oval da Casa Branca americana. Além da cor, o Diablo VT Roadster foi ainda customizado pela Lamborghini para Trump, com uma placa especial instalada na porta que diz “Donald Trump 1997 Diablo”, segundo Barrett-Jackson.
Muito por causa de seu dono famoso, o tal do Celebrity Provenance, o carro, leiloado sábado passado em Scottsdale no Arizona pela Barrett-Jackson, foi arrematado por US$ 1,1 milhão. Um dos Diablos mais caros da história, e o dobro do valor de uma unidade em perfeito estado, mas sem nome famoso associado a ele. É mole? (MAO)