Olá, pessoal do FlatOut! Meu nome é Alexandre Kossowski e a partir de hoje vou contar a história e a preparação do Motumbo, meu Fiesta Zetec 2.0.
Antes de começar a contar a história do Motumbo, precisamos contar um pouco da história dos três amigos, Alexandre, Daniel e Lauro, e de seu projeto, um Fiesta Mk3 1995, originalmente com motor Endura 1.3, que foi transformado num carro para track day e provas de hot lap. Alexandre, já é um velho conhecido do extinto Jalopnik, seu antigo carro, um Ka 1.0 Turbo, prata com rodas brancas e teto preto, causou certo rebuliço entre amantes da marca e modelo do carro, assim como provocou injúrias entre os haters. Usava o carro no dia a dia, e em track days. Mas andar no dia a dia com carro turbinado, não é tarefa fácil para o coração.
Daniel, já era conhecido da turma dos Fords, mesmo tendo uma quedinha pelo grupo PSA. Fez algumas alterações em um Ka em casa mesmo, como instalar um kit supercharger em um Ka 1.0, e mais tarde fez swap para um Rocam 1.6 preparado para competição. Tudo da forma mais rústica possível em sua garagem.
Lauro, esse é outro Fordista. Conta a lenda que nas antigas, ele tinha um Ka XR, que achou melhor trocar por um Astra 2.0, mas se arrependeu, vendeu e comprou outro Ka XR, que recebeu comando, cabeçote e gerenciamento eletrônico da Hardware.
Todos eles usavam seus carros no dia a dia, nas pistas, nos track days, e foi aí que perceberam que o melhor que poderiam fazer, seria comprar um carro exclusivo para tal fim: um track car.
Mas os custos seriam altos para cada um arcar um projeto desses, e então surgiu a ideia de se juntar e montar um carro em sociedade. Foi nesse ponto que as provas de amizade começaram a ganhar cada vez mais força. Cada um já possuía alguns equipamentos que poderiam ser instalados no track car, como freios Wilwood do Ka do Alexandre, gerenciador Hardware do Lauro e a mão-de-obra do Daniel.
Começaram as pesquisas, e por intermédio de um amigo localizaram um Fiesta 1995, com motorização Endura 1.3, que estava parado. Os três foram ver o carro, e ele apresentava estar muito bom de lataria para um carro daquela época. Negociaram, e levaram o carro de guincho para a gráfica do Alexandre, pois lá havia espaço suficiente para o desmonte. Chegando lá, já estavam na espera diversos outros amigos, que ajudaram no desmonte do interior, no qual levou menos de um dia.
Uma curiosidade, é que este Fiesta veio com ar-condicionado de fábrica; e na sua plaqueta de identificação, afirma que completo pesa 740 kg. Com o desmonte do interior e peças que não farão diferença, estimamos que ele tenha atingido uns 680 kg, que ainda será verificado.
Com o carro desmontado, foi hora de arrancar as rodas de 13 polegadas com pneus “xing-ling”, e instalar as rodas 15” com pneus slick, que já eram usados no Ka Turbo de Alexandre.
As ideias iniciais apontavam para apenas instalar o kit turbo do Ka do Alexandre no motor 1.3, e aproveitar esse setup até quando aguentar, afinal era a ideia mais barata e de resultados mais rápidos.
O Fiesta já oficialmente batizado de Motumbo, começou a pregar as primeiras peças nos donos. O motor não dava sinais de que iria funcionar, e apesar de todo o esforço envolvido, estava claro que deveriam partir para outro plano. Então decidiram desmontar o motor para avaliar melhor a situação.
Agora com o carro totalmente desmontado, enquanto ainda esperavam descobrir qual seria o diagnóstico do motor, o Motumbo foi levado para receber uma rollcage especialmente feita para ele. No desmonte dos vidros, foi constatada uma trinca no parabrisa, que acabou substituído por um novo.
Ao retornar da solda dos canos da rollcage, novamente os amigos dos três se reuniram e ajudaram a pintar os tubos de branco, para dar mais contraste com a cor do carro. Na secagem foi instalado o par de bancos concha Sparco provenientes de uma L200 de rally. Os bancos fazem par com um conjunto de cintos de quatro pontos da Lico para a segurança do piloto e passageiro.
Nesta etapa decidiram e adquiriram a nova motorização, e iniciaram o processo de pesquisa para a instalação. Agora era hora do Motumbo receber seu conjunto de peças que melhoraria sua experiência ao volante. Era a hora de instalar as Coilover H&R, com regulagem de altura e pressão e um conjunto de freios nas quatro rodas, sendo que o conjunto original dianteiro foi parar no eixo traseiro, enquanto o eixo dianteiro recebia as pinças de quatro pistões da Wilwood. As buchas originais também foram trocadas por buchas confeccionadas sob medida, em PU.
Por fim, foi realizada a instalação de um novo motor, um Zetec 2.0 16v, proveniente de um Ford Mondeo com alta taxa de compressão, gerenciador eletrônico da Hardware Car e toda parte elétrica nova. Por incrível que pareça, esse motor entrou como uma luva no pequeno cofre do Fiesta. Usaram um suporte de motor original do Escort Zetec 1.8, com um espaçador feito em PU, tornando este um dos swaps mais baratos que já se foi presenciado. Até mesmo o câmbio original do carro encaixou no novo motor, sem qualquer adaptação. Com isso, foi possível preservar as semi-eixos originais e toda a fixação da caixa de câmbio, tudo como veio de fábrica.
O carro ganhou mais alguns detalhes de acabamento, como volante Lotse, guarnições das portas, adesivagem e cambão. Depois dessas modifições ele parecia estar pronto para seu primeiro desafio: Friends TrackDay de Cascavel, realizado na Páscoa de 2014.
Porém, como o carro ainda não havia sido testado, ainda precisava de alguns acertos de injeção, ajustes de freio e suspensão. Esses ajustes eram coisas a serem feitas na pista, e foi nas primeiras voltas do sábado chuvoso, que o Alexandre perdeu o controle do Motumbo numa aquaplanagem no meio da reta oposta. Ele acabou colidindo com o muro, mas felizmente foram apenas danos materiais, e por maiores que foram os esforços para trazer o carro de voltas as pistas, a brincadeira havia terminado ali.
Mas esse não foi o fim do sonho. No próximo capítulo contarei como foi feita a reconstrução do carro. Até lá!
Por Alexandre Kossowski, Project Cars #175