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Um restomod feito pela Porsche?
A Porsche entrou no negócio de restomods? Mais ou menos. Certamente este carro feito pela Porsche pode ser classificado como um restomod: tem quase 30 anos, foi restaurado, e ao mesmo tempo modificado. Mas não está à venda: é um carro único, de exposição; como se fosse arte.
É uma colaboração da marca alemã e a marca de moda e lifestyle Aimé Leon Dore. O nome soa como uma antiga casa chique francesa, e é de propósito: a marca e o nome foram criados pelo americano Teddy Santis em 2014. Tem sede no Queens, NY. Sim, o americaníssimo lugar que é terra natal de Martin Scorcese, Donald Trump, e Steve Rogers, o Capitão América himself.
O que tem a ver uma marca francesa inventada do Queens com a Porsche? Apenas o público alvo endinheirado e chegado numa grife, claro. Este carro na verdade é a quarta colaboração entre as marcas, e desta vez o resultado é sensacional pelo menos: é baseado no último 911 Turbo arrefecido a ar, o amado 993.
O carro é pintado num tom de verde escuro muito sóbrio e interessante, chamado de Mulberry Green. As rodas Porsche Turbo Twist de 18 polegadas também são pintadas neste verde, mas com detalhes dourados, e agora levam modernos pneus Michelin Pilot Sport PS2, eles mesmo rapidamente virando acessório de luxo entre os gliteratti americanos. Pneu como acessório fashion? Pois é, bem vindo à 2024.
Apesar de ter o escapamento, Splitter dianteiro e asa traseira do 993 Turbo S, o motor é do Turbo normal: 3,6 litros e 408 cv a 5750 rpm. Um motor famoso pela seu farto fornecimento de torque: a partir de 2500 rpm a curva entrava quase num patamar, com quase 50 mkgf disponíveis de 3000 a 5500 rpm, e um máximo de 55 mkgf em 4500 rpm.
A cor Mulberry Green continua no interior, com os encostos dos bancos rígidos pintados naquela cor chamativa. O resto do interior é uma combinação de couro marrom escuro, lã de cordeiro e detalhes dourados.
O pomo da alavanca de câmbio é especial: parece com o Unisphere da Feira Mundial de 1964, que ainda existe, no parque de Flushing Meadows. No bairro de Queens, em Nova York, claro. O carro ficará em exposição na loja Aimé Leon Dore London Flagship na 32 Broadwick Street em Manhattan nos dias 22 e 23 de novembro, hoje e amanhã. (MAO)
O Citroën C3 Aircross zero estrelas: entenda o resultado
O Citroën C3 Aircross tirou zero estrelas no Latin NCAP. Mas para sua sorte, e meu azar, fui por alguns anos engenheiro de segurança veicular, o que me dá alguma bagagem para analisar este resultado, explicando-o em mais algum detalhe.
Primeiro: o carro claramente não se preocupou com os protocolos da Latin NCAP, e por isso, é certo que ia zerar, e a Citroën sabia disso. Apostou que sem atender esses protocolos, economizaria peso e custo, e poderia assim, manter seu preço de venda competitivo. A mesma estratégia usada no passado pela GM, por exemplo, atacada sem dó pela entidade por anos por isso, e uma estratégia que só mudou por mandato da matriz. Mas deu muito certo, enquanto durou: o Onix original bateu recordes de vendas mesmo sendo zero estrelas.
Isso, o zero estrelas, repetimos mais uma vez, não significa que o carro é inseguro. Tem que passar, como todo carro, pela legislação brasileira, que exige que dois ocupantes dianteiros saiam sem traumas graves de um acidente onde o carro acerta uma barreira fixa, semi-deformável, ocupando 40% da sua largura, a 56 km/h. Os 40% são para pegar somente uma longarina, metade da rigidez frontal. Dica aqui: se for bater, acerte a frente inteira, e não metade, se for possível. Mas cuidado para não acertar o meio, entre as longarinas! Sim, segurança veicular é algo muito complexo.
O Latin NCAP faz o mesmo teste a 64 km/h, e se o carro não foi projetado para este requisito, não passa, como foi aqui. Já o impacto lateral é também legislação, teste igual ao do LatinNCAP, e o C3 passou nesse com louvor, mesmo sem airbag lateral; economizou dinheiro bem aqui, ainda que a estrutura tenha que ser projetada para isso.
O terceiro teste de crash, poste lateral, não foi feito por se saber que não passaria: este teste, que mira o poste na cabeça do ocupante e o joga nele a 50 km/h, só é possível de atender com airbag de cortina, ou, para atender SOMENTE a condição exata de teste, um airbag lateral (aquele que sai do banco) tórax-cabeça. Como a Citroën não projetou o carro para este teste da entidade, não há aibag lateral aqui. Não é parte da legislação, também.
E é só. De crash-test, claro; há também uma miríade de exigências da entidade, de safety assists eletrônicos, apitos de aviso, segurança de pedestre, etc. que na nossa opinião, só complicam um entendimento do teste por leigos, e deviam ser eliminados. Concentre-se em segurança passiva, que é mais relevante aqui, né?
É o C3 inseguro? Claro que não. Passe neste teste com louvor e amanhã eles aumentam a velocidade para 70 km/h e você dançou de novo; esta fera não se sacia, por mais que se alimente ela. E não canso de te lembrar, pois vi isso acontecer pessoalmente: cresce exigência, cresce peso e preço; não há almoço de graça.
Nossa opinião é que a entidade deveria testar na legislação, e ranquear o desempenho: saber quem é o melhor ou pior em crash tem valor para os consumidores. Como um teste de 0-100 km/h: há gente melhor, e gente pior. Deixe-nos escolher qual desejamos. Assim como é hoje, um mundo de pecadores e santos, de seguros e inseguros, sem nada no meio, sem falar no de alvo móvel dos requisitos, não nos é útil de verdade. Por ser muito difícil comparar o desempenho dos carros a venda, como consumidor. (MAO)
Esta é a nova Mitsubishi Triton 2026
A Mitsubishi está trazendo a nova Triton para o Brasil, como um ano/modelo 2026 adiantado. O carro vai ser vendido a partir de fevereiro 2025 aqui, como ano/modelo 2026. A gente merece. Mas o que importa aqui é que é uma picape nova, a sexta geração. Vem com tudo renovado e uma série de inovações técnicas. Não chama mais L200 Triton; agora é só Triton.
O motor é um quatro cilindros em linha DOHC/16 válvulas, que mede 86 x 105 mm e 2.442 cm³, com injeção eletrônica direta Common-Rail, biturbo e intercooler, fornece 205 cv a 3.500 rpm e 47,9 mkgf entre 1.500 e 2.750 rpm. A transmissão é automática de 6 marchas AISIN. Existe uma versão básica, GL, que pode vir com câmbio manual, mas todo resto é automático. O sistema de tração nas quatro rodas selecionável vem em dois tipos: Super Select II ou Easy Select, dependendo da versão.
A suspensão dianteira é independente, duplo A sobreposto com barra estabilizadora. A traseira utiliza eixo rígido com molas semi-elípticas. A direção é do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica. Os freios dianteiros são discos ventilados de 17″ na frente, e discos ventilados traseiros de 16″. A picape básica GL vem com tambor traseiro (oh, o crime!) e rodas de 17 e 18 polegadas estão disponíveis.
A picape é maior que a anterior: entre-eixos aumentado em 130 mm e bitola aumentada em 50 mm. É um carro de 5.360 mm em um entre-eixos de 3.130 mm. A altura livre do solo é de 222 mm, e os ângulos de ataque (29°) e saída (23°). A caçamba traz amplo espaço, com 1.555 mm de comprimento e capacidade para mais de uma tonelada de carga útil. Importantes melhorias em rigidez do chassi são registradas; o que, com o novo tamanho, explica o aumento de aproximadamente 10% em peso; pesa agora 2.130 kg em ordem de marcha. A carga útil é de 1.080 kg.
Disponível em seis versões, os preços variam de R$ 249.990 a R$ 329.990; no seu concessionário Mitsubishi em fevereiro próximo. (MAO)
Roush oferece 715 cv e garantia em qualquer F-150 zero km, nos EUA
No SEMA Show, a Ford anunciou a Ford Custom Garage. O objetivo era de em vez de deixar o cliente navegar meio perdido pelo catálogo de acessórios e peças de preparação da Ford, a Ford Custom Garage montaria um pacote e o vende como um sistema completo, para instalação em carros novos em concessionária, ou por terceiros. Se a instalação for feita por um revendedor autorizado, ele é coberto pela garantia. E mostrou isso com uma picape F-150 básica com um kit supercharger.
Mas agora, parece que o negócio ficou até mais simples. A Roush anunciou uma parceria com a Ford, para oferecer um kit supercharger para o V8 de cinco litros da empresa, agora disponível para a F-150 2024.
O supercharger tipo roots R2650, com rotores de quatro lóbulos e deslocamento de 2,65 litros parece ser o mesmo mostrado na picape da SEMA. Roush diz que ele tem rolamentos maiores e engrenagens de sincronização mais parrudas para melhor durabilidade, e funciona com um intercooler personalizado. O kit também inclui um novo reservatório de líquido de arrefecimento e radiador, projetados para otimizar o resfriamento durante situações de alta carga, como reboque. O kit troca velas de ignição, adiciona um damper de virabrequim e uma nova calibração do motor.
O resultado é 715 cv. Isso é mais de 300 cv a amais que o motor original. E, claro, a parceria garante que se o kit for instalado por uma concessionária Ford ou um técnico autorizado, Roush dá garantia de 3 anos/36.000 milhas. Custa US$ 8.649,99 (R$ 50.429), sem incluir a instalação.
Isso significa que, pegando-se uma F-150 básica cabine simples pelada, que custa U$ 38.960 (R$ 227.136), ao redor de US$ 50.000 (R$ 291.500) seriam suficientes para se ter uma picape de 715 cv zero km. Não exatamente barato, mas se você pensar bem… Um Muscle-Car moderno sem tirar nem por. Sensacional, não? (MAO)