Fechando a trinca das três grandes de Detroit no SEMA Show, vamos dar atenção aos gravateiros: é a vez da Chevrolet. Nós já vimos algumas das atrações da Chevy para o SEMA Show por aqui – começando pelo crate engine LT5, o V8 supercharged de 6,2 litros e 765 cv usado no atual Corvette ZR1, que agora poderá ser comprado por qualquer um que estiver a fim de “um pouco” mais de desempenho em seu muscle car clássico. A fabricante até levou um Chevelle restomod equipado com o LT5 para demonstrar seu potencial.
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Ontem vimos a edição comemorativa do COPO Camaro, que completará 50 anos em 2019. O carro de arrancada de fábrica é equipado com um V8 LSX de sete litros, pneus de arrancada e para-quedas especial – e ainda recebeu uma pintura exclusiva na cor Anniversary Blue Metallic, que é uma referência ao Laguna Blue do COPO Camaro original de 1969. E, assim como foi há cinco décadas, serão feitas apenas 69 unidades.
Agora, o COPO Camaro não foi o único pony car de arrancada que a Chevrolet mostrou no SEMA.
eCOPO: um drag racer elétrico de 9 segundos
Ele é igualmente azul, mas os raios pintados no capô e o “E” à frente de seu nome dão a dica: em vez de um motor a combustão interna, o eCOPO Camaro é movido por dois motores elétricos ligados a uma transmissão de arrancada convencional – a mesma Turbo-Hydramatic 400 utilizada pelo COPO Camaro a gasolina.
Os motores elétricos em questão são um par de BorgWarner HVH 250-150, cada um deles entregando 41,5 mkgf de torque a partir de zero rpm – ou seja, têm-se à disposição do pé direito, de forma imediata, 83 mkgf, além de uma potência equivalente a 710 cv.
Ambos os motores são alimentados por um conjunto de baterias de 800 volts – nada menos que o dobro da capacidade das baterias utilizadas nos Chevrolet Bolt e Volt (o carro compacto elétrico e o sedã híbrido plug-in da marca, respectivamente). As baterias são divididas em quatro módulos, cada um deles pesando cerca de 80 kg, sendo que dois ficam no porta-malas e outros dois, na área antes ocupada pelo banco traseiro. É uma forma de concentrar a massa do carro sobre o eixo traseiro, que fica com 56% do carro sobre si – e, com isto, obtém mais tração na hora da largada.
O carro também possui um programa de gerenciamento de energia, que fica ativado o tempo todo para garantir que toda a energia das baterias está sendo aproveitada da melhor forma possível e também para evitar que o conjunto superaqueça. A fabricante também desenvolveu uma gaiola de proteção modificada, que invade a área do porta-malas e garante que as baterias fiquem protegidas em caso de acidente.
O resultado? Segundo a Chevrolet, estamos diante de um Camaro elétrico de nove segundos. Há quem acredite que o eCOPO é uma reação à crescente onda de vídeos de arrancada protagonizados pelo Tesla Model S – que, de fato, não precisa de muito mais que alguns ajustes para se tornar capaz de humilhar praticamente qualquer carro com motor a gasolina no quarto-de-milha.
O Chevrolet Yenko Corvette
Você provavelmente lembra que, além do Chevrolet Chevelle com motor LT5, falamos também sobre o novo Yenko Camaro com motor de até 1.000 cv. Pois a Specialty Vehicle Engineering (SVE), atual detentora da marca Yenko, preparou uma surpresinha para o SEMA 2018, na mesma veia: o Yenko/SC Corvette.
Pensando bem, era até que previsível: com um motor V8 supercharged de 1.000 cv e experiência razoável em modificar muscle cars da Chevrolet, era questão de tempo até que a SVE tentasse instalá-lo no esportivo topo-de-linha da Chevy.
Utilizando o Corvette Grand Sport como base, a SVE repete a receita do Yenko Camaro em seu Corvette: partindo do motor LT-1, a preparadora oferece dois estágios de preparação – Stage I e Stage II. Em ambos os casos o motor tem o deslocamento ampliado de 6,2 litros para 6,8 litros; recebe virabrequim, bielas e pistões de alumínio forjados; e ainda ganha cabeçotes com o fluxo retrabalhado e um sistema de alimentação mais robusto, com novos injetores e bomba de combustível. E, claro, os dois Stages recebem um compressor do tipo Roots com maior capacidade. Assim, o Stage I tem 840 cv, enquanto o Stage II – que usa um supercharger 20% maior e capaz de trabalhar com 25% mais pressão – passa dos 1.000 cv.
A personalização estética segue a cartilha do Yenko Camaro, com faixas laterais decorativas, emblemas “sYc” bordados nos encostos de cabeça, badges especiais na carroceria e plaquetas numeradas. A SVE também oferece a possibilidade de escolher uma cor personalizada para a carroceria, que pode ser repetida na tampa do supercharger e nas pinças dos freios.
A Chevrolet Blazer K5 dos Ringbrothers
Jim e Mike Ring, os Ringbrothers, são conhecidos por seus projetos extremamente criativos e complexos, cheios de modificações radicais. Nós já falamos de vários carros feitos por eles, como um motorhome com motor V8 supercharged de 900 cv; um Cadillac ATS-V 2016 com a carroceria de um Cadillac 1948; e o incrível AMC com Javelin com motor V8 Hellcat, preparado para entregar nada menos que 1.050 cv.
Para o SEMA 2018 eles decidiram ser mais tradicionais – ao menos esteticamente. O projeto dos caras para o evento neste ano é uma Chevrolet Blazer K5 1971. Lançada em 1969, Blazer K5 foi o primeiro veículo com o nome Blazer vendido pela Chevrolet, e era um SUV conversível com carroceria curta e a opção por motores seis-em-linha e V8. Era uma aposta da fabricante para enfrentar o Jeep CJ, porém com melhor acabamento e itens de conforto como ar-condicionado e câmbio automático.
Visualmente, a K5 recebeu apenas uma nova pintura prata na tonalidade “Brazilian Smoke” que, segundo os Ringbrothers, foi emprestada sem pudor algum do catálogo da Mercedes-Benz. A suspensão foi levantada em 2,5 cm usando molas e amortecedores da Ride Tech, que também forneceu as barras estabilizadoras, enquanto as caixas de roda foram modificadas para receber rodas de 17 polegadas Circle Racing de visual retrô.
Quanto à mecânica, a Blazer K5 teve o motor original trocado por um LS3 crate engine da Chevrolet, com 350 pol³ (5,7 litros), alimentado por um sistema de injeção Holley Dominator para entregar 430 cv. A força é levada para as quatro rodas por uma caixa automática 4L60-E da Chevrolet, modificada pela Bowler – aquela empresa britânica especializada em transformar os jipes da Land Rover em verdadeiros monstros.
O SUV também ganhou um sistema de escape Flowmaster e interior revestido de couro marrom, com instrumentos aftermarket da Dakota Digital e central multimídia Kicker.