Olá a todos! Me chamo Alexandre, moro em Fortaleza/CE e a partir deste post vou contar a vocês a história do meu Escort RS 1.8 feito especialmente para track days.
Sempre fui um apaixonado por carros e velocidade — paixão essa que também é compartilhada com meus dois irmãos mais novos (o do meio um tem um Honda Civic Si turbo, e o mais novo tem um Opala 79 com um singelo motor Chevy 350 V8). Essa paixão acabou se materializando em competições de arrancada entre os anos de 2002 e 2007. Nesse período fui três vezes campeão cearense de arrancada nas categorias que, no atual regulamento, seriam a Standard e a Dianteira Original, com um Passat Pointer com motor 2.0 com cabeçote retrabalhado, comando 312 e um par de Webers 50 DCOE para alimentar o conjunto.
Depois disso, deixei a arrancada e fiquei participando somente dos rachas noturnos no autódromo, e em 2008, tive o primeiro contato com os track days, participando do primeiro Track Day Fortaleza. Troquei a caixa de marchas do Passat por uma um pouco mais longa e joguei ele na pista, com Webers 50, metanol e tudo o que tinha direito.
No final da minha primeira volta rápida não aguentava dentro do carro com os olhos ardendo por conta do metanol, então ali mesmo decidi que isso não seria pro meu Passatinho velho de guerra. Ao mesmo tempo, já brotava a idéia de ter um carro voltado exclusivamente para os track days.
No final de 2009 veio o nascimento da minha filha, e com ela um problema relativamente sério de alergia que fez com que eu tivesse que dar um tempo nas atividades de pista e em tudo relacionado a carros, então tive que adiar meu projeto. Em meados de 2011, com a posterior melhora do problema de saúde da minha pequena pude pensar novamente em ter um carro para voltar a participar das brincadeiras, pois nesse meio termo acabei vendendo o Passat para um amigo.
Como havia trocado meu carro de uso diário (um Honda Civic LX 1999) em um Mitsubishi Eclipse GS-T 1995 que em princípio assumiria essa função, eu estava precisando de um carro mais prático para o dia a dia. Em maio de 2012 tive a oportunidade de adquirir um Escort RS Zetec 1.8 16V ano 1999/2000, branco, completinho, aparentemente muito bom de lata e já com rodas 17” e pneus novos. Como minha intenção inicial era realmente utilizar o carro no dia-a-dia, aproveitei uma viagem de 60 dias e o internei para dar uma geral na carroceria, pois ele estava impecável na parte mecânica, mas o visual precisava de um trato. Foi feito um serviço completo de funilaria e pintura no carro e a troca do parachoque dianteiro, que estava quebrado.
Após voltar de viagem e tirar o carro da oficina, já todo zeradinho, comecei a pensar em dar uma melhorada leve no desempenho. Daí, vieram um filtro esportivo e um TBI de Focus 2.0, o que deu uma melhorada na resposta em baixas rotações. No final do ano apareceu uma oportunidade de adquirir um outro carro, esse sim bem mais adequado as minhas necessidades de uso diário, então tomei a decisão: o Escortinho seria o meu tão sonhado Track Car!
Pra começar, os bancos originais deram lugar a dois conchas Lico Hurricane, e para não ficar só na perfumaria, ele ganhou também uma bobina e um jogo de cabos de vela MSD, velas iridium e um kit de óxido nitroso para ganhar 50 cv, além do carinhoso apelido de Chantilly — tanto por conta da cor branca quanto pela composição da delícia envolver óxido nitroso. Um amigo também tinha um RS vermelho que era apelidado de Pepperoni, então frequentemente a dupla Pepperoni e Chantilly era flagrada nas ruas de Fortaleza.
Mas voltando ao assunto, como o câmbio dos Escort dessa geração é muito longo, mesmo com os 50 cv extras ainda faltava fôlego, daí resolvi turbinar, mas acabei desistindo da idéia. Pesquisando em alguns fóruns nacionais e gringos sobre preparação aspirada para esse carro, vi que na Europa é comum o uso dos comandos de válvulas, da ECU e da TBI do Mondeo 2.0 da primeira geração, fabricado entre 1993 e 1996.
O motor desse carro gerava 136 cv, contra os 116cv originais do Escort, e esse swap de peças, pelo menos segundo os relatos de pessoas que fizeram essa alteração em seus carros, levaria o carro para algo entre 130 e 160 cavalos, dependendo logicamente do nível de preparação empregado (retrabalho no cabeçote, mudanças na alimentação etc). O problema é que a maioria dessas peças, pelo menos aqui no Brasil, só poderiam ser encontradas em ferros-velhos ou na internet. Então resolvi começar pela segunda opção pois além de mais cômodo, achei que seria mais fácil de encontrar o que precisava. Será que eu estava certo? No próximo post vocês vão saber a resposta… até lá!
Por Alexandre Santos, Project Cars #178