Lembra quando a Ford anunciou que deixaria de fabricar sedãs e hatches nos EUA para se dedicar somente aos SUV, picapes e ao Mustang? Pois isso também está acontecendo no Brasil, como ficou evidente em seu estande deste ano no Salão do Automóvel. Com exceção de uma dupla de Fusion, todos os carros eram crossovers, picapes ou Mustangs. Até mesmo o Ka, que foi exposto na versão Freestyle, e sua versão sedã, exposta como um conceito aventureiro. Todos crossovers.
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Mas como somos o FlatOut, vamos começar por um carro um pouco mais interessante que os crossovers. Algo como um Mustang de 1.000 cv, esse carro aí da foto abaixo:
Trata-se do BTS 1000, desenvolvido pela Batistinha Garage, como você deve ter suspeitado pelo nome. Baseado no Mustang GT, ele ganhou dois turbos em seu V8 de cinco litros, que agora produz 1.000 cv. O sistema de escape também foi desenvolvido pela BTS e usa abafadores hexagonais com válvulas ativas para ajuste do ronco.
A suspensão ganhou novas molas esportivas, e as rodas Forgeline GF3 de três peças têm 20 polegadas, com tala 11 na dianteira e 13 na traseira — o que exigiu o uso dos alargadores de para-lamas, desenvolvidos para o Mustang 2015, porém adaptados para o Mustang 2018, e um spoiler tipo ducktail. A pintura cinza fosca chama-se Quartz Gray, também desenvolvida pela BTS.
Voltando aos crossovers, foi um deles que trouxe pela primeira vez ao Brasil a linha “Sport Technologies”, que todos nós conhecemos como ST. Com pré-venda iniciada a partir desta semana, o Edge ST chega em janeiro de 2019, equipado com o motor V6 Ecoboost de 2,7 litros, 340 cv e 54,3 kgfm. A transmissão é automática de oito marchas, e distribui a força para as quatro rodas por demanda.
As pretensões esportivas do Edge ST levaram a Ford a dotá-lo com suspensão recalibrada, bancos esportivos revestidos com couro e camurça sintética, e com a marca ST bordada no encosto, e maior suporte para o corpo, além de um modo Sport que altera o peso da direção e o mapeamento do acelerador e câmbio. As rodas de 21 polegadas também são exclusivas e calçam pneus 265/40 nos quatro cantos.
Ainda no regime de pré-venda, o Edge ST será vendido por R$ 299.000 com entrada de R$ 30.000. As entregas começam no início de 2019, que é quando o compradores começam a pagar o restante do valor. A partir do ano que vem, o preço deverá ser aumentado para R$ 310.000. O pacote ainda inclui assistências de condução, como cruise control adaptativo, sistema de frenagem automática de emergência, farol alto automático e sistema multimídia Sync 3.
Depois do Edge ST, o outro lançamento da Ford é o Territory — aparentemente sua maior aposta para o próximo ano. O modelo quebra a “tradição” dos SUV/crossovers com o nome iniciado com a letra “e”, mas isso não tem relação com o fato de ter sido desenvolvido na China em parceria com a Jiangling Motors Corporation. O nome Territory foi usado por 14 anos na Austrália, em um crossover do Falcon desenvolvido pela finada divisão local da Ford.
Agora, o nome volta a ser usado neste novo crossover, desenvolvido especificamente para mercados emergentes como o nosso. Ele ainda não tem data para ser lançado no Brasil, mas caso isso aconteça, ele acabará posicionado entre o EcoSport e o Edge, o que significa que ele concorre com rivais de peso como o Compass e o Tiguan. O motor é 1.5 turbo, mas não o EcoBoost de três cilindros, e sim um motor derivado do Mitsubishi 4G15, com 163 cv.
A Ford apresentou ainda outros três conceitos, dois baseados na Ranger — e com potencial para se tornarem versões especiais da picape — e um surreal aventureiro urbano baseado no Ka Sedan. As picapes são a Ranger Storm e a Ranger Black. A primeira, como o EcoSport Storm, tem uma inclinação off-roader, com apliques pretos na carroceria, para-lamas alargados, barra de LED no teto, snorkel, para-choques off-road, grade com o nome Storm, gancho de reboque e pneus Pirelli MTR Scorpion 285/70 R17.
O conjunto mecânico é composto pelo motor turbodiesel 3.2 de 200 cv combinado ao câmbio automático de seis marchas e, claro, um sistema de tração 4×4. A Ranger Storm ainda tem controle de estabilidade, sistema anticapotamento, assistente de partida em rampa, controle de descidas, controle de oscilação de reboque e sistema de frenagem automática de emergência.
A Ranger Black, por sua vez, soa como uma resposta à S-10 Midnight, ainda que tenha sido projetada na Ásia. Antítese da Storm, a Black tem uma pegada mais urbana, com rodas, maçanetas, espelhos, para-choques, grade dianteira e santantônio todos pintados de preto, além de faróis com máscara negra, para-lamas alargados e pneus all season 265/60 de 18 polegadas. O motor é o mesmo 3.2 Duratorq diesel de 200 cv da Storm.
O terceiro conceito, é um Ford Ka Sedan com apliques nos para-lamas e base lateral do Ka Freestyle. Batizado Ka Urban Warrior, ele tem suspensão elevada para “enfrentar os desafios da cidade como asfalto irregular e alagamentos”, faróis de máscara negra, e sistema multimídia Sync 3 com tela de 6,5 polegadas, além de controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, seis airbags e bancos de couro. O motor é o novo 1.5 Dragon de 136 cv combinado ao câmbio automático de seis marchas.
A Ford ainda mostrou dois “show cars”: a picape F-150 Raptor, figurinha conhecida no Salão, equipada com o V6 biturbo de 3.5 litros e 456 cv, que não será vendida no Brasil…
… e o Fusion Energi, uma versão híbrida do Fusion que combina um motor 2.0 de ciclo Atkinson a gasolina a um motor elétrico para produzir 190 cv.
Finalizando a apresentação da Ford está o EcoSport Titanium, que será a nova versão de topo do modelo, com um estilo mais sóbrio pela remoção do estepe da traseira. Como o EcoSport não foi projetado com espaço interno para o estepe, ele passa a ser equipado com pneus run flat, que permitem rodar até 200 km a 80 km/h.
Apesar de estar pronto e apresentado no Salão, ele ainda não tem data certa para estrear. Considerando que ele foi apresentado como linha 2020, seu lançamento não deve acontecer antes de abril do próximo ano.