Olá, amigos! Na parte anterior desta viagem contei um pouco de como montei o roteiro dos meus sonhos pela Alemanha afora. Agora que cheguei (e já estou sentindo falta), vou começar a contar como foi a jornada. Vou procurar nesses relatos também passar algumas dicas para caso alguém resolva ir por aquelas bandas.
Meu roteiro começou por Frankfurt. A viagem começou aqui meio que por acaso. Sempre tive esse sonho de conhecer a Alemanha, e a vontade foi aumentando principalmente depois de problemas pessoais que passei a mais ou menos um ano atrás. Desde então, vinha fomentando isso nos meus pensamentos. No começo desse ano apareceu uma promoção de passagens para desembarcar lá. Quando vi a promoção, a única coisa que pensei foi: “Vou à Oktoberfest!” Uma pesquisa rápida na Internet e defini datas de ida e volta para coincidir com esse festival.
Aqui começou a série de coincidências que tornaram essa viagem simplesmente a melhor viagem que já fiz na vida!
Comprei passagens para chegar lá dia 26 de setembro e voltar dia 10 de outubro. No meio disso sabia que ia encaixar Stuttgart, Munique e Berlin, cidades que eu sempre quis conhecer, tanto pela herança automobilística, quanto pela Oktoberfest e pela história do século XX, um assunto que me interessa bastante.
Passado alguns dias, comecei a ler reportagens que falavam de possíveis lançamentos a serem feitos no IAA (Internationale Automobil-Ausstellung). “Será que vai ser no período que estarei lá?”. Logo achei a informação que precisava. A exposição acabaria no dia 27, portanto, eu estaria lá e daria para visitar a feira no último dia! Mas que coincidência boa! E foi só a primeira.
Frankfurt
Como cheguei lá dia 26 à tarde e saí no dia 29 de manhã cedo, vou começar a contar essa parte da viagem do fim para o começo.
Frankfurt é uma das cidades mais importantes da Alemanha. Lá fica a sede do Banco Central Europeu, do Banco Federal Alemão e sua Bolsa de Valores é uma das mais importantes do mundo. O aeroporto também é um dos mais movimentados do mundo, o que explica o destino das passagens em promoção. A cidade é muito antiga, e nasceu nos arredores de um vau (vau é um trecho de leito de rio atravessável à pé, à cavalo ou por automóvel) do rio Meno. Como seus primeiros habitantes foram os francônios, daí vem o nome da cidade (Frankfurt am Main – Vau dos Francos do rio Meno).
No dia 28, fiz um tour guiado à pé pela cidade, pra conhecer alguns de seus pontos turísticos e aprender um pouco da história dessa cidade.
Vale saber que pouquíssimos prédios do centro antigo são originais. Como eram feitos de madeira, durante a 2a Guerra Mundial, os aliados a bombardearam com artefatos incendiários. Assim, a cidade ardeu em chamas e praticamente 100% do centro histórico foi destruído e posteriormente reconstruído.
O único prédio que sobreviveu à Guerra
Pelo fato de ser uma das cidades mais importantes do mundo, aqui encontra-se uma mistura de arquitetura antiga e moderna que eu achei bastante interessante.
Internationale Automobil-Ausstellung, mas pode chamar de Salão de Frankfurt
No dia anterior, fora o último desse que é um dos maiores salões do automóvel do mundo. Ele se reveza com Paris (anos ímpares, Franfurt; anos pares, Paris) e costuma ter muitos lançamentos e carros conceito apresentados lá.
Esse ano foi da mesma forma e, a essa altura, você já deve ter lido a cobertura do FlatOut e de outros meios sobre os carros apresentados lá. Então, ao invés de trazer para vocês fotos dos carros incríveis que eu pude ver e entrar, quero mostrar um ponto de vista diferente. Vou tentar mostrar para vocês um pouco da grandiosidade do salão.
Primeiro, peguei um metrô e desci na estação Festhalle/Messe. Ao sair da estação, já dei de cara com a entrada do Centro de Convenções. “Bonita fachada, mas meio pequena para um salão tão famoso”, pensei. Como eu estava enganado! Apenas após entrar percebi o tamanho do local.
Já de cara, um pequeno, mas muito útil brinde. A Volkswagen distribuía sacolas com panfletos, uma garrafa d’água mineral e um bolinho de chocolate, para encarar a maratona. Aceitei de bom grado, comprei minha entrada e comecei a caminhar em direção ao evento. A distância da entrada para o evento é tão grande que o local possuía esteiras rolantes iguais aquelas de aeroporto para acelerar o ritmo de caminhada.
Precisamente às dez da manhã eu entrava no primeiro dos oito pavilhões (!) de expositores. Eu ainda não sabia disso, mas ficaria até o último minuto de salão e não veria todos os estandes. Acabei pulando fábricas com produtos que não me interessavam, e em outras, vi apenas um ou dois modelos de carros que eu estava curioso para conhecer de perto.
Aqui cabe esclarecer. No IAA não existem apenas fabricantes expondo seus lançamentos, conceitos e produtos de linha. Existem pavilhões dedicados à discutir novos modos de mobilidade, tecnologias, materiais e processos relacionados à veículos em geral e sua fabricação.
Então além dos fabricantes de veículos, existiam também fabricantes de peças como Bosch, Marelli, Aisin, ZF, Brembo, Recaro e outras que sequer a gente conhece, porém são parceiros importantes da indústria automobilística na pesquisa e fornecimento de materiais mais leves e resistentes, tecnologias e processos de fabricação mais baratos e de produtos de melhor qualidade.
Sempre, também, há uma pequena exposição de antigos, e nesse ano o tema foram ambulâncias e carros de corrida.
Estande do grupo VAG, exceto Audi. Será que tava cheio?
Pense na dificuldade de chegar perto do Bugatti
Why station wagon? Because rally car!
Estande da famosa fabricante de rodas Fuchs
Depois de mais de 10 minutos na fila, essa era uma das primeiras imagens do pavilhão da Audi. Pense no desespero para andar lá!
Pavilhão da Mercedes-Benz. Essas apresentações ocorriam a todo momento.
Você começa a visita do último andar e vai descendo em espiral. Será que era concorrido o pavilhão?
O banco de trás do Maybach era disparado o mais concorrido do salão!
A Alpina levou um belíssimo B7S Turbo para o salão
Exposição paralela de ambulâncias antigas.
Um clássico!
Quando cheguei aí na BMW do Farfus, já eram quase 16h e eu mal havia passado da metade! Ainda haviam mais três pavilhões para visitar!
Pavilhão do grupo BMW. Nessas passarelas no alto ficavam passando os carros da BMW e Mini.
Minis na passarela suspensa
As duas rodas também tem vez no IAA
As ///M são sempre disputadas
O Ford GT despertou muita curiosidade.
Nesse estande mesclavam fabricantes de pneus, freios, transmissões e veículos.
Vários fabricantes de pneus estão trabalhando essa tecnologia de “pneu sem ar”. Esse foi só um dos exemplos que eu vi lá
Pinça de 10 (!) pistões
Olha o tamanho do pistão do Blitzen Benz em comparação com o restante
Somente perto das 19h eu consegui tirar uma foto limpa do Bugatti Gran Turismo
Após caminhar isso tudo, por nove horas seguidas, fazendo apenas duas pausas para lanchar, eu dei por concluída essa missão. Voltei para o hostel cansado, muito feliz e com meu calo de viagem já me avisando que também tinha visitado o Salão (sim, tenho um calo que aparece na lateral do dedão do meu pé esquerdo toda vez que viajo ou caminho por muito tempo).
No dia 29 basicamente o que eu fiz em Frankfurt foi acordar, tomar um banho, café da manhã reforçado e ir para o aeroporto buscar o carro que me levaria para o inferno (e me traria de volta se tudo desse certo)! Mas isso ficará para a próxima parte. Até lá!