Houve uma época na qual você podia comprar para o seu carro uma coisinha a mais além de um joguinho de tapetes, insul-film, revestimento de couro ecológico (também conhecido como falso) ou uma moldura de placas feita com plástico de fita VHS. Coisa pouca, bobagem…
Cuidado para não cair para trás: o que a Envemo oferecia para os Opalas era digno de uma loja de preparação de ponta. E com o aval da própria General Motors!
Todas as peças podiam ser adquiridas individualmente – igualzinho ao que as concessionárias fazem hoje com os opcionais. Para o motor, havia peças para a preparação tanto do quatro como do seis cilindros: comando de válvulas mecânico apimentado, dupla ou tripla carburação com cornetas, cárter (reservatório de óleo) com maior capacidade, filtros de óleo, ar e gasolina especiais, válvulas de admissão maiores, pistões de alta taxa de compressão, bomba elétrica de combustível, tampa de válvulas de alumínio, cabos de vela de performance, distribuidor Mallory, e até Molykote e Loctite para ajudar a preservar o motor.
E você, achando que estava abafando com aquele filtrinho de ar esportivo com forma de pudim de leite…
Ufa! Estão vivos ainda? Então vamos para a suspensão. A Envemo oferecia molas mais rígidas e pasmem, amortecedores Koni ajustáveis! Algo simplesmente incrível até hoje. Para completar o crime, fabricaram barras estabilizadoras de maior diâmetro, reduzindo a rolagem de carroceria – preparação digna de carro de pista. Estou rindo sozinho aqui. Os caras eram muito bons. E nós realmente desaprendemos tudo.
O massacre continua no grupo de transmissão. Pra quem pegava muita estrada, o overdrive da Laycock era muito bem vindo, pois reduzia as rotações em cerca de 20%, aprimorando o conforto e o consumo; principalmente em rodovias. Agora, quem quisesse acelerar MESMO, podia obter relações de diferencial mais curtas: a Envemo oferecia três opções fabricadas pela DANA, desde uma pouco mais curta (3,08) que a original até uma outra (3,73) digna de carro de rachador. Pra quem ficasse com medo de perder muita velocidade final, eles tinham a solução: um câmbio de cinco marchas, fabricado pela ZF. Pensaram em tudo.
Hum… aqui não dá nem pra fazer um paralelo com os dias de hoje. Sorry. Sarcasmo fail.
Os outros acessórios eram basicamente estéticos, apesar de totalmente funcionais. Como vocês podem ver na imagem acima, as opções eram escassas. Meia dúzia de peças, entre rodas vistosas e mais largas, bancos anatômicos, mostradores, painéis customizados, consoles, grades com faróis auxiliares… uma bela cobertura para o delicioso bolo chamado kit Envemo.
É, amigo. O tempo passa, o tempo voa, e o Bamerindus nem existe mais…
Opala equipado com alguns acessórios Envemo