Há muito, muito tempo atrás, esportivos de verdade tinham apenas duas portas — fossem cupês, hatches ou sedãs/berlinetas. Afinal, para acelerar por aí você não precisava colocar passageiros no banco de trás. Isso se você tivesse um banco de trás.
O problema é que fazer esportivos de duas portas limitava o público alvo dos carros e por isso os fabricantes não viram muito problema em lançar seus esportivos em versões de quatro portas. Dois bons exemplos são o VW Golf GTI e o BMW M3. Os dois nasceram apenas na versão de duas portas, mas em sua segunda geração ganharam a opção de portas traseiras e assim se mantiveram até que um dia o BMW M3 se tornou um sedã de quatro portas, e sua versão de duas portas foi brutalmente transformada no M4. E, como nos anos 1980, o Golf GTI agora irá pelo mesmo caminho. Sim, amiguinho, estamos falando que o Golf GTI deixará de ser oferecido na versão de duas portas.
A informação é do pessoal da Car and Driver americana, que conversou recentemente com o chefe de marketing da Volkswagen nos EUA, Hendrik Muth. Segundo o executivo, “há uma clara tendência em direção aos modelos de quatro portas”. Além disso, a Volkswagen já havia eliminado o Golf R duas-portas e já disse nos EUA que o Golf duas-portas seria oferecido apenas na versão básica na linha 2017.
E mais: parece que a Audi irá seguir o mesmo caminho futuramente. O CEO da marca, Rupert Stadler, já questionou publicamente a viabilidade dos modelos de duas portas do Audi A1 e do A3 — que são oferecidos nos EUA e no Brasil somente com quatro portas.
Além disso há um bom motivo para eliminar variações de uma mesma carroceria: redução de custos. Sem um modelo duas-portas não há a necessidade de desenvolver dois tipos de vidros traseiros, forros internos, bancos, portas e afins. O Golf GTI já vinha sendo oferecido apenas por encomenda desde 2015, o que reduziu significativamente sua demanda — e certamente acostumou o público à ideia de que todo Golf GTI tem quatro portas.