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O que está acontecendo com o Corvette?
Quando Tadge Juechter, o mais longevo engenheiro-chefe do Corvette, e o cara que foi instrumental na sobrevivência do carro, do time e da fábrica em Bowling Green, Kentucky durante a sombria fase da falência de 2008, se aposentou no fim do ano passado, parecia que seria apenas isso: um velho engenheiro se aposentando, depois de 47 anos (!!!) trabalhando com o Corvette.
Afinal de contas, o time do Corvette ainda tinha alguns membros antigos, para continuar a tradição de excelência a baixo preço do modelo, né? Mas aí, veio a notícia agora no início de fevereiro de que dois deles foram demitidos: Kirk Bennion e Harlan Charles. Bennion era o gerente de design exterior do Corvette e estava na GM há mais de 40 anos. Charles era o gerente de produtos do Corvette e estava na GM há 37 anos. Ambos eram líderes respeitados, e agora, com eles também indo embora, um certo ar de desmantelamento da velha guarda do Corvette pairou no ar.
Esta semana, mais uma notícia estranha: a General Motors está pausando a produção do Chevrolet Corvette em sua planta de Bowling Green por quatro semanas no total, mas não consecutivas, até o final de maio. Segundo a GM, os motivos são vários, incluindo preparar a linha para atualizações que devem ser feitas para o modelo de 2026. Outro motivo parece ser mais preocupante: “controlar o estoque do Corvette”.
O Mid Engine Corvette Forum observa que muitos funcionários de Bowling Green estão se aposentando e que a GM não pretende substituí-los. Outros funcionários serão obrigados a concluir tarefas adicionais, e isso exigirá “retreinamento extensivo”.
Detalhes limitados são conhecidos sobre as mudanças para o Corvette 2026. Há muito tempo se fala sobre a marca preparando uma reforma interna significativa para o C8, mas não se sabe se isso acontecerá. Um membro do fórum especula que pode ser um novo modelo Grand Sport, que poderia ficar bem na faixa entre o Stingray e o E-Ray, provavelmente usando uma versão atualizada do V8 de 6,2 litros OHV aspirado, ligeiramente mais potente, e com melhorias de chassi dos modelos mais potentes.
Mas pode ser só especulação, esse Grand Sport: com o modelo base, o E-Ray, o Z06 e o ZR1, há lugar para mais uma variante do C8? Lembramos que ainda há o Zora a ser lançado, uma junção do motor traseiro biturbo do ZR1 com o elétrico dianteiro do E-Ray. Lembramos também que o C7 Grand Sport foi ideia justamente de Harlan Charles, agora demitido e proponente de Corvettes mais baratos, não mais caros.
Hoje chega outra notícia preocupante: o CorvetteBlogger informa que devido a problemas de fornecimento do kit aerodinâmico opcional em fibra de carbono, o início da produção do ZR1 foi adiado. Parece que a data original era 28 de abril, mas não mais. A posição oficial da Chevrolet é que tudo ainda está andando normalmente com o ZR1.
O que nos leva a perguntar: o que está acontecendo com o Corvette, dona GM? De verdade? (MAO)
Stellantis cancela investimentos na Maserati
A Stellantis anunciou que cancelou um investimento planejado de € 1,5 bilhão (R$ 9,1 bilhão) na sua marca italiana Maserati. Esta decisão não poderia vir em pior hora para a Maserati, que tem lutado com vendas decrescentes e perdas financeiras. Mas por outro lado, parece uma atitude ligada à rápida mudança do cenário internacional dos carros elétricos. Este dinheiro deveria financiar um Maserati MC20 totalmente elétrico, junto com os sucessores elétricos do Quattroporte e do Levante. Uma atitude inteligente, parece: melhor esperar antes de gastar isso em coisas com pouca chance de sucesso.
De acordo com a Autocar, o diretor financeiro da Stellantis, Doug Ostermann, acredita que o conglomerado precisa revisar o cronograma de lançamentos de produtos planejados pela Maserati. “Temos que reconhecer a dinâmica desse negócio, principalmente no mercado chinês, e nossas expectativas em termos de quão rápido esse mercado de luxo faria a transição para a eletrificação”, observou ele.
A Maserati precisa de dinheiro e novos modelos atraentes se tiver alguma chance de sobreviver. No ano passado, as vendas globais caíram de 26.600 unidades para apenas 11.300. O poderoso sindicato italiano, FIM, não perdeu tempo em exigir respostas da Stellantis. O sindicato quer clareza sobre o futuro da Maserati em uma reunião marcada para 11 de março. “A Maserati representa uma das situações mais críticas”, disse o secretário-geral da FIM, Ferdinando Uliano.
A Stellantis, como sabemos, está em busca de um novo CEO após Carlos Tavares sair abruptamente em dezembro. O novo líder pode enfrentar a tarefa nada invejável de decidir quais marcas sobreviverão e quais morrem. O que coloca a Maserati numa situação deveras difícil. (MAO)
Ford registra “Mach 4”: um sedã Mustang?
Pensem bem: com o fim do antigo Dodge Charger de quatro portas, o mercado americano ganhou um buraco bem no seu meio; um buraco no formato de um sedã quatro portas tradicional de tração traseira, que poderia ser desde um carro V6 básico de locadora até um V8 supercharged para entusiastas, passando por departamentos de polícia e outros órgãos governamentais no meio. Quem poderia ocupar este espaço? O novo Charger elétrico pode ter versão de quatro portas, mas pode-se falar com segurança neste momento que é um fracasso; pelo menos até receber motores a combustão interna planejados. O buraco continua lá, esperando preenchimento.
Agora, parece que a Ford está disposta a fazer exatamente isso. A Ford solicitou uma nova marca registrada no USPTO (United States Patent and Trademark Office) para o nome “Mach 4”. O pedido foi protocolado em 25 de fevereiro.
Boatos de que a Ford fará um sedã Mustang já existem há anos. Em 2018, a Ford teria mostrado um modelo conceitual para revendedores antes do projeto ser arquivado. Em maio passado, o primo menos famoso da família Farley, o CEO da Ford, Jim Farley, disse que “acredita” que a Ford poderia fazer um Mustang de quatro portas, desde que tivesse “todo o desempenho e atitude do original”.
Há também a possibilidade de que esta marca registrada Mach 4 de alguma forma se relacione com o supercarro Raptor que a Ford divulgou no passado. Nada se sabe sobre esse projeto em particular, mas em janeiro, Farley disse ao Top Gear: “Estamos no meio da criação de algo, então ainda não temos todas as respostas, mas a questão é: a Ford deve fazer um supercarro off-road? Não uma versão de um carro, mas um modelo dedicado”.
É diluição da marca fazer um sedã Mustang? Claro que não. Depois de fazer HR-V gigante elétrico com logotipo Mustang, nada mais é sagrado, né? (MAO)
VW Tera será lançado no Carnaval carioca
Vai ser em meio a tanto riso, tanta alegria, e com mais de mil palhaços no salão, que a VW vai lançar o seu novo “SUV” Tera. A chegada foi confirmada pela Volkswagen para o próximo dia 2 de março, durante o Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí. O modelo será de entrada da marca no país e será feito na mesma plataforma dos irmãos com Polo, T-Cross, Nivus e Virtus. Tem lugar para ainda mais uma versão aí? Aparentemente sim.
A empresa revelou enquanto isso mais alguns teasers do carro, em meio à folia de Momo. Pelas imagens será… bem mais um carro VW difícil de distinguir de outro carro VW. O desenho e projeto são brasileiros, aparentemente, com o desenho supervisionado pelo executivo de design brasileiro José Carlos Pavone.
Diz Pavone: “O Tera foge do padrão. É um carro muito especial, com muitos detalhes e todos eles pensados com carinho pelas áreas. Ele traz um design autêntico para uma plataforma já conhecida, tem uma escultura traseira linda, e vai ser algo bem diferente. Estou muito feliz com esse projeto. Desde o primeiro rabisco eu já espero por ele nas ruas, rodando nas avenidas e estradas por aí”.
O Tera será produzido na fábrica de Taubaté (SP), e deverá ter ao redor de 4 metros de comprimento, menor que o T-Cross e o Nivus. É concorrente direto da nova safra de hatchback com decoração aventureira exemplificada pelo Renault Kardian e o Fiat Pulse. Não era o Nivus o concorrente deles? Aparentemente, também: o Tera será mais barato que o Nivus.
E falando em Nivus, o carro acaba de ser lançado na vizinha Argentina, com uma diferença interessante: lá tem a opção de câmbio manual acoplado ao motor 1.0 turbo de 101 cv, somente a gasolina. Uma opção dessas não teria preço semelhante ao tal Tera aqui, o inviabilizando? Só para quem sabe que no fundo, é tudo a mesma coisa: para o público em geral o Tera é novidade da VW, um SUV barato!
E o Tera deverá também ter sua opção manual de entrada; o que, esperamos, junto com um carro mais leve que o Nivus, fará o desempenho dele mais interessante. O motor deve ser o 1.0 turbo Flex, aqui na versão de 116 cv. E pelo menos, é uma tentativa de se fazer algo mais barato: todos sabemos que precisamos disso. Pierrôs, Arlequins e Colombinas vão gostar? Veremos. (MAO)