Como em todos os anos no mês de maio, os fãs europeus da Volkswagen se reuniram às margens do lago Wörthersee, na Áustria para mais um Wörthersee Treffen. O encontro deste ano começou na quarta-feira passada (24) e se estendeu pelos quatro dias seguintes, terminando no último sábado (28). Foram mais de 100.000 pessoas e milhares de modelos do Grupo Volkswagen — a maioria modificados ao estilo que ficou conhecido como ‘euro look’ ou ‘german look’ —, conceitos da própria fabricante e até alguns “bicões” da Mercedes e BMW.
O evento também foi o local escolhido pela Volkswagen para testar a receptividade do público ao conceito up! GTI. O esportivo é equipado com uma variação de 115 cv do motor 1.0 TSI, que homenageia o Golf GTI original dos anos 1970, que tinha peso, porte e potência semelhantes. Até mesmo os bancos de tecido xadrez estão presentes no conceito.
O protótipo usa componentes derivados do Polo, como a caixa de direção e os freios com discos ventilados. A suspensão foi modificada com amortecedores mais rígidos, braços inferiores com novo formato, menor altura de rodagem (o GTI é 15 mm mais baixo que um Up comum) e bitolas alargadas para reduzir a transferência de peso lateral. A imprensa britânica já andou com o carro e disse que as modificações o deixaram mais firme e responsivo, com uma direção bem calibrada, que a suspensão é confortável apesar do acerto mais duro e que o carro ficou mais neutro, ainda que continue voltado ao subesterço.
Mesmo antes de exibi-lo ao público, a Volkswagen já havia decidido produzi-lo, o que deve acontecer no início de 2018.
Depois a marca levou outros três conceitos que não têm a menor pretensão de chegar às linhas de produção por serem modelos feitos como trabalho de conclusão do programa de aprendizes da Volkswagen.
O primeiro deles foi o Golf GTI First Decade, batizado com este nome por ser o 10º conceito criado pelos jovens da Volkswagen para o Wörthersee. Ele é equipado com o motor 2.0 TSI recalibrado para produzir 410 cv e ganhou um pequeno motor elétrico de 17 cv na traseira, permitindo que ele tenha tração nas quatro rodas para pisos de baixa aderência ou ainda um modo 100% elétrico.
As baterias, que ficam na traseira do carro, são recarregadas por um sistema que recupera a energia cinética dos freios. Sim: um Golf GTI com KERS.
No campo visual o Golf GTI First Decade ganhou uma pintura de dois tons de azul, rodas com o mesmo esquema de cores, um spoiler traseiro emprestado pelo GTI Clubsport e, claro, emblemas “First Decade”. Por dentro o tema azul volta a aparecer no volante e nos detalhes do painel, e o esportivo recebeu um sistema de áudio de 1.690 watts e 12 alto-falantes.
O segundo conceito foi o Golf GTE Variant impulsE, feito por 14 aprendizes da fábrica de Zwickau, de Chemnitz e de Dresden. A perua teve como foco do projeto a combinação de versatilidade de uso, caráter esportivo e aproveitamento da tecnologia híbrida.
A perua usa pintura branca “Oryx White” com uma faixa azul “Apassionata Blue” e detalhes em cinza e vermelho. Complementando o visual multicolorido, o carro ainda recebeu rodas de 19 polegadas e capô com um par de respiros em cada lado. Por dentro o acabamento usa detalhes pintados na cor da carroceria, couro preto com costuras azuis no volante, banco (que também usa alcantara), coifa do câmbio e portas, além de um sistema de iluminação ambiente controlado por aplicativo.
O motor é o mesmo 1.4 TSI combinado a um conjunto elétrico auxiliar que, juntos, produzem 204 cv. As baterias, contudo, foram modificadas para dobrar a autonomia elétrica da perua.
O terceiro conceito é o Golf GTE, que ganhou uma pintura branca especial, batizada Electric White Mother of Pearl Effect (traduzindo: efeito madrepérola branco elétrico), com detalhes em preto e azul além de rodas Pretoria de 19 polegadas com o mesmo esquema de cores da carroceria, freios com discos de 431 mm e pinças azuis.
O modelo híbrido também pegou emprestado alguns equipamentos dos seus irmãos movidos puramente a combustão: do GTI vieram o difusor traseiro e as saídas de escape; do GTI Clubsport veio o spoiler traseiro. Não há imagens do interior, mas a Volkswagen diz que lá dentro há um volante de couro feito exclusivamente para o conceito GTE, revestido com alcantara e com a marcação de centro em couro azul.
O powertrain usa o layout básico do GTE, porém com mais potência: o 1.4 turbo e o motor elétrico auxiliar ganharam upgrades (não detalhados) para elevar a potência de 204 cv para 272 cv e o torque de35,6 mkgf para 45,8 mkgf.
Agora, entre os carros expostos pelos fãs, os destaques vão para este belo Golf Country, uma versão limitada a 7.735 unidades fabricada pela Volkswagen na Áustria. Diferentemente dos modelos Country atuais da Volkswagen, este Golf tinha suspensão mais elevada para garantir 21 cm de vão livre, skid plate, quebra-mato, tração integral e estepe na traseira.
O modelo exposto é ainda mais raro: um dos 558 “Chrompaket”, que tinha quebra-mato cromado, teto solar deslizante e interior de couro bege.
Outro modelo Volkswagen que não se vê todo dia, apesar de ter mais de 200.000 unidades produzidas, é este K70 vermelho. O K70 foi o primeiro modelo da Volkswagen com motor dianteiro e arrefecimento líquido, embora não fosse um Volkswagen de nascimento e sim um NSU.
Quem também deu as caras foi o famoso Audi A4 Cabriolet com revestimento de couro… na carroceria. Sim: é um envelopamento de couro, na prática, e foi a inspiração para o Volkswagen Polo envelopado com o mesmo material em Porto Alegre/RS (sobre o qual falamos aqui).
Por último, sem chamar muita atenção estava este Passat Variant R36, a versão esportiva da perua com o motor 3.6 V6 de 300 cv que chegou a ser o modelo mais rápido da Volkswagen na época de seu lançamento, com aceleração de zero a 100 km/h em 5 segundos.
Confira agora os carros mais legais que compareceram no Wörthersee deste ano, nesta galeria compartilhada pelos caras do Eurodubs: