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320 cv e tração integral: todos os detalhes do novo Ford Focus RS 2016

Se 2014 foi o ano do VW Golf R e seus 2.0 turbo de 300 cv, 2015 está começando com a reação de seu maior concorrente: o novo Ford Focus RS que, depois de muita especulação e alguns teasers, finalmente foi apresentado ao mundo nesta terça-feira (03). Mas o que mudou? Muita coisa — e nós vamos dar todos os destalhes neste post!

Mas antes, vamos relembrar por que o novo RS é importante: entre 2002 e 2003 a Ford europeia fabricou 4.501 unidades de uma versão esportiva do Focus de primeira geração, com motor de dois litros turbo de 215 cv. Parece pouco hoje mas, na época, era monstruoso. Só que as coisas mudam rápido e, para a segunda geração, 215 cv já não eram o bastante.

Assim, em 2009, 215 cv já eram risíveis para uma versão extrema de um hot hatch, e assim o novo Focus RS recebeu um motor de cinco cilindros com 2,5 litros, turbo e 305 cv — suficientes para chegar aos 100 km/h em 5,9 segundos com máxima de 263 km/h. Ele só não tinha uma coisa que a concorrência — formada, principalmente, pelo Golf R e pelo Subaru WRX — já explorava havia algum tempo: tração integral.

Isto acaba de mudar: o novo Focus RS 2016 finalmente terá a força levada para todas as quatro rodas — e estamos falando de um motor turbo de “mais de 320 cv”, de acordo com o site da Autocar, primeiro veículo a divulgar todas as informações do lançamento. E o negócio está bem interessante, porque a tração integral é só uma das novidades, ainda que seja a melhor delas.

As primeiras suspeitas de que o Focus RS ganharia tração nas quatro rodas começaram em setembro mas, naquela época, ainda era uma especulação baseada no comportamento dinâmico do carro durante testes em Nürburgring. O mistério ficou no ar até a manhã de hoje, quando a Ford anunciou que o Focus RS terá um novo sistema de tração integral com vetorização dinâmica de torque — “All-Wheel-Drive with Dynamic Torque Vectoring”, nas palavras da própria fabricante.

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A opção pelo sistema veio depois de realizar testes com ambas as opções. Obviamente, estamos em 2015 e o Focus RS certamente não conseguiria se manter à altura da concorrência sem aderir à tração integral, usando um sistema desenvolvido pelo braço europeu da Ford Performance. E mais: a Ford garante que o novo sistema dá ao RS o melhor desempenho da história do modelo — algo que, de certa forma, já era esperado, não?

Importante: este não é o mesmo sistema do Fusion ou dos SUVs da marca — é totalmente novo. A Ford não dá maiores detalhes, mas diz que o novo Focus RS é capaz de variar a distribuição de torque entre os eixos dianteiro e traseiro, e também entre as rodas traseiras continuamente, graças ao que chamou de RDU, ou Rear Drive Unit, no qual cada uma das rodas traseiras recebe a força através de uma espécie de embreagem acionada eletronicamente.

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Na prática, o sistema age como um diferencial de deslizamento limitado, usando sensores que monitoram as condições de aderência até 100 vezes por segundo e assim, a central eletrônica pode reservar até 100% do torque para qualquer uma das rodas traseiras — o suficiente para, segundo a Ford “virtualmente eliminar qualquer subesterço” e “realizar saídas de traseira controladas na pista”. Por aqui a gente chama isto de “drift”. Um Focus que faz drifts? Onde a gente assina?

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Isto por que ainda nem começamos a falar do motor. A primeira coisa que você deve saber é que ele é menor que o do RS anterior, deslocando 2,3 litros em vez de 2,5 litros, e também tem um cilindro a menos. Se você estava prestando atenção, deve ter sacado que trata-se de uma versão modificada do motor do Mustang Ecoboost que, no muscle car, entrega 314 cv. Se eu fosse marqueteiro da Ford diria que o Focus RS é mais potente que um muscle car.

Com um turbocompressor do tipo twin-scroll, um intercooler maior e cabeçote feito com uma liga de alumínio mais resistente, montado sobre uma junta reforçada, o novo motor entrega “pelo menos” 320 cv e é capaz de girar até 6.800 rpm. Ainda não foram revelados os números definitivos, mas há quem diga que a potência pode passar dos 350 cv. O sistema de escape receberá tubulação de maior diâmetro e, segundo a Ford, além de oferecer menos restrição, o escapamento produz um ronco “recompensador e esportivo quando se dirige com mais empolgação, com o som rouco e estralado que é a assinatura do RS”. Estamos gostando de tudo até agora.

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Não foram divulgados detalhes técnicos mais específicos sobre a suspensão, mas o carro recebeu molas e buchas mais firmes, barras estabilizadoras e amortecedores ajustáveis com dois modos: Road e Track. O sistema de direção elétrica, já presente no Focus ST, permanece aqui, as tira proveito da suspensão mais rígida, com braços mais curtos e, segundo a Ford, é mais responsiva e transmite melhor as condições da estrada ao motorista.

Agora, o visual: a Ford acertou no ano passado ao dar ao Focus reestilizado faróis mais estreitos e uma cara mais agressiva — especialmente no ST. Mas o RS tem uma natureza ainda mais extrema e o visual corresponde à altura: a grade “bocão” ficou ainda maior, com um aplique na parte inferior que abriga o tradicional logo “RS”, e o para-choque recebeu outra entrada de ar para o sistema de arrefecimento com maior capacidade. Os faróis auxiliares, verticais, ficam abrigados em grandes molduras pretas que enfatizam ainda mais a “cara de mau” do novo RS.

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Na traseira há um difusor que abriga as duas grandes saídas de escape e uma enorme (e funcional) asa traseira na tampa do porta-malas. As rodas são de 19 polegadas e poderão ser calçadas com pneus Michelin Pilot Super Sport de medidas 235/35 nos quatro cantos ou, opcionalmente, com um jogo de semi-slicks Pilot Sport Cup 2 — tão aderentes que, com eles, a Ford promete aceleração lateral de até 1G.

Por dentro o carro ganhou novos bancos Recaro do tipo concha, volante de menor diâmetro, com aro mais grosso e revestimento de couro, pedais em metal e uma tela sensível ao toque de oito polegadas que roda o sistema de entretenimento Ford Sync2.

 

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Agora, como parte da nova estratégia global da Ford, o Focus RS ficará mais conservador em alguns aspectos: ele só será oferecido com quatro portas. E não espere encontrar um belo exemplar verde-limão nas concessionárias, pois serão só quatro opções de cores: azul “Nitrous Blue”, cinza “Stealth Grey”, preto “Absolute Black” e branco “Frozen White”. Tudo bem, não se pode ganhar todas.

E quanto este carro vai custar? Ainda não se sabe ao certo, mas a maioria dos sites britânicos concorda que não deverá sair por menos de £ 30 mil, ou cerca de R$ 123 mil em conversão direta. Para se ter uma ideia, o Golf R custa a partir de £ 30.150 no Reino Unido. A briga vai ser acirrada mesmo, e nós vamos querer acompanhar tudo bem de perto.

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O Focus RS deverá chegar às concessionárias no fim de 2015 ou, no máximo, no primeiro bimestre de 2016. Mais detalhes deverão ser revelados até o início de março, quando acontecerá o Salão de Genebra, na Suíça — palco escolhido para a primeira aparição pública do carro. Quem mais está bem ansioso?

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Mais imagens e informações deverão ser divulgados em breve. Atualizaremos o post com as novidades!