O atual BMW M2 é o primeiro de sua espécie, e é como uma versão mais moderna do M3 E46, em termos de porte e potência: ele tem um seis-em-linha de três litros com turbo e 370 cv, tem dimensões semelhantes às do M3 e foi feito para entregar a mesma pureza dinâmica – claro, a sobrealimentação e as proporções mais avantajadas da carroceria são fruto dos tempos atuais, mas a essência está lá.
Na real é a própria BMW quem dá uma “segurada” no desempenho do M2, a fim de não canibalizar o maior e mais caro M4 – mais ou menos como a Porsche faz com o 718 Cayman/Boxer e o 911. Ou seja: o BMW M2 tem um potencial imenso, e a BMW sabe disto. Tanto que uma edição especial equipada com uma versão de 410 cv do motor S55 usado no M3/M4, chamada BMW M2 Competition, está em desenvolvimento.
O carro deverá ser apresentado na segunda metade do ano que vem e será um momento importante: até agora, o BMW M2 é o único modelo M que não tem um motor “S”, que é a letra utilizada para designar os motores desenvolvidos pela divisão Motorsport especificamente para seus carros. O M2 Competition deverá corrigir esta “falha”, e há quem diga até que a BMW pode abandonar o motor N55 no M2.
Quem não tiver paciência para esperar, contudo, pode recorrer às preparadoras para melhorar seu M2. E a alemã Manhart tem algo que os donos de M2 vão curtir de verdade (pô, eu não tenho um M2 e curti!): o Manhart MH2 630.
O barato do Manhart MH2 630 é que ele é exatamente o swap que a BMW vai fazer com o M2 Competition: um M2 com o motor do M3/M4, bem como o a caixa de dupla embreagem de sete marchas ou manual de seis marchas que pode ser encontrada nele. Só que, como já dissemos, a potência foi de 431 cv para 630 cv. O torque aumentou de 56 mkgf para 76,5 mkgf. O resultado: menos de quatro segundos no 0-100 km/h, velocidade máxima de 323 km/h.
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O negócio é o seguinte: o pacote MH2 630 para o BMW M2 foi apresentado no meio do ano passado, como parte das comemorações de 30 anos da Manhart, e está disponível desde janeiro. Além do swap, o carro recebe diversas melhorias mecânicas: admissão de fibra de carbono com maior fluxo, intercooler do tipo ar-água, uma nova ECU com programação exclusiva e um sistema de escape com abafadores de 90 mm foram empregados.
Mas não foi só isto: a Manhart também deu um tapa na aerodinâmica do M2. Saias laterais, difusor traseiro e asa traseira de fibra de carbono que são oferecidos como opcionais pela BMW foram aproveitados, enquanto o capô e o splitter frontal, também de fibra de carbono, foram feitos sob medida para o MH2 630. E, se você optar pela versão Track Edition, disponibilizada no início do mês, os quatro para-lamas originais também são trocados por peças de compósito e a traseira ganha uma asa de desenho exclusivo.
A suspensão recebeu amortecedores KW ajustáveis, enquanto os freios ganharam discos de carbono-cerâmica de 380 mm na dianteira e 370 mm na traseira, mordidos por pinças de seis e quatro pistões respectivamente. Já as rodas são as Manhart Concave ONE, feitas sob medida, com 19 polegadas de diâmetro. Elas calçam pneus Michelin Cup 2 de medidas 255/35 na dianteira e 285/30 na traseira. Originalmente, como dissemos em nossa avaliação, o BMW M2 é um carro que aponta muito rápido nas curvas e chega a ser sobre-esterçante em certos momentos (ou seja, é divertido pra caramba). A suspensão do MHE 630 oferecer uma amplitude maior de ajustes.
Por dentro também houve espaço para melhorias: o interior é todo revestido em Alcantara preta com costuras douradas: painel, forros das portas, teto e bancos – que, na dianteira, são um par de Recaro CS Sportster. Além disso, uma tela digital da Awron é instalada no lugar de uma das saídas de ar para te ajudar a conferir o funcionamento do motor e dados de telemetria em tempo real. Na versão Track Edition, ainda há uma gaiola de proteção integral.
Quanto custa tudo isto? A Manhart não revela oficialmente, mas fontes em fóruns alemães da BMW dizem que, incluindo o carro original, o valor passa de € 100 mil – são R$ 383 mil em conversão direta. É o dobro do preço de um M2 comum.