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Car Culture

BYD versus ANFAVEA | Bronco faz 60 anos | Bortoleto na Hungria e mais!

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A briga da BYD com a ANFAVEA

“O maior truque do diabo é ter convencido o mundo de que ele não existe” disse Baudelaire. Mas mesmo que a gente saiba que ele existe, ainda assim, não é fácil discernir suas ações; o bicho é dissimulado pacas.

Vejam o atual embate da ANFAVEA com a BYD. De um lado, uma mega-corporação chinesa que já foi até multada pelas condições de trabalho sub-humanas na sua planta na Bahia. De outro, uma entidade de classe que consegue sobreviver a décadas à custa de incentivo estatal. Mas ambas, no fim, geram ou prometem gerar empregos de alguma qualidade, esperamos, para fazer algum bem para o país. Quem é o vilão aqui?

Tudo começou quando a BYD solicitou a redução das tarifas de importação de kits de veículos CKD e SKD de 18% a 20% para patamares entre 5% e 10%, o que desagradou os fabricantes já instalados no Brasil.

Os presidentes de quatro fabricantes, Volkswagen, Stellantis, Toyota e General Motors, mandaram uma carta aberta para outro presidente, o do Brasil, onde diziam que “A possível aprovação de incentivos à importação de veículos semidesmontados (SKD) ou desmontados (CKD) impacta a competitividade da produção local e reduz o valor agregado nacional, além de ameaçar empregos, inovação e a engenharia brasileira.”

A BYD, por sua vez, adotou para si o papel tão amado hoje em dia do lema “move fast and break things” do vale do silício, algo que chega a ser infantil em seu princípio, mas que funciona; principalmente como propaganda. Tem gente que adora, acha que está no meio de alguma revolução, só porque comprou um produto de uma mega-corporação chinesa. Che Guevara e George Washington, soldados de revoluções de verdade, rolam em seus respectivos caixões. A BYD disse: “Se os dinossauros gritam, é sinal de que o meteoro chegou”. Ouch! Deliberadamente abaixo da cintura.

Cutucadas dos dois lados dadas, o governo interveio com uma solução intermediária, suficientemente desconfortável para ambos os lados para ser chamada de justa.

O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), emitiu uma nota com a resolução dos pedidos de ambas as partes. Ficou rejeitado o pedido da BYD para reduzir os impostos de importação para veículos montados aqui a partir de kits semi prontos importados (regime SKD) ou com peças importadas e montagem local (CKD). Além disso, será antecipada a aplicação da alíquota de imposto de importação de 35% para veículos híbridos ou elétricos montados em regime CKD em um ano em meio. O aumento da alíquota deveria ocorrer em julho de 2028, mas foi antecipado para janeiro de 2027.

Mas o órgão deliberou também que, em contrapartida, veículos montados no Brasil com componentes importados, em regime SKD, terão isenção do Imposto de Importação por seis meses, ou seja: até início de 2026, ou até o uso do somatório de até US$ 463 milhões de incentivos. A BYD pode então começar sua fábrica como planejara, com SKD, sem problemas, e depois produzir aqui como as outras. E assunto encerrado.

O Pé-Preto, procurado para fornecer sua posição no assunto, recusou a comentar, dizendo que, na verdade, é um produto de nossa imaginação, e não existe no mundo real. (MAO)

A nova Honda CB1000F mostrada de novo no Japão

A Honda se aproxima do lançamento oficial da nova CB1000F. Em março, a Honda revelou seu Concept CB1000F no Salão de Motos de Osaka e, apesar do nome, ficou imediatamente claro que se tratava de um futuro modelo de produção. Agora, uma segunda versão foi exibida na corrida de 8 Horas de Suzuka, em 1º de agosto.

Além do protótipo CB1000F Concept, a marca japonesa exibiu duas novas variações de cores, e uma nova semicarenagem para a versão “SE” da moto. Além do prata e azul já antes mostrado, agora a moto tem versões em preto, e cinza com prata.

Este ano, a antiga CB1300 Super Four da empresa e sua irmã parcialmente carenada, a Super Bol d’Or, encerram a produção, mais de 30 anos após o lançamento de sua antecessora, a CB1000 Super Four Project Big-1, em 1992. Embora não sejam oferecidos internacionalmente há anos, os modelos CB1300 são uma referência para os compradores da Honda no Japão. A nova CB1000F será o substituto, e provavelmente será vendido ao redor do mundo.

CB1300 Super Four
CB1300 Super Bol d’Or

Isso pelo simples motivo de que a CB1000F e a SE são ambas baseadas diretamente na CB1000 Hornet, que já é vendida em todos os principais mercados internacionais da Honda, o que significa que não há impedimento legal que impeça a venda das motos fora do Japão.

CB1000 Hornet

O motor de quatro cilindros é na verdade baseado no motor da CBR1000RR 2017; espera-se potência ao redor dos 150 cv, e 11 mkgf de torque. O quadro, a suspensão, os freios e até as rodas, são retirados diretamente da Hornet. A única mudança foi a estética, com guidões mais altos e largos, um tanque de combustível e um assento em estilo retrô inspirados na antiga CB750F, além de um escapamento cromado de aparência tradicional.

As versões de produção da CB1000F e SE devem ser anunciadas ainda este ano como modelos 2026, no Japão. (MAO)

60 anos do Ford Bronco: a série especial

O Ford Bronco está fazendo 60 anos de idade, e a Ford está comemorando a efeméride com uma edição especial do carro. A criação do Bronco original é uma história de imitação, como tantas outras na indústria: o sucesso do Jeep civil dá luz ao International Scout, um Jeep de carroceria sem paralamas separados; a Ford cria um concorrente para ambos na forma do Bronco original de 1965.

Depois, em 1978, o Bronco vira uma perua duas-portas curta da picape  F-150; morre em 1996. Com a popularidade de restomods baseados na primeira geração do Bronco nos anos 2010, a Ford decide capitalizar: lança o Bronco moderno em duas versões: um monobloco baseado na plataforma do Ford Maverick e arquitetura de tração dianteira, o Bronco Sport, e um “de verdade”, o de chassi separado baseado na picape Ranger.

Para celebrar o sucesso contínuo do nome renascido, a Ford lançou agora um novo pacote Bronco 60th Anniversary 2026. O pacote é exclusivo para os modelos Outer Banks com carroceria de quatro portas. Os clientes poderão escolher entre o motor de quatro cilindros de 2,3 litros e o motor V-6 de 2,7 litros. No entanto, não haverá escolha em relação à capacidade off-road, já que todos os modelos da Edição 60th Anniversary vêm equipados com o Pacote “Sasquatch”: suspensão de alta, uma relação de transmissão final mais curta, diferenciais com comando de bloqueio em ambos os eixos e pneus Goodyear de 35 polegadas.

Uma grade personalizada com acabamento em tom “Warm Alloy” é o centro do pacote, oferecendo uma fácil distinção dos outros modelos. O emblema “Bronco” na dianteira também tem acabamento em vermelho, assim como as calotas centrais em estilo retrô nas rodas. As rodas em si são compartilhadas com outros Sasquatches, mas o acabamento usinado é exclusivo aqui. Os clientes podem escolher entre os tons externos Branco Wimbledon e Vermelho Rubi, mas todos os modelos virão com capota rígida Branca Wimbledon para contraste. Uma faixa comemorativa de 60º aniversário nas portas, que vem com acabamento em contraste com a pintura externa, é também parte do pacote.

A Ford ainda não divulgou informações sobre o preço do pacote, mas promete entregá-lo antes da data de lançamento em outubro. (MAO)

Jaguar diz que não precisa dos clientes da marca; terá novos

O diretor-geral da Jaguar, Rawdon Glover… pera aí. Rawdon Glover? Sério?

Isso aqui está parecendo notícia do 1º de abril mas não é. O nome do cara é esse mesmo. Se você não entendeu o trocadilho infame em inglês que o nome suscita, desculpe: não posso ajudar. O decoro desta séria publicação exige discrição aqui. Só digo uma coisa: pobre deste rapaz, quando estava na escola.

Rawdon Glover

Mas enfim, de volta ao que interessa: Rawdon Glover declarou recentemente que a Jaguar se conformou com o fato de que a maioria dos clientes buscará outras marcas após a reinvenção da marca. Ele estima que até 85% dos compradores não retornarão para comprar o Type 00 quando ele chegar à linha de produção ainda este ano.

É uma afirmação do óbvio. Só pelo preço, agora no patamar dos Bentley/Rolls-Royce/Aston Martin, já afastaria clientes tradicionais. Some-se a isso o fato de que será elétrico, com design diferentão, e a famosa companha publicitária, e fica claro que a marca vai realmente ser outra coisa. Mas o nome, é o mesmo, o que exige esse tipo de explicação. A gente fica triste pelos fãs da marca: realmente serão abandonados.

É isso mesmo: a Jaguar, como a conhecíamos, desapareceu. Quanto a quem comprará o Type 00, nosso amigo Rawdon Glover disse que não serão os clientes focados no trem de força. Segundo ele, pessoas que podem gastar mais de US$ 100.000 num extravagante grand tourer normalmente “compram carros pelo design e pelo interior. O trem de força está em 13º lugar na lista”.

Não é o que os fabricantes de carros de luxo nos dizem hoje em dia; todos reclamam que nesta faixa de preço é justamente o contrário. Mas enfim, veremos. (MAO)

GP da Hungria e Bortoleto

Se a pole de Charles Leclerc no sábado já causou surpresa, o que ninguém esperava era o apagão do ferrarista na corrida do domingo no Hungaroring. Depois de largar na dianteira, na segunda metade da prova, Leclerc viu sua vantagem ruir, abrindo espaço para a dobradinha McLaren, com Lando Norris levando a melhor após uma disputa intensa contra Oscar Piastri. A vitória da McLaren, a 200ª da história da equipe, confirma a temporada competitiva dos britânicos, que deixam o GP com Norris na liderança do Mundial, nove pontos à frente do companheiro.

Mas o que chamou a atenção mesmo foi a performance do brasileiro Gabriel Bortoleto, que conquistou seu melhor resultado na Fórmula 1 até aqui.  E isso não é conversa de torcedor brasileiro: Gabriel fez uma largada precisa, superou Lance Stroll e sustentou a sexta colocação durante toda a prova, resistindo até mesmo às investidas de Max Verstappen — desempenho que o levou a ser eleito o “Driver of the Day”.

Essa regularidade nos pontos — já são três vezes em quatro corridas — mostra que Bortoleto não só está amadurecendo rápido, como também começa a construir seu espaço entre os grandes, se mostrando uma força real no meio do pelotão.

Enquanto Leclerc lutava para conter o desespero e a queda de ritmo da Ferrari, e Verstappen encarava uma corrida de recuperação, Gabriel brilhava com consistência e inteligência estratégica. Seu desempenho no Hungaroring reforça a ideia de que o futuro da F1 tem um nome brasileiro para ficar de olho.


Com a Fórmula 1 entrando no recesso de meio de temporada, fica a expectativa para a volta da categoria em Zandvoort, onde o campeonato promete ser ainda mais disputado. E Gabriel Bortoleto chega para esse segundo semestre como um dos nomes que podem surpreender — e muito. (Leo Contesini)