Por Raphael Lima, Project Cars #520
E aí, FlatOuters!? Estamos de volta depois de um longo tempo com a segunda parte deste Project Car apelidado carinhosamente de Mancorsa. Primeiramente peço desculpas pela demora do retorno, mas todo ser vivente deste planeta teve sua vida alterada (nem que minimamente) com uma pandemia global e comigo não foi diferente. Relembrando que na primeira parte contei como foi a caminhada até o Manquinho entrar na minha vida e tomar posse da maior parte de meus pensamentos, tempo livre e vida financeira.
E você, leitor, deve ter percebido o quão importante tratei o momento que essas maquinas passam a fazer parte do nosso dia-a-dia — e pode até se identificar com a forma que o carro se torna praticamente um membro da família, com quem temos um laço afetivo profundo, e investimos tempo, dinheiro, determinação e cuidados (às vezes bem excessivos…).
Quando montamos nossos Project Cars, o fato é que se você não tiver um bolso cheio — como a maioria das pessosa — vai acabr tendo um longo caminho, cheio de altos e baixos e, muitas vezes, à beira da falência. Mas a cada item adquirido/conquistado para seu amigão você comemora e fica extremamente feliz e satisfeito. É bom ter amigos para compartilhar os bons momentos da vida, não?
Afinal, nossos carros não são apenas um brinquedo gigante, mas acabam se tornando um confidente silencioso, ouvindo e servindo para alívio do nosso estresse após uma semana conturbada — seja fazendo uma manutenção, rodando pela madrugada sem destino, pegando uma estrada. Você passa a ser especialista nele, conhece aquele parafuso numa localização escondida e até dados/informações que não vão mudar a vida de ninguém. Mas você se orgulha em saber, e vai sempre procurar algo a mais (alguns irão até te apelidar de Enciclopédia Automotiva). Seu grupo de conversa será principalmente como “nome – carro clube” para jogar conversa fora, dar ajuda ou ser ajudado em algo que tenha dificuldade, não minta que você com certeza faz parte de algo parecido.
Enfim vamos abrir definitivamente com uma breve pincelada sobre o Corsa C, porque já enrolamos demais e temos muito para contar com uma enxurrada de fotos, e adianto que o texto será longo.
Sobre o carro

Primeiramente temos que iniciar com uma explicação básica de como todo projeto Opel é conhecida, as gerações são identificadas por letras do alfabeto em ordem, no Corsa não foi diferente estando hoje na geração F (já sobre a base CMP do grupo PSA). No Brasil não tivemos a primeira conhecida como Corsa A (início da plataforma GM4200), aqui em terras tupiniquins começamos com o Corsa B (popularmente conhecido como Wind) que inaugurou a GM4200 no Brasil, sendo um marco na indústria nacional nos anos 90, e paramos no Corsa C, que utiliza a GM4300, logo cedendo lugar ao Onix (que, veja só, foi baseado no Opel Corsa D que utiliza a plataforma Gamma GM4400, uma evolução da anterior).
A geração C, como a anterior, era um projeto global que foi lançado no Brasil em abril de 2002 nas carrocerias Hatch e Sedan com algumas alterações no visual em relação a europeia, ainda deu origem a Montana e Meriva (teve lá fora o Tigra B e Combo C também), estreando uma reformulação bem abrangente da antiga plataforma GM4200, trazendo mais refinamento como sub-chassi dianteiro, estrutura muito mais rígida e crescendo em medidas, além de agregar tecnologias até então pouco difundidas na categoria dos compactos.

Mesmo com a GM do Brasil “capando” o projeto original Opel, que tinha mais equipamentos, versões, motores e carrocerias, ela ainda assim trouxe um nível de equipamentos aos compactos que eram inusitados para a época como ABS e airbag, teto solar, central BCM (com vários sensores controlando muitos detalhes do carro e sendo configurável) e outros pormenores, tendo até em sua propaganda de lançamento o apelido de “super dotado” vinculado à imagem do carro.


Podia ser peladão ao superequipado, a gama de opcionais era gigantesca assim como a de acessórios.
Inicialmente a venda com motores Família 1 a gasolina 1.0 8v VHC (71cv e 8,8 kgfm com taxa de 12,6:1) e 1.8 8v MPFI (102cv e 16,8 kgfm com taxa de 9,4:1 sendo uma evolução do antigo F1 1.6 8v) sendo um dos carros compactos com estrutura mais rígida entre os nacionais. Era possível ter inúmeras configurações, como os inusitados 1.8 basicão até um 1.0 completo inclusive com teto solar e cambio semi-automático (alavanca manual, porém sem embreagem) tanto hatch ou sedã.
Dá para entender como foi marcante o lançamento, mas era um carro caro de produzir e comprar, principalmente em suas versões completas o que automaticamente tornava a procura baixa. Isso fez a GM providenciar suas primeiras mudanças com cortes de equipamentos ano após ano (teto solar e perfumarias foram os primeiros a deixar de ser oferecidos, infelizmente) e criar versões padronizadas como Joy, Maxx e Premium já em 2004. Em novembro/2005 como linha 2006, os motores foram repaginados ganhando acelerador eletrônico, coletor admissão de plástico, melhorias internas, cabeçote roletado e um leve aumento na taxa de compressão no 1.8 8v (que passou a contar com 114/112cv e 17,7/17,7 kgfm com taxa de 10,5:1), este teve como marco o lançamento do “esportivo” Corsa SS, porém a mecânica estava disponível para o resto da linha fazendo dele apenas um esportivo de adesivo.

A grande questão é que o 1.0 era fraco demais para o carro e o 1.8 sobrava, agravando o consumo em ambos, assim, em junho de 2007 para a linha 2008, o Corsa sofreu alterações significativas na linha, com um grande “corte” onde os olhos não alcançam, porém com mudanças no visual adotando o para-choque da Montana Sport, e mudanças mecânicas como a suspensão e o elogiado motor 1.4 8v EconoFlex (105/99cv e 13,4/13,2kgfm com taxa de 12,4:1) com versões bem distribuídas (Joy 1.0, Maxx 1.4, Premium 1.4 e SS 1.8 para o Hatch e Maxx 1.4, Premium 1.4 e Premium 1.8 para o Sedan – existiram alguns Hatch Maxx 1.8 2009 que foram viaturas no estado de SP, todos brancos). Em maio de 2009 o modelo teve novas melhorias mecânicas e o fim do 1.0 8v e 1.8 8v ficando apenas a Maxx 1.4 e Premium 1.4 até o fim da linha em julho de 2012 para dar lugar ao Onix.


E o porquê de toda essa explicação? Para contextualizar as modificações feitas no carro, já que todo dono de um carro que não seja o mais completo, gosta de agregar mimos ao seu! Esses cortes da linha GM detalharei mais para frente, são desde estéticos a mecânicos…
Antes de iniciar (porque vocês já estão pensando “Cadê o Mancorsa?” e não querem saber historinha da GM né?), vou dividir por categoria e não por ordem cronológica porque tudo foi feito ao mesmo tempo e aos poucos!
Cirurgia transgênero “interna”
Neste quesito, procurei atender as necessidades de conforto com os mimos das versões completas. Como o carro veio sem rádio, no início tratei de colocar apenas um sonzinho ambiente e de qualidade. Para um carro de uso diário e que eventualmente pega estrada, às vezes você só quer uma velocidade de cruzeiro e uma boa trilha sonora para te acompanhar pelos próximos quilômetros. Decidi escolher por um feijão-com-arroz sendo rádio Pionner DEH X4880BT; kit duas via Bravox CS60 BK (6”); kit duas via Bravox CS50 BK (5”); 6×9 Bravox B4X69 BK; módulo Taramps TS 800×4. Algum tempo depois troquei o rádio e módulo por outro modelo — explicarei mais à frente.

Lembra quando comentei sobre a “castração” da GM? Pois bem, na versão Maxx ficava mais evidente, indo desde a falta de porta objetos, guarnições extras nas portas, acabamentos plásticos etc. Comecei a pensar em algo para o interior que ficasse igual as versões completas, um dos detalhes mais evidente é o TID com o console central prata do Premium, resolvi travestir um Maxx em Premium, chegando ao ponto de deixar os mais entendidos no assunto em dúvida.

Com referências e código de peças OEM, partimos a busca dos seguintes itens: TID com cobertura superior; moldura inferior TID prata (difusor do ar); maçanetas internas prata; moldura comando ar prata; moldura radio prata; botões da trava elétrica e neblina dianteiro (este último era paralelo); luz de leitura teto traseira; luz de leitura “plafonier” teto dianteira; guarnição superior das portas; porta carteira; porta moedas e cinzeiro traseiro (ambos do console central).
Todas as peças acima citadas comprei a valores bem mais baratos que os atuais — a valorização delas tem sido bem difícil para quem busca montar um Corsa C igual nos dias atuais.




Para a instalação elétrica do TID de forma básica, é algo que não tem segredo, usa apenas três fios (positivo pós-chave, negativo e sinal do sensor) e a montagem das molduras é bem simples. Andei um tempo com ele assim até montar o computador de bordo funcional.
Com o console central montado, você deve estar pensando “Raphael, porque você não pegou um Premium já?” Pois é… por que não peguei? Parti para outro DIY que, retirei a moldura do painel de instrumento e a pintei para remeter ao painel do Premium que no caso a moldura é prata, desmontei o painel (ô servicinho chato. Mesmo assim desmontei outras vezes por outras modificações) e mandei tinta.



Carrego com orgulho a assinatura deste site feito por gearheads para gearheads
Aí você termina algo, já vem o diabinho soprar no teu ouvido “arrume outra sarna para se coçar, você não está fazendo nada mesmo”, pronto já comecei a pensar em trocar o volante. O modelo original não curtia mesmo, na minha opinião destoa e parece antiquado ao painel, muitos “resolvem” isso com o volante do Cruze que acho moderno demais para o painel do Corsa. Então para combinar com todos os detalhes prata do carro eu coloquei um volante… Surf da Volks!

“C@%#*** RAPHAEL CÊ TA FALANDO SÉRIO?” Não, eu não cometi essa heresia! Para ser uma das cerejas do bolo na parte interna, fui atrás do volante do Vectra GT/Elegance (encontrei a venda na OLX por preço de banana, hoje é uma modificação tão comum que o valor deles subiu nas alturas). Aproveitei e já mandei para um tapeceiro revestir o volante em couro no padrão original, enquanto as molduras do volante retirei e pintei de prata para combinar com a moldura do painel e o console central. Para dar um toque mais descontraído adquiri pedaleiras da Shutt modelo Play-B, que achei bem bacana na época.

Tirei um dia para montar o volante e as pedaleiras, a primeira parte foi tranquila pois é plug and play. Já a segunda deu um trabalho. Foi preciso certo contorcionismo para retirar o pedal do acelerador, além de ser difícil de posicionar a broca no pedal para a passagem dos rebites.

Mas tudo deu certo e “finalizamos” a interna.

Enfim, o carro estava travecado e assim ficou por quase dois anos, mas um certo tempo já acostumado com a interna, aquele diabinho sarnento voltou a soprar no meu ouvido dizendo que estava muito tempo sem mexer em algo, que desta vez eu teria que colocar algo mais especial, único, raro e diferente. Quase como coincidência, meu grande amigo Gustavo Dias, com um dos Corsa C mais exclusivos do Brasil importou algumas peças da Europa, dentre elas uma peça para o interior conhecido como Boomerang do Opel Tigra B – MAS QUE PO*#@ É UM TIGRA B? É esse carinha aí abaixo que parece a miniatura de Astra H misturado com Pug 206 CC:

Adquirido, não tem muito segredo, é pegar e parafusar eles no console do câmbio. Assim arrematando tudo numa pegada mais refinada dentro do visual OEM+.

Com o interior encaminhando para uma pegada mais exclusiva, resolvi alterar o acetato do quadro de instrumentos. É uma modificação comum entre donos de GM, porém geralmente se usa três opções de grafia mais comuns: do Celta, do SS e o fundo branco que equipava as versões mais completas do Corsa. Claro que existem outros modelos, mas na época procurei fugir desse meio comum (que hoje se tornou muito comum…).
Assim “zapeando” pelo Mercado Livre encontro algo que nunca havia visto naquela época, um acetato para Corsa/Montana com a grafia do Vectra GT-X. O mais bacana que o vendedor enviava junto um jogo de ponteiros do Cruze e LEDs Osram para substituição da iluminação original âmbar, além da possibilidade de montar os ponteiros com iluminação independente (feita posteriormente com ajuda de um amigo). Novamente é algo sem segredo, é desmontar substituir o acetato, trocar ponteiros e lâmpadas e repetir o processo inverso da desmontagem.

Mas no processo de montagem do acetato, me surge outro volante, este já com os comandos de som originais em um precinho irresistível —será que o diabo é sujo? É obvio que não aguentei e comprei! Mas, apesar de os volantes c/comandos e s/comandos serem semelhantes e que só os comandos são a diferença aparente entre um e outro, na realidade muda muito mais. De forma simplificada, os volantes c/comandos tem uma região de encaixe diferente, pois tem um “rebaixo” para os mesmos além do fato de terem airbag (existe também volante c/airbag e s/comando, oh, confusão da dona GM). Nas imagens abaixo pode-se perceber a diferença no centro do volante e no local onde é instalado os comandos.

Para o funcionamento correto deste volante é necessário utilizar o hard disk para que possa permanecer as setas, fiação para a buzina e controles dentro do volante. Para a 1° montagem, houve uma adaptação que foi digna do agente secreto McGyver, como o volante veio sem a bolsa do airbag, tive que adaptar a almofada do volante que não possui airbag do volante antigo, nada que em tempos de quarentena não se tenha tempo livre para fazer esse tipo de coisa, no fim depois de alguns ajustes, saiu uma peça que deixou funcional e depois foi apenas dar “acabamento”. Quem olhava o volante não imaginava a “engenharia” utilizada.
Comparação dos volantes…

Assim andei com o interior por um bom tempo, realizei a ligação dos comandos de som usando uma interface para controlar o rádio Pionner:

Mas alguns detalhes não me agradavam como o revestimento do volante que estava um pouco deteriorado, o rádio que não aceitava alguns comandos, painel que ficava claro demais a noite e refletia na pintura prata da moldura, forros de porta com tampão da manivela…
E como todo gearhead, sabemos, gostamos de visitar “shopping masculino” (vulgo desmanche atrás de peças, comigo não seria diferente. Esta etapa foi bem extensa e visitas frequentes a desmanches diferentes (as vezes até de cidades vizinhas) para garimpar os itens desejados que não se encontra mais novos, isso fez com que eu passasse a ter um arsenal de peças para montar no carro.

Alguns itens da interna que eu tinha guardado: chave de farol com botões de neblina, botão no console para abrir porta malas, retrovisores elétricos, quebra-sol com iluminação, retrovisor fotocrômico, alça de teto com iluminação, porta óculos, volante com comandos novo 0 km, computador de bordo, forros de portas dianteiros sem o furo para manivela e alguns pormenores.
Essas pendências e o inventário, somado à vontade de fazer o interior escuro, com bancos mais esportivos trazia pensamentos intrusivos e sonhadores, mas o mais interessante que eu não tinha “coragem” para iniciar a empreitada, mesmo com tudo guardado a anos em casa, precisava de um empurrãozinho que veio na forma de uma… garrafa de Coca-Cola!
Dica para as crianças: nunca coloque uma garrafa de refrigerante no assoalho do carro atras do banco para levar pra casa, nem que seja um trajeto curto e ela esteja amarrada em uma sacola.
Pois bem, ocorreu que em um belo dia, em menos de 500 m de trajeto com o Corsa, uma garrafa estourou no interior e foi refrigerante para tudo que é canto imaginável até que eu pudesse encostar e jogar pra fora. Isso chegou a virar figurinha no grupo do Corsa C do whatsapp!

Isso acarretou na necessidade de desmontar o interior todo, do forro de teto ao carpete para poder lavar tudo o que levou a síndrome de Jaque, aproveitei que o interior estava “na lata” …

… e fiz um revestimento termoacústico do piso ao teto com manta asfáltica aluminizada e feltro betumado:


O revestimento termoacústico mudou sobremaneira o conforto no interior do carro, além de diminuir o ruído em estrada, ajudou a manter o habitáculo mais fresco em dias quentes. Quanto ao interior todo escuro, botei em pratica o qual fiz a pintura dos acabamentos claros do interior no mesmo tom de grafite dos plásticos de portas, painel e soleira.
Para isso levei uma peça de amostra a uma casa de tintas e solicitei em spray a exata cor, já o forro do teto comprei um tecido própria para essa aplicação da linha VW/Audi num tom grafite muito próximo a tonalidade dos acabamentos originais. O processo de pintura foi bem tranquilo, sendo a limpeza minuciosa de cada peça para não ter contaminação e iniciado a mesma com selante para plástico, aplicação da tinta em camadas bem leves (para não escorrer):




E com muita paciência, comecei a montagem da “nova” interna já incluindo os itens que estava parado/guardados a muito tempo como chave de farol com botões de neblinas, retrovisores elétricos, parassois, botões no console da trava elétrica e abertura do porta malas, forros de portas novos sem furo para manivela…


Também corrigi a questão do funcionamento correto de todos os comandos de som com a troca do rádio por um Pionner MVH X7000BR, um novo módulo Soundigital 800.4 EVO (o antigo acabou queimando no evento do refrigerante – pois é, não sei como… ) fazendo para ele um suporte fixado no porta malas para protege-lo, e já que estava parado na elétrica instalei o computador de bordo (via uma placa de Arduino atras do TID) com a chave do limpador com os botões de controle original do GM Astra/Zafira/Vectra para o controle do mesmo. Este computador de bordo aftermarket (desenvolvido pelo flatouter Filipe Cansei) possui todas as funções que estamos acostumados aos carros que possuem de fábrica, sendo total/parcial ou médio as informações de consumo, velocidade, distância, autonomia, tempo de viagem, tensão bateria (hoje já foi desenvolvido uma versão ainda mais completa inspirada nos MID dos GM/Opel mais completos).


Visualmente o resultado da interna ficou sensacional, ao mesmo tempo que deu um ar de “aconchego” à cabine, também diferenciou dos trabalhos feitos por outros que não se atentam ao tom correto dos plásticos e fazem com tinta na cor preta (as vezes até pintando o tecido de spray) deixando evidente que aquilo foi modificado, pois no meu caso, ficou a impressão de ser de fabrica todos os plásticos e acabamentos na mesma tonalidade. Resultado:

Com a interna caminhando para algo mais exclusivo, resolvi instalar um jogo de bancos esportivos que tinha, os um par Recaro de Audi A3 1.8T 8L (muito parecidos com os RECAROS do VW Golf GTI MK4), porém buscando manter a estética OEM+ decidi fazer o revestimento deles na mesma padronagem de tecido do Corsa, dando aquele visual de original, mas que é difícil identificar se é de fabrica ou não. Claro que nenhum Corsa saiu com bancos assim, mas que ao abrir a porta e ver tudo “combinando” e as pessoas tentando decifrar o que é diferente se torna uma sensação única. Pena que no início os bancos não foram instalados junto da interna escura, devido ao tapeceiro me enrolar por um ano inteiro — até me entregar após muitas brigas. Mas a demora valeu a pena, além do visual deles, o conforto em viagens e a dirigibilidade com bancos que te apoiam nas curvas animadas subiu a níveis inimagináveis.




Interior do carro com os bancos dianteiros instalados e pronto para curtir (apesar da qualidade inferior nas costuras pela má vontade do tapeceiro).

Como estava convergindo para o lado esportivo, dei um toque pessoal home made com sobre tapetes ao estilo dos carros de competição, uma chapa perfurada para onde nossos calcanhares habitualmente fica “roçando”, porem as pedaleiras deixaram de combinar o que levou a necessidade de trocá-las, instalei um jogo da Lowv na mesma linguagem das chapas e apoio de pé que fabriquei, o resultado ficou este:


Para sanar o problema que mencionei anteriormente do reflexo da moldura pintada de prata eu passei a usar uma moldura preta com aros pratas de Celta/Prisma inspirado no painel do Corsa C europeu, um serviço realizado pelo grande amigo Dione (bem conhecido por retrabalhos em painéis de Corsa/Montana) o qual fez os ponteiros se iluminarem separadamente, além de adaptar um shift light em uma luz espiã do painel quando chegava próximo ao corte do RPM:

Mas eu não contava que no caminho apareceria no BR este item raríssimo a venda no grupo do Corsa C, de um antigo proprietário que estava vendendo o carro e desfazendo de algumas peças. Assim acabei adquirindo a moldura do painel do Corsa C europeu, o que difere a “importada” é que ela é plástico preto texturizado ao contrário da “nacional” que é plástico preto liso e os anéis que são maiores e fixados em todo a borda até o acetato e não apenas sobreposto, um detalhe muito sutil, mas que faz toda a diferença para quem é fã desse carro.

Aproveitei para instalar o volante original novo que estava guardado para substituir o antigo que possuía um desgaste acentuado além de não ter o revestimento original mais. Esse volante foi simplesmente um achado, pois não existe mais produção para que tenha oferta do mesmo e nas condições sem uso que eu encontrei, será difícil aparecer um a venda (até hoje não apareceu mais nenhum a venda)!

Aqui finalizamos a interna do carro que se encontra até hoje…


… porem tem um detalhe que deixarei como spoiler!

Ao leitor que acompanhou até o final deste texto, obrigado pela leitura. Na próxima parte irei mostrar os detalhes da parte externa do Mancorsa, aguardem que será muito em breve. Duvidas e sugestões só mandar nos comentários…