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A volta do Porsche 904; mas com base no 914

Esta aqui é uma tentativa de fazer algo mais interessante que um 911 restomod; um restomod de um Porsche 904. Mas pera aí: existem pouquíssimos 904 por aí, e mesmo se você tiver só um número de chassi dele, o carro em si todo corroído e destruído, ainda assim vale algo na casa dos milhões de dólares.
Na verdade, o carro das fotos não é um 904. É um 914, o mais comum “VW-Porsche” de motor central que usava motor type 4 da VW (basicamente um motor de Fusca tamanho XL), com uma carrocaria de 904 modernizada e restomodizada. É uma réplica, baseada num carro antigo, para poder ser vendida sem passar por certificação. Já não é hora de darmos permissão para carros assim usarem chassis novos? Que diferença vai fazer além de salvar os carros antigos e dar mais liberdade de projeto aos construtores? Além de deixá-los mais baratos? Essa cincunavegação da lei, francamente, está ficando ridícula.

Mas a lei, como na maioria das vezes, é burra, e insiste em malabarismos deste tipo. Sendo assim, a empresa chamada Aerfal usa um 914 doador, e com ajuda da engenharia da Multimatic, corta e reforça ele para ser a base deste novo 904, mantendo o VIN do 914.
Para mover este monstro de Frankenstein (não é denegrir; todo restomod é assim, feito que é com restos de carros mortos como o monstro mítico em questão) a Aerfal está trabalhando com a Cosworth para fazer um motor boxer de oito cilindros sob medida. Sério. E tem mais: o acerto da dinâmica e suspensão são projetos da Tuthill Porsche. Segundo a empresa, também ajudam no projeto fornecedores de peso como Brembo, Michelin e BBS.

Por dentro, o interior terá muitos detalhes em titânio, além de volante Momo. Há também planos de colaboração com um “relojoeiro de prestígio” para os mostradores dos instrumentos e um cronógrafo correspondente incluído em cada carro. Parece bem moderno: grife para todo lado, name-dropping galore.

Até o momento, a Aerfal produziu apenas renderizações; a empresa ainda está finalizando os contratos com fornecedores para muitos de seus componentes. Mesmo assim, diz que estará pronta para começar a aceitar encomendas em breve. O que não deve ser difícil: os sultões e tech bros devem já estar fazendo fila.

O carro certamente parece uma ideia legal. Mas como todos nesse boom restomod, são mutações genéticas indesejadas, criadas tão somente por legislação mal redigida, ruim e que continua a sufocar sobremaneira uma indústria que não faz metade do mal que se impões a ela no mundo. As coisas seriam muito mais fáceis e baratas sem ela; mas quem quer ouvir esse papo? Então, parei. (MAO)
O fim do Daihatsu Copen

A produção do Daihatsu Copen será oficialmente encerrada daqui a praticamente um ano, em agosto de 2026, encerrando a produção um dos roadsters mais legais do mercado japonês, e um dos poucos kei esportivos sobreviventes.

Pode voltar, sim; a Daihatsu já deu a entender que uma nova geração está em desenvolvimento, embora certamente será algo diferente de hoje. Então, este Copen que conhecemos, morre; algo diferente pode ter seu nome no futuro. Aparentemente será um concorrente do Miata, maior mas ainda pequeno, com tração traseira, como o conceito Vision Copen de 2023.

O Copen original chegou em 2002 com uma carroceria compacta de duas portas e um teto rígido retrátil elétrico, uma inovação no segmento de kei cars. A produção foi encerrada em 2012, deixando um curto intervalo até o lançamento da segunda geração em 2014. Esta versão apresentou um estilo mais arrojado e painéis modulares da carroceria, mantendo as dimensões dentro da legislação kei.

Em 2019, aparece uma versão Copen GR Sport, adicionando ajustes no chassi e detalhes de design mais esportivos. Agora, depois de mais de uma década à venda, aparentemente, será o fim mesmo.
Mas não sem festa de despedida. Está marcada para abril de 2026, um evento especial de despedida em todo o país no Japão, celebrando clientes fiéis e comunidades conectadas ao carro. Os locais serão anunciados gradualmente por meio de um site específico, à medida que a data se aproxima. É iniciativa da Daihatsu.

Como todo kei, o motor do Copen atual é de 660 cm³, neste caso um tricilíndrico turbo de 63 cv a 6400 rpm e 9,4 mkgf a 3200 rpm. Tem tração dianteira e pode vir com uma transmissão manual de cinco marchas ou CVT com Super Active Shift de sete velocidades e trocas de marchas por borboletas. Mede 3395 mm em um entre-eixos de 2230 mm e pesa 850 kg. (MAO)
Toyota e Mazda se unem para fazer novo Miata e GR86

Por esta, a gente não esperava. De acordo com os novos boatos da indústria, a Toyota e a Mazda estão desenvolvendo em conjunto seus carros esportivos de próxima geração. Isso mesmo, a Subaru está fora da jogada, e agora o próximo Miata e o próximo GR86 serão baseados na mesma plataforma.

As duas empresas possuem participação acionária uma na outra e compartilham uma fábrica no Alabama, onde o Mazda CX-50 e o Toyota Corolla Cross são produzidos, mas este novo empreendimento unirá o carro esporte mais popular do mundo e o maior fabricante de carros do mundo pela primeira vez.

De acordo com a publicação japonesa Best Car, a Mazda enviou um grupo de engenheiros para a Toyota City para trabalhar no próximo Miata, que será gêmeo de um futuro cupê Toyota GR86. O Miata atual tem mais de dez anos, mas ainda é plenamente satisfatório, principalmente por não ter concorrentes. Em vez de começar do zero, a plataforma atual do Miata será atualizada para apresentar os avanços mais recentes, incluindo, pela primeira vez na história do Miata, um trem de força híbrido.

O novo GR86 deverá ter entre-eixos maior para continuar um cupê 2+2. A tração continuará traseira, o câmbio continuará manual (com auto opcional para hereges), mas cada uma das empresas instalará seu próprio motor no carro. A Mazda provavelmente optará por uma versão atualizada do atual motor de quatro cilindros aspirado de dois litros, combinando-o com uma pequena bateria e um motor elétrico para aumentar a potência para cerca de 200 cv. A Toyota? Não seria estranho o tricilíndrico turbo do GR Yaris/Corolla, mas pode ter também a nova geração de quatro em linha da marca, já anunciada, e ambos podem ter ou não auxílio híbrido.

Ambos os carros seriam fabricados na planta da Mazda em Hiroshima, da mesma forma que o Fiat 124 foi construído juntamente com o Miata da geração ND. A parceria com a Fiat permitiu que a Mazda compartilhasse os custos de desenvolvimento do ND, que marcou um retorno às suas raízes, sendo mais leve e menor que seu antecessor. A Toyota tem recursos para injetar ainda mais financiamento e engenharia na parceria, o que é uma ótima notícia.

O único problema é quem ficou de fora: a Subaru e seus boxer. O novo “GR Miata” ainda está pelo menos três anos no futuro, parece, então se você quer um Subaru de tração traseira, aproveite este tempo. (MAO)
Land Rover deve voltar a produzir em breve; Jaguar não

Mais de quatro semanas após ser paralisada por um ataque cibernético devastador, a JLR afirma estar quase pronta para reiniciar suas linhas de produção no Reino Unido. A empresa planeja uma expansão gradual em suas três fábricas britânicas a partir dos “próximos dias”.
“Hoje, informamos colegas, varejistas e fornecedores que algumas seções de nossas operações de fabricação serão retomadas nos próximos dias”, afirmou a JLR em um comunicado. “Continuamos trabalhando 24 horas por dia com especialistas em segurança cibernética, o NCSC do governo do Reino Unido e as autoridades policiais para garantir que nossa retomada seja feita de forma segura.”

Preocupado com a possibilidade de alguns dos 700 fornecedores que dependem da JLR falirem em breve devido à suspensão de todos os pedidos, o governo do Reino Unido interveio com uma garantia de empréstimo de £ 1,5 bilhão. O dinheiro destina-se à JLR para ajudar a manter o setor de suprimentos em funcionamento e deverá ser pago em cinco anos.
Somente as unidades da Land Rover foram afetadas pela paralisação; no caso da Jaguar nem foi necessário um ataque; a empresa mesmo paralisou a produção por vontade própria para se preparar para um novo sedã elétrico que parece sempre cor-de-rosa nas fotos. Esta paralisação para um novo carro, coisa que não víamos desde que a Ford trocou o T pelo A durante 1927, durará como ela quase um ano.

De qualquer forma, parece que o pior já passou; ainda que mostre como o mundo de hoje está cada vez mais vulnerável, e como estamos separados do controle de nossas próprias coisas. É de gelar o sangue o modo que andamos céleres em direção a toda distopia futurista já criada; Skynet agradece. (MAO)
Jeep Avenger será fabricado em Porto Real

Se você está louco por mais uma opção de mini-SUV mas não gosta de VW Tera, Fiat Pulse e Renault Kardian, seus problemas se acabaram-se. O Jeep Avenger vai ser fabricado no Brasil, na fábrica da Stellantis de Porto Real (RJ) que faz hoje os Citroën C3 hatch, Aircross e Basalt. E adivinha que motor terá? Um 1.0 turbo de 3 cilindros automático, claro! Uhu!

OK, desculpem o cinismo exacerbado. Por mais que não precisemos de mais um carro potencialmente igual a todos os outros carros já a venda hoje, o fato é que é um investimento importante. Faz parte do aporte de R$ 3 bilhões na fábrica fluminense entre 2025 e 2030, com a perspectiva de ampliar a produção e reforçar a cadeia de fornecimento e tecnologia na região nos próximos anos.

O Jeep Avenger foi confirmado para o Brasil durante as comemorações de 10 anos da fábrica de Goiana (PE) da Stellantis, onde o carro fez a primeira aparição. A plataforma é a CMP comumente usada por modelos da Peugeot e da Citroën, então a produção no RJ é um no-brainer.
“Temos orgulho em anunciar a produção do Jeep Avenger em nosso Polo Automotivo Stellantis de Porto Real. Sucesso ao redor do mundo, o modelo reforça o protagonismo da nossa equipe na América do Sul, que entrega o mais alto padrão de qualidade, inovação, conhecimento e capacidade técnica”, disse um executivo da empresa.

O Jeep Avenger tem dimensões bem na categoria dos hatchs atingidos por raio suvizador, como Pulse, Tera, e Kardian. Mede 4,08 metros de comprimento, 1,78 m de largura, 1,53 m de altura e 2,56 m de entre-eixos. Boa sorte à ele. (MAO)