se para voce a conectividade parar o veiculo para atender o celular interagir nas redes sociais responder e mails sao interrupçoes em seu ato de dirigir para muitos outros e o ato de precisar dirigir para chegar em algum lugar e que e o fator de interrupçao em suas vidas permanentemente conectadas este grupo cresce a cada dia e dependendo da cidade ou do pais ja e maioria o aumento de veiculos nas ruas trazido pelo adensamento populacional age como agravante nesta equaçao se entre segunda e sexta feira voce precisa gastar tres horas ao volante considerando ida e volta no fim do ano voce passou literal e exatamente um mes 31 dias se considerarmos os 253 dias uteis no brasil em 2015 dentro do automovel minha historia favorita sobre a razao do automovel ter perdido relevancia no cotidiano das pessoas nao envolve exatamente um nerd espinhento do silicon valley nem mesmo um carro na decada de 1950 dois moleques aprendendo a tocar guitarra acompanhando o radio estavam frustrados pois nao conseguiam entender como executar o acorde de setima dominante em si presente em musicas como good golly miss molly de little richard mas eles sabiam de um cara que poderia ensina los que morava do outro lado da cidade depois de alguns onibus muitas pernadas e alguns desencontros finalmente a dupla conseguiu localizar o professor de um acorde a cidade liverpool os aprendizes john lennon e paul mccartney traga este problema para o contexto atual e voce tera em maos o ponto em que quero chegar graças a conectividade voce nao precisa mais se deslocar fisicamente para fazer e ter acesso a uma enormidade de coisas pesquisar aprender comprar trabalhar e fazer reunioes se entreter pagar contas conhecer e se comunicar com desconhecidos e graças a portabilidade sequer precisa de um computador com um smartphone voce faz isso do banheiro argh se quiser e se quase tudo vem a voce e se deslocar esta cada vez mais dificil demorado e caro o automovel vai perdendo o seu fator indispensavel em determinados segmentos da sociedade especialmente quem vive em metropoles e megalopoles com uma boa estrutura de transporte publico e alternativo e uma questao funcional que mais tem a ver com a distribuiçao de alternativas do que na eliminaçao de outras ativistas pegam carona nessa tendencia para tentar fazer do carro o novo cigarro mas isso ja e outra discussao de qualquer forma a industria ja detectou a perda da importancia unanime funcional simbolica e material do automovel ha alguns bons anos e vem remando desesperadamente para manobrar o titanic boa parte das marcas esta fazendo tudo o que pode para preservar o carro dentro do universo de sonho de consumo e de bem indispensavel como costumava ser pois se isso ja foi unanimidade no passado hoje o grupo de pessoas que dispensa ou que nao ve importancia simbolica no automovel aumenta em ritmo exponencial especialmente entre as geraçoes mais novas em um mapa mais amplo cresce a exigencia de que o veiculo no minimo nao se apresente como um inconveniente fator de interrupçao na conectividade e na melhor das hipoteses que ofereça uma experiencia de integraçao complementando a conectividade com a mobilidade fisica num fluxo continuo e neste contexto que os automoveis conectados e autonomos se inserem num processo de transformaçao do motorista em um usuario que aparentemente nao possui volta; mas que nao necessariamente exclui o ato de dirigir seja circunstancialmente seja por hobby ate porque nao existe exclusao de esferas o fato de alguem simpatizar com a ideia de ter um carro autonomo para o congestionamento da semana nao exclui a possibilidade de este cara ser um entusiasta a levar seu classico para um sunday morning drive nao e mesmo esta e uma pequena serie de dois textos sobre o tema neste primeiro iremos nos focar nos desafios dos sistemas de conectividade e no segundo entraremos de vez na evoluçao dos caros autonomos e em todas as discussoes que giram em torno dele torre de babel da conectividade nao e segredo pra ninguem que a industria automotiva teve e ainda tem serias dificuldades em acompanhar a velocidade da evoluçao da conectividade movel desde que o ipod surgiu em 2001 e principalmente depois que os smartphones decolaram ao longo da ultima decada o descompasso das marcas de carro com a portabilidade e quase embaraçoso ainda que por razoes compreensiveis acostumada a processos mais burocraticos sigilos e protecionismos estrategicos e a trabalhar de portas fechadas para o mundo fica escancarado o atraso tecnologico e de interface entre os sistemas de infotainment e aquele aparelhinho que voce carrega no bolso quando o carro cuja cadeia de processos de projeto desenvolvimento e fabricaçao e bem mais complexo chega ao mercado o sistema dele ja esta velho e mesmo quando novo dificilmente estaria a par pois marcas automotivas sao empresas de engenharia mecanica nao de tecnologia alem destas diferenças o ciclo de vida de um automovel e ao menos tres vezes mais longo que o de um smartphone o que deixa exponencial o fator de envelhecimento de hardware de interface e ate de formatos de midia e de portas de entrada oferecidas some isso ao fato de ate hoje ainda existirem diversas linhas de infotainment dentro de uma mesma marca e voce tem o caos instaurado para alexandre tedeschi gerente de vendas de eletronica automotiva da robert bosch brasil estas mudanças exigem adaptaçoes do modelo convencional da industria que ja estao acontecendo hoje e fundamental criar condiçoes para que a inovaçao possa ser explorada por estes novos profissionais mais jovens e arrojados especialmente na parte de criaçao e tecnologia e necessario maior intercambio entre as areas como mecanica eletrica infotainment tecnologia da informaçao termos como data mining e user experience inevitavelmente farao parte do cotidiano de todos num sistema mais rapido e modular em vez de alocar areas novas dentro de grupos satelites independentes como start ups este ponto de vista e compartilhado por samuel russell diretor de desenvolvimento de novos negocios e marketing da general motors nao estamos mais falando de fabricas que apenas produzem automoveis a introduçao da conectividade transformou a organizaçao como um todo do engenheiro ao financeiro do design de interiores ao cara de marketing nao tem mais como separar as peças um exemplo simples quando discutiamos os pilares do onstar um garoto perguntou se alem das funçoes do waze seria possivel saber a rota com maior economia de combustivel e elementar e e um tipico caso de integraçao da telemetria do veiculo com dados obtidos do transito em tempo real chegar la nao e tao simples voce conhece muitas pessoas que se irritam com os sistemas de infotainment voce talvez seja uma delas nao sao poucas pessoas que abandonam o gps nativo do veiculo por diversos motivos mas ate coisas basicas estao complicadas demais eu nao consigo descobrir como chegar a tela que quero ou eu estou la mas nao consigo acessar as opçoes corretas e entao voce desiste tipo putz eu so quero escolher uma radio kris reynier proprietaria de um porsche cayenne s em depoimento para a wired 2012 em dezembro de 2013 o consumer reports fez uma pesquisa com 3 148 norte americanos proprietarios de diversos tipos de automoveis e de faixa etaria entre 18 e 65 anos ou mais nada menos que 60% deles reportaram problemas para operar o sistema durante as primeiras semanas ou seja uma curva de aprendizado dificil e um terço do total relatou problemas tecnicos no sistema como telas touchscreen com mau funcionamento ou problemas nos comandos de voz [youtube id= upq8tbvrtm8 width= 620 height= 349 ] esta dificuldade tambem esta relacionada a idade quase 70% dos motoristas com 65 anos ou mais reportaram grandes dificuldades para operar os sistemas 52% entre 45 e 64 anos e 37% entre os motoristas com 18 e 44 o que ainda e um numero muito grande por outro lado a quantidade de problemas reportados segue logica inversa no grupo mais jovem 46% dos usuarios perceberam problemas tecnicos numero que cai para 36% entre os motoristas de entre 45 e 64 anos o consumer reports observa que isso pode estar relacionado ao fato dos jovens explorarem mais os sistemas de infotainment entre o consumer reports e a popular mechanics estas sao as reclamaçoes mais comuns comando de voz falho redundante ou burocratico excesso de submenus excesso de botoes fisicos botoes fisicos distantes da tela e espalhados pelo carro geralmente ha alguns botoes proximos a tela mas outros no console central excesso de botoes virtuais nos menus layout de menus confusos e pouco intuitivos exigencia de conexao por cabos problemas de compatibilidade com bluetooth ou pareamento burocratico e escondido dificuldade do usuario em encontrar ou operar funçoes basicas radio gps ajuste do som falta de responsividade falta de zoom com dois toques ou com o polegar e o indicador por exemplo e de swiping passar para a tela seguinte com um movimento lateral do dedo transiçoes de telas ou de menus lentos por falta de capacidade de hardware ou excesso de peso de software tela pequena ou mal posicionada reflexos excesso de informaçao ou de telas excesso de campos para se digitar no navegador dificuldade para se digitar o endereço falta de informaçoes de transito em tempo real uma operaçao como ligar o radio e sintonizar a estaçao favorita era feita em dois segundos back in the day programar o seu endereço no waze do smartphone com comando de voz e boa conexao dez segundos no infotainment boa sorte o mais intrigante e que conceitualmente o user experience de um sistema de infotainment teria de ser sempre mais rapido leve e intuitivo que o de um smartphone afinal na pratica em oposiçao a teoria sua operaçao e feita durante uma outra açao principal dirigir mas frequentemente seu uso requer mais atençao e mais tempo que o aparelhinho do bolso os comandos de voz desenvolvidos em sua maioria pela apple ibm microsoft e google muito ajudam contudo com regras duras de compreensao e comando o resultado tende a ser uma torre de babel que termina com o motorista trocando palavroes com o sistema em junho deste ano uma pesquisa realizada com donos de 14 mil veiculos feita pela nielsen e pela sbd chegou a conclusao que dos 42 itens de um automovel avaliados por cada um dos proprietarios entre motor suspensao acabamento etc as dez piores notas foram todas relacionadas aos sistemas de infotainment de acordo com o diretor da sbd andrew hart as fabricantes estao recheando estes sistemas com uma avalanche de recursos e serviços na crença de que isso ira atrair mais compradores e que pode aumentar o valor do tiquete medio dos pacotes de opcionais mas em suas palavras as marcas podem aumentar a lealdade de seus clientes ao fazer os sistemas de infotainment na medida com o correto dimensionamento de recursos que as pessoas realmente querem usar e que sejam faceis de serem usadas um bom exemplo de interface e o sistema mmi touch da audi a mercedes benz tambem tem sistema similar o topo da roda e uma superficie touch na qual voce rabisca o endereço permitindo que voce escreva mensagens ou programe endereços sem sequer olhar para a tela sua posiçao e ergonomica mas o uso dos outros botoes como os que selecionam as telas de navegador telefone radio e midia sem falar no isolado botao de volume localizados a quilometros da tela tem uma curva de aprendizado nada amigavel nos casos mais extremos a insatisfaçao leva a uma quantidade grande de motoristas que reduz o uso do sistema de infotainment a um player de suas musicas alocadas via bluetooth ou quando o pareamento falha algo nao exatamente raro por cabo usb ou auxiliar todo o resto acaba sendo operado via smartphone se voce parar pra pensar ate mesmo a disposiçao horizontal da tela nos automoveis herdada da cultura do aparelho de tv faz pouco sentido ja que esta proporçao e pouco favoravel a exibiçao em perspectiva do navegador e limita verticalmente listagens como musicas e contatos telefonicos volvo xc90 e tesla model s figuram como raras exceçoes com o destaque de que o hardware da volvo vem com uma plataforma chamada sensus com boa intuitividade e hardware ja preparado para receber o apple car play assim usuarios de outras marcas nao ficam excluidos e os clientes de iphone ficam com uma opçao em maos no topo disso por muitos anos a industria teimou em limitar a oferta dos sistemas de infotainment mais completos somente para seus veiculos mais caros o que deixou o abismo tecnologico ainda maior pois o universo da conectividade e muito mais horizontal em termos socioeconomicos ha incontaveis donos de hatches populares com smartphones topo de linha a chevrolet foi uma das primeiras no brasil a tentar suprir esta falha mortal ao oferecer basicamente o mesmo sistema mylink do onix ao camaro atualmente a marca investe na evoluçao desta filosofia com o onstar cujo principal avanço e a conexao do automovel com a rede cuja telemetria permite uma serie de serviços de segurança monitoramento e de manutençao diagnostico remoto este tipo de conexao tambem permite updates do software via cloud download e possibilita que a marca colha dados de telemetria de todos os veiculos upload formando um big data extremamente util para o processo de desenvolvimento dos produtos o sync3 da ford esta sendo largamente utilizado para esta funçao isso vem acompanhado de uma discussao sobre privacidade e segurança da informaçao que talvez possamos debater mais adiante afinal em ultima instancia ha muitas empresas e individuos interessados em toda essa informaçao seguradoras concessionarias a policia concorrentes empresas que avaliam veiculos semi novos para o bem barateamento de apolices por exemplo e para o mal video abaixo que sempre se infiltra pelas brechas [youtube id= mk0srxbc1xs width= 620 height= 349 ] firewalls via hardware ja existem tanto em celulares quanto em veiculos como o safesuite da qualcomm e a segurança de data centers esta sendo levado com rigor e tecnica comparavel diretamente aos sistemas de bancos e de qualquer forma ja estamos habituados a ser monitorados sobre tudo o que fazemos e onde vamos pelo smartphone mas ha uma diferença fundamental voce carrega o telefone nao o contrario a nao ser que sua bateria exploda voce nao corre risco de vida se um hacker assumir controle do seu celular voltando atras alguns passos tentativas de oferecer serviços a bordo com conectividade nao faltam e continuam surgindo metereologia concierge guias de restaurantes de pontos turisticos mas existe um erro conceitual fatal nessa pilha que foi criticada por andrew hart alguns paragrafos acima voce realmente deixa para decidir onde vai com sua esposa ou marido no momento em que voce entra no carro falando com uma pessoa desconhecida em viva voz se isso so serve para emergencias especificas entao o serviço falha na missao alem disso por mais que se invista um serviço terceirizado alocado nunca sera tao bom quanto um site integralmente dedicado a por exemplo avaliar hoteis e restaurantes que e justamente o que voce consegue acessar no seu laptop desktop ou smartphone na pratica estes tipos de serviço engordam a lista de features mas pouco conversam com o comportamento do usuario completa integraçao sobre o que ele faz e escolhe em seus aparelhos de conectividade e o veiculo e o que seria realmente util fazendo o motorista ganhar tempo de forma conveniente e fluida somente de um ano e meio para agora e que começaram a surgir alguns aplicativos que buscam ser a ponte de integraçao entre o veiculo e o sistema de infotainment e no meio deste bolo muitas empresas optaram pela soluçao mais simples do espelhamento que esta se espalhando rapidamente acima temos o recem lançado multi app da nissan disponibilizado para march e versa alguns dos aplicativos de integraçao smartphone veiculo como o volvo on call e o in control apps land rover enviam relatorios de uso do carro consumo distancia tempo de viagem aviso de manutençao para o celular e no caso da marca sueca permite ate travamento e igniçao remota possibilitando por exemplo uma pre climatizaçao do veiculo tudo isso e bem bacana ainda assim a limitaçao surge na integraçao com varios aplicativos do smartphone restringindo a um leque estreito de aplicativos compativeis e deixando a bola meio quadrada se na questao da conectividade a industria se comporta como um shelby cobra 427 num rinque de gelo no quesito da evoluçao dos carros autonomos a coisa acelera num ritmo solido e voraz de maneira incidental ou proposital cada novo assistente de direçao que surge da mais um passo em direçao a automaçao dos carros nao e futurologia mas sim algo real e imediato a ponto de ja se considerar que o gargalo esta nas maos das legislaçoes da infraestrutura das cidades e em uma provavel adaptaçao do consumidor e do modelo de negocio para seguradoras e as proprias fabricantes veremos tudo isso no proximo post desta pequena serie gostariamos de ouvir a opiniao de voces sobre os sistemas de infotainment de seus carros donos de tojo e de bosch san francisco tambem estao convidados
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