era como um castelo feudal; a casa grande onde vivia a familia do patrao repleta de empregados pompa e circunstancia estabulos onde eram criados cavalos de raça uma vasta area para caça atras da casa um pomar gigante onde se cultivavam cerejas e uma pequena fabriquinha de licor para usar a produçao uma casa de hospedes na verdade um holelzinho chamado de hostellerie du pur sang tocado pela filha mais velha do patrao l’ebe e ali ficava tambem um pouco mais adiante dentro da vasta propriedade a mais improvavel fabrica de automoveis da historia a bugatti o patrao era ettore em pessoa e sua utopia artesanal aristocratica criou de 1910 a 1947 apenas algo em torno de 7500 carros um volume de produçao que significa um dia ruim para uma empresa como a ford mas ate hoje esses carros sao reverenciados como carros de corrida carros esporte carros de luxo e obras primas do artesanato e do desenho industrial os carros valem fortunas incalculaveis tem clubes ativos dedicados a eles mundo afora uma pequena industria de reparaçao e provando que o que e feito a mao pode ser sempre reproduzido a mao como disse setright uma fabrica no interior da argentina que reproduz nao somente seus carros mas os mesmos metodos de produçao da bugatti original e um mito de antes da ferrari mas talvez ainda maior e mais imortal principalmente por seus contornos de comunidade utopica e familiar feudal ja contamos aqui diversas vezes algumas facetas incriveis desta historia humana sem par contamos a triste historia de jean bugatti e a criaçao do maior classico da historia do automovel nem que seja somente pelo seu tamanho fisico descomunal o tipo 42 la royale e a historia desse pedaço de terra na alsacia onde se praticou criaçao mecanica artistica e tecnica como nunca mais foi feito desde entao mas hoje vamos fazer algo diferente vamos explicar outra faceta desta lenda; o motivo que permitiu todas estas outras facetas miticas existirem os carros em si tentaremos explicar aqui o motivo de tanta adoraçao adoraçao essa que afinal de contas por meio de venda de carros a preços inimaginavelmente caros financiou esta utopia para começo de conversa [caption id= attachment_319344 align= aligncenter width= 999 ] tipo 35b a origem em gp do tipo 43[/caption] para isso escolhemos o tipo 43 grand sport o motivo disso e claro juntando caracteristicas de carro de passeio com a mecanica quase completa do carro de grand prix da epoca o tipo 35 criou talvez o primeiro supercarro da historia muito antes do termo ser inventado grand prix e o que hoje chamamos de formula 1 o pinaculo do esporte motor e o tipo 43 e realmente um carro de gp para rua; coisa que por mais que tente o novo amg project one nunca sera o que e um bugatti tipo 43 grand sport apesar do volume baixo de produçao ettore era prolifico em modelos; todo momento bolando carros diferentes para necessidades que as vezes nao existiam entre 1926 e 1927 se dedica a uma ideia diferente e se aproveitasse a mecanica dos tipo 35 de corrida para criar um carro de rua mas com a capacidade dinamica de um carro de gp seria nao um gt mas sim um carro esporte ainda que o nome nao existisse os nomes dos dois carros que criou basicamente o mesmo carro com dois motores diferentes mostram um dos primeiros usos do termo carro esporte o tipo 38 sport e o tipo 43 grand sport o tipo 38 e quase completamente esquecido hoje; apesar de identico ao tipo 43 em quase tudo vinha com o oito em linha sem compressor o que nesse motor praticamente acabou com a graça toda da coisa e custava quase o mesmo basicamente todo mundo escolheu o grand sport e o sport desapareceu imediatamente dise o grande bugattista hugh conway sobre o carro nos anos 1970 o 43 provavelmente compartilha a distinçao com o brescia o type 35 g p e o type 57 em ser um dos quatro realmente grandes modelos bugatti rapido excitante e equipado com uma carroçaria aberta de quatro lugares este modelo capaz de mais de 160 km/h deve ter sido um carro notavel em 1927 quando apareceu pela primeira vez ainda hoje um tvpe 43 tem um desempenho equivalente a um bom carro esporte moderno 0 a 145 km/h abaixo de 30 segundos um quilometro lançado em menos de 35 segundos e chegava a uma maxima de ate 170 km/h sem muita dificuldade conway estava economizando hiperbole como um bom ingles quando fala que o 43 deve ter sido um carro notavel em 1927 era muito mais que isso; era simplesmente inacreditavel lembre se que em 1927 ainda nao existia o ford modelo a; o carro mais comum do mundo era o ford t com 20 cv de 3 litros e uma velocidade maxima que mal chegava a 70 km/h mesmo o ford a de 1928 efetivamente um contemporaneo do tipo 43 com o dobro da potencia do t chegava somente a 100 km/h e olhe la e mais que isso o tipo 43 era facilimo de andar a velocidades acima de 150 km/h tinha estabilidade e agilidade invejavel e freios decentes para epoca sim mas ainda assim outro mundo perto do que existia em 1927 de repente viagens a media de 100 km/h eram facilmente atingidas com ele apesar de poder ser comprado somente como chassi para encarroçamento independente a maioria dos tipo 43 saiu com carrocerias bugatti a mais comum e um conversivel de 4 lugares bem apertado atras tres lugares e meio parece mais apropriado bem espartano; um belissimo roadster tambem era oferecido parecido com o ford a roadster mas baixo e magro feito um hot rod mas era tambem caro claro custava 1200 libras esterlinas na inglaterra de 1927; o suficiente para comprar seis ford zero km ou duas casas de bom tamanho em londres o chassi [caption id= attachment_319343 align= aligncenter width= 999 ] o tipo 35 de gp[/caption] criado como uma versao mais longa do chassi do tipo 35 de corrida o chassi do grand sport bugatti era tambem cuidadosamente projetado para ser o mais leve possivel sim era um chassi escada simples como os usados ate hoje em caminhoes; mas so na definiçao basica para começo de conversa nada e reto e simples como em um caminhao os dois perfis em c das longarinas tem uma curvatura em planta o chassi ficando mais estreito na frente e atras em vista lateral tambem nunca e um perfil constante começa la na frente do carro no olho da fixaçao dianteira dos feixes de mola com uma profundidade medida maior do perfil c praticamente zero; aumenta em uma reta ate uma profundidade de 90 mm aos 742 mm de comprimento do chassi e de novo numa reta mais acentuada dali ate 1307 mm para uma seçao maxima de 170 mm de profundidade dali em diante diminui de novo e em cima do eixo traseiro existe um kink uma curvatura para acomodar o movimento do eixo traseiro e manter o carro baixo e uma obra prima de calculo de carga e economia de peso a primeira travessa e fina e tubular e funciona como eixo para o feixe de molas dianteiro o motor faz parte da estrutura seu carter de aluminio fundido com 4 suportes integrados que se aparafusam ao chassis a unica travessa convencional em perfil c e a ultima no fim do chassi; as outras sao tubulares a maioria dos furos das longarinas sao feitos na montagem e um carro artesanal o chassi na verdade e flexivel em torçao e rigido em flexao como todo carro da epoca o chassi era parte da articulaçao da suspensao permitindo torçao a suspensao e bem rigida e de curso curto principalmente na frente o eixo dianteiro e uma verdadeira obra de arte mecanica e primeiro leve uma peça de aço forjado tubular oca com uma curvatura acentuada para rebaixar o carro ajuda tambem nesse rebaixamento o fato de que o feixe de molas passa por dentro do eixo e nao por baixo ou por cima na posiçao teorica perfeita a peça e de uma beleza incrivel usinada e polida em todas as suas superficies ate parecer um espelho mas o mais maluco e que ela nao e construida via solda mas completamente forjada no martelo antes da usinagem os amortecedores eram quase uma novidade muitos tinham suspensao tao dura e de curso tao pequeno que nem precisavam deles mas bugatti era bem mais sofisticado que isso especialmente no tipo 43 de rua eram a fricçao acionados por alavanca e regulaveis em sua rigidez todas as peças e superficies mesmo as nao funcionais recebiam polimento como o de um espeho; atrito era minimo por meio de geometria de movimento bem pensada sem forçar nada os feixes de mola dianteiros tinham seis ou sete folhas com clips de metal as segurando juntas que eram montados depois de passar o feixe por dentro do eixo eram compradas e nao feitas na bugatti essas molas no fornecedor gouvy mas seguiam as especificaçoes de ettore sao de altissima qualidade tao polidas e perfeitas como qualquer outra peça da suspensao disse conway a localizaçao precisa dos eixos e a rigidez geral sob carga lateral devem ser os fatores principais para i bom comportamento do carro em direçao esportiva poucos carros com feixes de mola sao tao bem localizados mas o curso limitado cerca de 2 polegadas na frente e 4 polegadas na traseira e as molas bem rigidas fazem este um carro decididamente firme duro mesmo em suspensao nao e um carro de luxo as rodas sao um capitulo a parte o tipo 35 foi o primeiro carro de gp a usar com sucesso rodas de liga leve de aluminio e o tipo 43 tinha as mesmas rodas e pneus que o carro de corrida os tambores de freio aletados para refrigeraçao sao fundidos integralmente com as rodas de aluminio fazendo parte integrante delas uma ideia genial mecanicamente fazendo um conjunto mais leve e rigido e com uma area de atrito que podia ser trocada quando gasta os pneus eram originalmente englebert ou michelin de competiçao diagonais com camara claro na medida 710 x 90 [caption id= attachment_319361 align= aligncenter width= 999 ] as rodas de aluminio num t35 pioneiro[/caption] os freios sao acionados por cabos mecanicamente com um sistema de compensaçao no intricado e mecanicamente belo pedal que usa uma corrente de bicicleta a pedaleira em si e outra obra de arte com o freio oval de pe e eminente no centro pivotado no assoalho o mais discreto pedal de embreagem ao seu lado tambem pivotado no assoalho e o acelerado pivotado em cima e apenas uma roldana roletada para deslizar em baixo do seu sapato suavemente o motor o motor do tipo 43 como dissemos vem direto do carro de gp de maior sucesso de sua epoca sem modificaçao nenhuma alem de regulagem de forma geral e um oito em linha sohc de tres malvulas verticais por cilindro compressor rootes na admissao 2 3 litros e algo em torno de 150 cv como o carro pesava de 900 kg a 1000 kg um carro veloz mesmo hoje o virabrequim tem tres mancais com rolamentos esfericos o que imediatamente coloca o motor como um de competiçao; os bugatti normais andavam em cima de bronzinas e seguro ate 7000 rpm um absurdo para 1927 mas normalmente era mantido abaixo de 6000 como todo motor de corrida porem gastava rapido os rolamentos duravam no maximo 8000 km ponto no qual o motor era desmontado totalmente para a troca nao e a toa que a pursang argentina oferece bronzinas modernas no lugar como opcionais em suas reproduçoes o oito em linha media 60 x 100 mm para um total de 2292 cm³ o carter era exposto ao fluxo de ar e por isso varios tubos virados para este fluxo criavam uma refrigeraçao natural do oleo o cabeçote era um desenho que hoje fere todas as sensibilidades teoricas mas funcionava; ainda que somente bem de verdade sob a pressao de um compressor eram duas valvulas pequenas de admissao e uma grande de escape verticais acima do cilindro operadas via um balancim o exato oposto do que se faria hoje o escape grande seria a admissao essas valvulas no motor de corrida do 35 e 43 tinham 35 mm no escape e 25 5 mm cada uma das de admissao a vela de igniçao esta na lateral horizontal e do lado errado perto das valvulas de admissao de novo o contrario do que se faria hoje ettore era um artesao e um cientista empirico o que fazia era simplesmente por tentativa e erro este esquema maluco de seu carro de corrida/supercarro de grande sucesso so seria mudado quando ettore foi exposto aos miller americanos de leon duray e seu moderno cabeçote dohc; o patrao imediatamente comprou um e copiou seu desenho lançado no tipo 51 mas voltando ao motor de corrida usado no tipo 43 muito de sua potencia vinha do compressor tambem fabricado por bugatti uma obra prima de mecanica artesanal como todo o carro media 185mm de comprimento no rotor e deslocava dois litros a cada volta calcula se que dava algo em torno de 9 psi de pressao a admissao os eixos dos dois rotores de tres lobulos giravam em rolamentos de esfera e eram cuidadosamente ajustados para minimo atrito e minima folga entre carcaça e rotor a precisao segundo quem ja desmontou eles e a de engrenagens a carcaça e fundida em aluminio e usinada por dentro mas os rotores sao usinados a partir de blocos solidos da liga leve o carburador montado abaixo do compressor era um zenith 48k com borboleta que diferia dos carburadores de valvula barril dos carros de gp usualmente solex 46 dv a embreagem era multidisco a oleo e a caixa de cambio sem sincronizadores claro era outra obra de arte em tolerancias apertadas baixo atrito e facilidade de operaçao diferia nas relaçoes do tipo 35; a quarta e ultima marcha era igual mas as outras ligeiramente mais longas https //www youtube com/watch v=yhalmravwru o tipo 43 e um carro que nao encanta hoje por numeros incriveis de desempenho ainda que seja veloz o suficiente ate para hoje encanta pela pura mecanica de tudo o apice do automovel da epoca em que ate servofreios circuitos hidraulicos e sincronizadores nao existiam ao aperfeiçoar comandos basicamente mecanicos ettore criou uma obra de arte que perdura pela forma como responde e interage com o piloto pela sua crua velocidade e berro pela beleza de cada componente e mecanismo escondido dentro dele https //www youtube com/watch v=m_jl1ayszys um carro feito por gente para gente; uma obra prima imortal que e tao maravilhosa que uma industria existe ainda hoje para reproduzi lo ainda que mesmo assim o resultado nao possa ser mais emplacado para uso em rua e o primeiro f1 de rua
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