todo entusiasta lembra de quando apareceu o lobini nos anos 2000 aparentemente de repente vindo do nada para quem estava de fora era um carro esporte sensacional profissional vindo de uma nova empresa sobre a qual se sabia muito pouco basicamente que lobini era a junçao dos nomes de seus fundadores lobo jose orlando e birolini fabio o carro era um pequeno targa com chassi proprio tubular e mecanica de golf gti 1 8 turbo em posiçao central traseira as suspensoes eram proprias de desenho sofisticado as portas tinham movimento diedral o carro vinha com ar condicionado direçao assistida vidros eletricos e capota removivel uma criaçao altamente profissional em um pais mais acostumado a apenas colocar uma carroceria bonita em um chassi de brasilia todo mundo se levantou e prestou atençao mas mesmo hoje praticamente 20 anos desde que ouvimos falar de lobini pela primeira vez a historia desse carro permanece largamente desconhecida do publico o carro apareceu de repente e sumiu de repente permanecendo rarissimos de se ver por ai mas eles existem e sempre que aparecem causam furor admiraçao e uma vontade de saber mais de entender o como o quando o onde o quem porque nao existe mais quantos foram feitos nosso pais sabemos bem nao e muito bom em registrar sua historia automobilistica e foi por isso na tentativa de responder algumas dessas perguntas que resolvemos entrevistar o fabio birolini um de seus criadores e que surpresa foi esta entrevista birolini nos recebeu em sua casa em sao paulo e nos contou grande parte desta historia dividiu fotos do desenvolvimento nos presenteando com um bocado de luz para iluminar esta escuridao toda e o que aprendemos foi uma incrivel historia de paixao pelo automovel de gente que faz e nao apenas fala a respeito de algo de gente que aumenta o conhecimento o know how e a tecnologia de um pais apenas por perseguir sua paixao tecnologica e nao por interesses financeiros e politicos mesmo em meio a um ambiente estatal extremamente inospito de gente capaz de bolar um carro inteiro sozinho do nada mesmo no seculo xxi tempo onde isso so e feito so por batalhoes de gente carregando consigo uma interminavel procissao de tenentes e generais de gente com uma vontade interior que a impede de ficar inerte que as empurra para fazer algo na vida de gente como fabio birolini morcegao o inicio fabio um paulistano estudou nao so engenharia mecanica e desenho industrial; junto com isso projetou e construiu um supercarro de motor v8 central traseiro e traçao nas quatro rodas na empresa onde estagiava quando tinha ao redor de 20 anos de idade sim voce ouviu tudo corretamente este carro hoje conhecido como morcegao acaba por abrir lhe outra porta ligada intimamente a esta historia acompanhem ele mesmo explicar esta incrivel passagem flatout conta para a gente da sua historia sua formaçao como começou nessa area por favor fabio birolini eu sempre gostei de carro desde moleque sempre soube que queria ser engenheiro eu fiz engenharia na maua quando entrei na faculdade sempre estive envolvido com industria de fora de serie por causa disso visitei cbp chamonix engerauto envemo ainda existia a puma conheci um monte de gente diferente eu sempre gostei dessas coisas bianco miura entao eu ia atras queria conhecer saber mais e tentei de alguma forma me envolver com isso entao essa loucura toda começou justamente na faculdade fazendo um projeto de um carro eu decidi que queria fazer um carro ate ai tudo bem mas fazer e outro treco nessa epoca tinha começado tambem a fazer desenho industrial fazia as duas faculdades ao mesmo tempo sempre fui ligado em design tambem entao ai um belo dia me encontrei com um colega na faap a noite que me disse apareceu um anuncio para um designer de peças automotivas nao quer ir la ver eu fui la ver e foi quando conheci fabrizio giovanini o fabrizio tinha uma fabrica de acessorios em fibra de vidro spoiler aerofolio essas coisas a fabrica ficava nos jardins cara acredita em plena rua peixoto gomide [caption id= attachment_254869 align= aligncenter width= 999 ] o desenho do g2 o morcegao [/caption] bom ele me contratou como estagiario ai minha vida ficou bem maluca manha na maua tarde no estagio noite na faap nao parava um minuto mas sabe como e aos 18 20 anos voce tem pique para fazer isso o fabrizio era so 2 anos mais velho que eu a gente se dava super bem viramos amigos mesmo fizemos viagem juntos etc um belo dia ele falou eu quero fazer um carro juntamo nos nessa so faltava saber que carro fariamos era a epoca do lançamento da ferrari f40 1987 a gente pensou em fazer algo nesse estilo um carro de corrida para as ruas afinal assim nao precisariamos fazer um acabamento interno muito sofisticado seria um carro despojado mesmo legal pacas e bem mais facil de fazer nessa mesma epoca o fabrizio assumiu as empresas do sogro dele entao ai ele de repente tinha uma baita de uma usinagem em santo amaro bairro de sp tinha outra grande em bragança paulista cidade no interior do estado entao a gente tinha como fazer muita coisa e soldadores torneiros mecanicos etc começamos pesquisando dessa pesquisa saiu o carro que a gente chama hoje de morcegao um super esportivo com motor v8 de corvette central mas ai vem o pior a gente queria porque queria um carro com traçao nas quatro rodas ai ja começou a complicaçao pensa bem no final dos anos 1980 um esportivo desse tipo com traçao nas 4 nao existia nessa epoca estavam se abrindo as importaçoes e começamos entao a trazer motor freios tudo de fora trouxemos dois motores e dois cambios flatout chevrolet v8 fb sim crate engine zz350 com 350cv de prateleira gm cabeçote de aluminio um motor bem legal mas como o carro tinha que ter traçao nas 4 rodas era algo meio fora do padrao fizemos algo no esquema da lamborghini countach o motor estava virado para frente do carro e o cambio entre os dois ocupantes na frente do cambio uma caixa de transferencia fazia a distribuiçao para os dois eixos para essa caixa nos projetamos e fabricamos um diferencial interno [caption id= attachment_254871 align= aligncenter width= 800 ] o motor chevrolet v8 small block do morcegao [/caption] flatout voces fizeram um diferencial fb usando um diferencial de opala como base sim a caixa de transferencia tinha uma relaçao para dar uma diferença de torque que ia para cada eixo nada muito sofisticado claro nao tinha por exemplo diferencial blocante ai apareceu o problema seguinte precisavamos de diferencial dianteiro e traseiro e nao queriamos usar um eixo rigido ne pegamos eixos de opala e modificamos; da parte central novos semi eixos articulados saiam fizemos tudo isso funcionar funcionava andava flatout chassi tubular fb sim um chassi tubular spaceframe o primeiro motor dele na realidade foi um opala seis cilindros mesmo da caixa de transferencia voltava um carda para tras no tunel central e outro ia para frente curtinho mas e o tal negocio foi meu primeiro projeto tudo feito na unha desenhado em prancheta mesmo tinhamos uma de 6 metros na parede com tecnigrafo uma coisa linda nao tinha computador ainda estava começando tenho esses desenhos ate hoje guardados foi assim que começou essa brincadeira ai começou uma epoca dificil confusa planos economicos nao existia muito dinheiro para gastar o projeto foi ficando meio de lado flatout chegaram a fazer alguma carroceria para ele fb sim claro flatout e como fizeram em clay full size clay e uma argila de modelaçao para design de automoveis este modelo em argila pode ser em escala ou tamanho natural full size fb nao era muito caro chapelonas mesmo fiz seçoes cortamos chapelonas e montamos em madeira nessa epoca comecei inclusive a fazer alguma coisa em cad primeiro fiz um modelo em escala 1 5 fiz chassis rodas tudo no modelo ficou lindo a gente tinha a usinagem nao se esqueça era relativamente facil o metodo de construçao de superficie externa por meio de chapelonas consiste em se criar seçoes teoricas no carro a intervalos regulares ao longo de seu comprimento e largura e recortar placas de madeira com o formato dessas seçoes as tais chapelonas quando se monta tudo tem se o carro em 3d a partir de seçoes 2d em clay outro metodo se esculpe o carro e depois se tira as chapelonas dele fazendo caminho inverso para tornar algo 3d em 2d o que birolini descreve e que fez um modelo em escala de onde ai fez desenhos tamanho natural e depois deles tirou chapelonas para conseguir um carro em tamanho real flatout a suspensao era toda sua fb sim eu na epoca nao tinha ideia de como fazer uma suspensao entao comecei a estudar livros principalmente esses aqui pega livros na estante lamborghini coutach ferrari f40 eu estudei tudo em livro livros teoricos de desenho de suspensao em geral tambem com eles comecei a entender cambagem roll center toda a teoria da coisa o projeto da suspensao deste carro e feito em cima do lamborghini countach claro que tive que mudar coisas mas a base e essa flatout este carro hoje esta pronto fb levou 20 anos para ficar pronto mas sim esta nao e um carro homologado claro nao tem placa mas ele existe ja fui para interlagos com ele duas vezes e um brinquedo ja que nao posso por placa o legal e que esse foi meu primeiro projeto junto com o fabrizio ele que bancou todo o projeto o carro mudou evoluiu muito retomamos ele por volta de 2010 o fabrizio foi andar no carro 20 anos depois tambem ne junto comigo em interlagos foi um dia muito legal flatout imagino que historia fantastica e cubo de roda manga de eixo fb tudo fabricado fizemos tudo a gente tinha ja essa visao na epoca hoje e tudo mais facil hoje com corte a laser voce faz o que voce quiser na epoca era tudo usinado mais complicado hoje se voce sabe o que esta fazendo fazer uma suspensao e muito facil flatout o que impressiona e o conhecimento nesta epoca era dificil alguem que se atrevia a fazer uma suspensao pegavam sempre de um carro de serie e conhecimento nao era facil de achar numa epoca sem internet fb o problema e que hoje o pessoal e muito imediatista acha que tem um app que joga os dados e sai suspensao pronta nao e assim mas as pessoas acham que e so juntar um monte de peça e pronto voce pode ate juntar um monte de peça desde que sejam as peças certas juntas do modo correto nao e simples flatout e no fim tudo tem que funcionar como algo coeso fb sim muito mais facil por exemplo fazer um barco ou um aviao que fazer um carro flatout as pessoas nao sabem que acerto e muito importante depois do carro pronto tem que fazer o motor suspensao pneus freios embreagem direçao funcionarem como uma obra coesa isso toma tempo e conhecimento mais que o projeto basico e que determina em grande parte o sucesso fb o pessoal nao tem paciencia hoje existe tanta interaçao em um carro mexe aqui afeta la isso foi uma coisa que aprendi quando passei uma semana na lotus com a lobini mais tarde o projeto do morcegao ficou parado um tempao e eu retomei ele quando formei a eb tech desmanchamos ele inteiro e montamos de novo mudamos um monte de coisa birolini conhece lobo a lobini o acaso sempre age decisivamente na vida de todo mundo assim e tambem com essa historia um encontro fortuito e um passeio no inacabado morcegao selaram os proximos anos da vida de birolini ligando o definitivamente ao carro pelo qual sera sempre lembrado e aqui tambem ele explica a ligaçao com a chamonix no inicio do projeto [caption id= attachment_254877 align= aligncenter width= 999 ] o primeiro carro literalmente abriu as portas para o segundo[/caption] fb por via desse carro o morcegao que eu conheci o lobo jose orlando arrochela lobo com quem acabei fazendo o lobini o lobo era um advogado que sempre gostou de carros e um dos sonhos dele era fazer um carro para ele mesmo exclusivo por coincidencia o meu irmao foi trabalhar no escritorio de advocacia do lobo conversando com ele meu irmao contou a historia do meu carro que eu fiz o que era e toda essa historia que e altamente incomum o lobo esperto sacou logo que nao era qualquer carro de fundo de quintal e disse que queria me conhecer marcamos um almoço e ali ele me contou do sonho de fazer um carro unico so para ele eu entao o levei para conhecer o morcegao que nessa epoca a gente chamava de g2 levei ele para dar uma volta nessa encrenca daquele jeito mesmo com meia carroceria ele adorou e ja falou que ia pensar num modo de viabilizar a construçao do carro dele isso foi la por 1997 eu nessa epoca tinha uma empresa de importaçao estava mexendo com equipamento medico tava meio cansado de carro; muito tempo fazendo o g2 [caption id= attachment_254881 align= aligncenter width= 574 ] o natimorto aurora 122c[/caption] mas comecei a desenhar algo a conversar com varias pessoas falei ate com a general motors porque pensamos em usar motor do monza nessa epoca tinha o aurora nao sei se lembra flatout claro vi no salao xvi salao do automovel em 1990 e lembro de tomar um susto um chassi feito corretamente suspensoes duplo a nos quatro cantos etc nao era normal entao fb entao eu conversei com eles conheci trocamos figurinhas [caption id= attachment_254882 align= aligncenter width= 999 ] o motor alfa romeo v6 chega na chamonix inicio [/caption] a ideia do lobo era fazer um roadster algo como um cobra moderno mas com motor italiano entre eixos um carro pequeno e musculoso começamos a pesquisar acabei na fiat com motor e cambio do alfa romeo 164 super v6 de 24 valvulas eu continuei trabalhando em pesquisa e desenhando mas a duvida permanecia como vamos fazer esse carro conversa com um modelador aqui com outro cara ali estava bem dificil de arrumar um lugar com a estrutura necessaria para fazer o carro ai um belo dia conversando com o chico lameirao ele disse acho que sei quem pode fazer esse carro para voces marcamos uma reuniao na oficina do chico que nessa epoca mexia com kart e la ele apresentou para a gente o newton masteguim o dono da chamonix eu ja conhecia o newton de outra epoca eles tinham aquela loja com o romeu siciliano conhecido comerciante de carros antigos e/ou especiais de sp la na avenida dos bandeirantes flatout aquela la em cima depois do aeroporto lembro [caption id= attachment_254883 align= aligncenter width= 999 ] o primeiro chassis toma forma [/caption] fb isso eles vendiam chamonix e varias vezes eu conversei com o newton la eu gostava muito dos spiders enfim o newton estava numa situaçao complicada a chamonix tinha quebrado basicamente e eles estavam retomando o cunhado do newton encomendou um 356 conversivel que nao existia ate entao e bancou isso deu um incentivo para eles recomeçarem ai nos chegamos para ele e falamos que queriamos fazer 2 carros apenas um para mim e outro para o jose orlando lobo como podiamos viabilizar isso o newton precisava de grana para investir na fabrica ele fez um orçamento que ficou dentro da expectativa do lobo o fabio nao tinha dinheiro entrou nessa com o seu know how e seu trabalho entrou com o capital intelectual para fazer o projeto capital de verdade grana era do lobo compramos uma alfa romeo 164 batida mandamos fazer o motor medi o motor todo e comecei a fazer desenhos a trabalhar ai de verdade contratamos um modelador ai o newton separou uma parte da fabrica para a gente trabalhar começamos a modelar o carro em clay [caption id= attachment_254884 align= aligncenter width= 999 ] o inicio da modelaçao em clay[/caption] fb entao continuamos a modelar o carro varios farois varias variaçoes de frente etc um trabalho bem grande que demanda tempo para fazer corretamente flatout voltando um pouco sobre alfa romeo a ideia era inicialmente usar esse motor entao com a suspensao e cambio fb isso na epoca era usar a frente completa da alfa jogada para tras do carro mas isso depois deu varios problemas fizemos uma clinica com este modelo em clay com umas 30 a 40 pessoas mudamos um monte de detalhes como resultado principalmente na frente mas este era o conceito original nao era para ter capota por exemplo aberto nao teria assistencia nenhuma nem de freios foi feito todo em clay ficou muito legal o pessoal que fez eram modeladores da ford e tinham muita pratica eram de jarinu la do interior o bom era que era perto da fabrica da chamonix em cima desse modelo foi feito um molde com uma resina especial para nao ter contraçao nao podia esquentar por causa do clay nesse meio tempo foi feito um chassi tubular que eu projetei e nele foi montada a primeira carroceria feita desse molde inteiriça assim pudemos fazer todos os recortes de caixa de roda radiador montagem separaçao de peças abertura de portas etc flatout portas de movimento diedral foi muito dificil fazer isso fb nao muito o mais dificil foi a dobradiça no começo usamos dobradiças de tampa traseira de parati mas acabamos fazendo uma propria e tem o estudo da mola a gas nao podia ficar muito pesada se fica muito forte a mola torce a porta etc dai começamos a desenvolver as contra peças e tirar os moldes diversos em cada peça em cada coisa que projetamos existem um monte de modificaçoes e alteraçoes nada e facil ao projetar se um automovel flatout para brisa como foi feito fb desenhamos modelo em clay copia em fibra mandamos para a fanavid fabricante de vidros automotivos para a industria e eles fabricavam para a gente tanque de combustivel inicialmente usamos de chevette painel de instrumentos desenhamos e tentamos algumas variaçoes esta epoca foi muito intensa porque estavamos fazendo todos os detalhes do carro ao mesmo tempo e a qualidade que e necessaria para fazer o molde requeria um lixamento trabalhoso em varias fases com lixas cada vez mais finas [caption id= attachment_254888 align= aligncenter width= 999 ] o primeiro molde do lobini[/caption] e tambem os detalhes do chassis e suspensao estavam sendo finalizados a gente aprende um monte de coisa no meio desse processo claro o carro vai evoluindo fizemos um teste de rigidez torsional no p1 prototipo 1 este primeiro carro com v6 alfa porque a gente tinha um modelo matematico disso e queriamos calibrar ver quao estavamos proximos da realidade para dar mais confiança em seu uso futuro fizemos na teoria e na pratica para ajustar os parametros do sistema flatout o primeiro lobini entao usava o motor v6 da alfa romeo 164 [caption id= attachment_254889 align= aligncenter width= 999 ] o primeiro chassis com o v6 alfa romeo e tanque de chevette [/caption] fb sim ate esse ponto o carro nao tinha andado a gente sabia que tinha varios problemas a serem resolvidos e um longo caminho ainda a seguir estavamos ainda fazendo ensaios de grades dianteiras diferentes bossa do farol pintada ou nao por dentro para ver como ficava essas coisas [caption id= attachment_254890 align= aligncenter width= 999 ] o primeiro carro em frente a chamonix [/caption] o lobo nesse ponto tinha viajado estava fora e ai resolvemos andar com ele pela primeira vez tinha um lugar perto da fabrica que tinha uma estrada boa a gente sabia que ainda existiam alguns problemas de freio mas acreditavamos que nao ia ser nada grave ai adivinha flatout olhando foto bateu fb esta vendo a arvore e a marca de frenagem demos com o carro direto no meio da arvore primeira vez que fomos andar com o carro ainda bem que nao estava rapido quem dirigia era o ricardo bock coordenador do curso de mecanica automobilistica na fei eu estava do lado e falava ricardo vai devagar o freio nao esta bom esta travando a traseira ele eu sou piloto meu relaxa o resultado esta ai o carro foi consertado logico para sorte a arvore pegou bem no meio do carro e ali o estrago foi menor quebrou pouco o chassi fez nada arrumamos claro ai resolvemos fazer a segunda clinica maior para 450 pessoas [caption id= attachment_254892 align= aligncenter width= 999 ] o resultado do primeiro passeio de lobini da historia [/caption] flatout nesse momento voces queriam ja fabricar o carro em serie fb a gente tinha um prototipo pensamos bom vamos apresentar este prototipo para um publico e ver a resposta so isso nesse ponto ainda sem plano serio de produçao a clinica foi em espaço de eventos e das 450 pessoas 250 preencheram um questionario de 5 paginas imagina que saco 5 paginas esse povo todo perguntamos um monte de coisa faixa de preço design o que acrescentar o que tirar o resultado fez com que definissemos o produto ate ali aquilo era uma brincadeira; fazer dois carros a clinica nos mostrou que havia um mercado para um produto que nao era exatamente aquilo que tinhamos; era algo um pouco diferente o que era diferente uma coisa ja de cara capota mas nao somente isso vidros nas portas ar condicionado direçao hidraulica amenidades para melhorar o uso diario uma serie de coisas que ate ali nao faziam parte do projeto na verdade a maioria queria mesmo um carro cupe fechado mas a gente queria ter a opçao de abrir o resultado e um meio termo um targa com isso vieram um monte de problemas porque o projeto inicial nao foi pensado para isso quando voce muda o conceito do projeto no meio do caminho e um desperdicio danado joga dinheiro fora ao mesmo tempo que voce cria um monte de problemas novos o carro tinha porta que abria para cima como vou fazer a vedaçao da capota uma bola de neve de problemas nao dava para voltar atras jogar tudo fora tinha que adaptar a pirelli nessa epoca era nossa parceira no campo de provas dele em sumare rodamos com tufos de la para termos alguma ideia da performance aerodinamica a gente fez bastante teste na pista deles muita coisa faziamos na raça dando um jeito na epoca nao tinha analise de aerodinamica por computador acessivel como hoje a equipe da pirelli ficava a nossa disposiçao o cesar urnhani hoje na televisao era piloto de testes na epoca bom mas enfim uma serie de coisas precisava ser mudada no carro o motor alfa era muito legal porque dava um que de ferrari ao carro o barulho etc mas para produçao nao seria viavel como neste ponto ja haviamos decidido produzir o carro em serie tivemos que re fazer o projeto para colocar outro motor e que motor o que parecia mais viavel entao era o vw 1 8 turbo entao recem lançado no golf gti o lobini ganha motor vw flatout mais viavel em que sentido fb a fiat nao tinha interesse nenhum em vender o v6 alfa romeo estavam trazendo pouquissimos carros na epoca e o newton ja tinha uma relaçao com a vw comprava motores e peças deles para os chamonix a muitos anos este acesso dele na vw foi crucial para conseguirmos comprar o powertrain do golf conversamos com eles vw e estavam dispostos a vender era caro mas estava disponivel eles criaram um pn part number numero interno que identifica peça ou subconjunto dentro do fabricante exclusivo para a gente por isso escolhemos este motor era um motor forte moderno no topo da tecnologia da epoca servia bem para nossas necessidades e eles estavam dispostos a vender o pn da lobini servia para viabilizar internamente a fabricaçao e venda na linha de montagem alguns conjuntos com nosso pn eram em certo ponto desviados para serem encaixotados e mandados para nos [caption id= attachment_254896 align= aligncenter width= 999 ] o motor vw desce pela primeira vez no novo chassi de birolini[/caption] flatout e eles vendiam o conjunto completo com ecu modulo eletronico de controle e tudo fb sim flatout e voces alteravam alguma coisa calibraçao do motor fb nos primeiros carros a gente nao mexia mas chegou um determinado momento que a gente deu opçao de alterar a calibraçao chipar os carros como se dizia entao era uma parceria com o funari preparador de sao bernardo do campo [caption id= attachment_254908 align= aligncenter width= 999 ] desenvolvimento longo e constante e o segredo de um bom carro[/caption] mas era uma coisa complicada os golf eram um dos primeiros a usar a rede can controller area network um protocolo de comunicaçao serial sincrono inventado pela bosch que integra os sistemas eletroeletronicos do carro moderno que antes dele era todo separado em chicotes independentes entao a gente quebrou muito a cara nisso por exemplo montamos o carro e ninguem conseguia fazer o conta giros funcionar nao conseguiamos saber porque visto que tudo parecia montado corretamente achamos um especialista em rede can na embraer em sao jose dos campos contratamos ele para nos dar assistencia chegou la olhou e disse esta tudo certo voces so esqueceram de trançar o par juntou os dois fios e pronto risos [caption id= attachment_254900 align= aligncenter width= 999 ] o p2 teto targa e motor vw[/caption] isso aconteceu um monte de vezes a gente gastava uma nota para alguem ir la e dizer que precisava apertar um botao qualquer risos flatout e como a piada do cara que aperta um parafuso em 1 segundo e cobra 1000 reais po tudo isso por um segundo de trabalho calma ai deixa eu discriminar os gastos faz uma nota que diz apertar parafuso 1 real saber qual parafuso apertar 999 reais fb exatamente mas existiam outros problemas a vw nessa epoca ja tinha que fazer toda a configuraçao de modulos chave painel tudo via alemanha como funcionava pegava um carro um lobini com conjuntos virgens e tinha que ir numa concessionaria vw para o sistema deixar tudo interligado numero de chassi com todos os sistemas e modulos etc so ai que o carro funcionava tinha que levar todos na concessionaria o meu carro o p3 prototipo numero 3 era o carro que a gente usava para fazer isso a junçao dos modulos teve entao o stand que montamos em aguas de lindoia no tradicional encontro nacional de carros antigos onde nos jogamos o carro la dentro nao era publico o carro ainda entao fizemos varios olhos de gato por onde o pessoal podia espiar o carro la dentro mas sem fotos [caption id= attachment_254898 align= aligncenter width= 999 ] dentro de uma caixa amarela em lindoia [/caption] flatout eu fui um dos caras que olhou pelo buraquinho la fb o stand era da chamonix bom ai o carro continuou sendo desenvolvido resolvemos fazer o p2 para o salao do automovel de sao paulo de 2002 o p2 ja teria a capota targa vidros e o motor vw 1 8 turbo o chassi era na verdade totalmente novo alem das alteraçoes de motor a suspensao era toda diferente por exemplo nesta epoca olha o que fizemos comparamos o lobini com um lotus elise em ipeuna interior de sp esses caras eram representantes da lotus nessa epoca nao chegaram a vender carro acredito mas tinha esse carro aqui na epoca legal porque aprendemos muito comparando tamanho soluçoes etc a elise era targa tambem entao era um bom exemplo era um teto de lona na elise so depois que apareceria a exige de teto rigido [caption id= attachment_254897 align= aligncenter width= 999 ] elise x lobini[/caption] mas enfim o desenvolvimento continuava um carro nao e apenas um chassi e motor como voce sabe; tem um monte de sub sistemas complicados nele por exemplo o sistema de ventilaçao interna tem que definir o que queremos se temos um disponivel no mercado para comprar se tem espaço que modificaçoes tem que se fazer e algo extremamente complexo o carro tinha ar condicionado direçao hidraulica vidros eletricos o escapamento foi muito dificil de fazer pois nao havia espaço la atras e tem que ter um bom isolamento da fibra chegava a avermelhar no primeiro prototipo o carro era amarelo mas ficava laranja desenvolvemos uma manta ceramica adequada para fazer a proteçao e o isolamento termico mas enfim chegamos ao p2 fizemos o lançamento dele num hotel em sp na vespera do salao do automovel tem um video de um programa de televisao ainda por ai da gente andando com ele na vespera depois teve um evento em interlagos para apresentar o carro lobini p3 o prototipo final fb os testes na pirelli continuaram entao chegamos a montagem do p3 o meu carro o vermelho da foto de abertura datas em 2002 tivemos o p2 2003 o p3 a gente ainda estava na chamonix e neste ponto eles estavam aumentando muito a produçao basicamente para exportaçao chegaram a fazer 120 carros por ano chegou um momento que eles vieram para a gente e disseram nao conseguimos produzir lobini aqui os prototipos ok mas nada de serie nao tinham capacidade instalada para isso tinham aproximadamente 50 funcionarios e saiam 4 carros por semana dos moldes e eram 3 modelos diferentes spider speedster e 356 conversivel estava bem complicado [caption id= attachment_254903 align= aligncenter width= 999 ] birolini no lançamento do p3 o carro ainda e dele esta na foto de abertura [/caption] a gente entao precisava decidir o que fazer no salao de 2002 a gente saiu com um monte de pedidos era necessario por no mercado produzir mas o desenvolvimento demorou mais do que esperavamos levou praticamente de 2002 a 2005 e dificil realmente fazer um carro inteiro e produzir e a gente nao tinha experiencia nisso e o carro acabou muito mais sofisticado do que prevemos la no inicio e com isso um monte de detalhes tiveram que ser desenvolvidos muitos sub sistemas complexos apareceram para atrapalhar graças a deus que mecanicamente o carro nunca deu problema era um carro redondinho mas problemas nao faltavam o ar condicionado era ford como fazer ele conversar com o modulo vw do motor eram varios problemas inerentes do tipo de coisa que estavamos fazendo [caption id= attachment_254904 align= aligncenter width= 999 ] lobini p3[/caption] fizemos o p3 e o mostramos em uma apresentaçao que fizemos em um restaurante em sp muito interessante ja tinha algumas modificaçoes em relaçao ao p2 praticamente existiram 3 prototipos p1 p2 e p3 o p1 com motor alfa era outro carro praticamente pode ser desconsiderado deu bagagem para a gente chegar no p2 para sair do zero o p2 e o primeiro lobini como ficou conhecido com a mecanica nova etc foi um carro extensamente testado que nos fez mudar o conceito de suspensao por exemplo era um carro agressivo dificil de dirigir quase desistimos de tudo por causa disso flatout como assim dificil fb o carro era muito indocil o roll center era muito alto e a suspensao traseira funcionava com muito ganho de cambagem aumentando muito a variaçao de bitola em linha reta qualquer coisa no chao era copiada entao quando voce tirava a mao do volante o carro andava reto com as maos no volante voce nao conseguia manter o carro estavel [caption id= attachment_254905 align= aligncenter width= 999 ] chassi do lobini em constante evoluçao [/caption] tivemos que parar voltar para tras e rever tudo fizemos algo mais arroz com feijao mas provado baseado na literatura especializada disponivel tinhamos um engenheiro ingles trabalhando conosco na epoca graham holmes ficou dois anos com a gente tinha bastante experiencia experiencia pratica mesmo nao teorica ele tinha feito algumas replicas la austin healey 3000 por exemplo flatout ele veio para ajudar em suspensao fb nao veio para ajudar em tudo chicote eletrico vedaçoes dobradiças modelaçao em fibra tudo isso ele nos ajudou ja tinha experiencia em desenvolvimento de carros deste tipo ajudou bastante adiantamos o desenvolvimento nesse ponto ele ajudou na montagem do p2 e do p3 [caption id= attachment_254912 align= aligncenter width= 999 ] criador e criatura hoje [/caption] o p3 ja era um carro bem mais evoluido a gente tinha um chassis rodante pronto e em cima dele a gente montava a carroceria nesta epoca estavamos nos mudando para a granja viana em cotia para nossa nova fabrica começava o que chamamos de fase 2 da lobini semana que vem a segunda parte desta entrevista a lobini fase 2 fabio testa o carro na lotus inglesa a vida depois da lobini ebtech o fox vr6 de motor central a americar o mundo dos carros artesanais brasileiros e as incriveis dificuldades burocraticas para quem quer fazer um carro deste tipo em nosso pais nao percam
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