brock yates se aproxima do carro parado na pista e brilhando ao sol de riverside de pe ao lado dele a um sujeito magrelo e com nariz esquisito com os famosos oculos escuros e o bell 500 preto em cima do carro a inconfundivel figura de ken miles [caption id= attachment_379968 align= aligncenter width= 999 ] ken miles e phil remington com o gt40[/caption] escute bem ken vou pegar leve nas primeiras voltas esta e uma pista estranha para mim e esse e unico carro no mundo que eu nao quero estragar acreditem em mim vou andar bem de boa diz yates miles abre a porta e o jornalista se coloca no banco do gt40 por sorte e um roadster sem teto e a cabeça do alto brock yates fica com espaço; para dan gurney seria necessario criar uma bolha no teto do cupe a hoje famosa gurney bubble e sim yates e gurney ficaria famosos juntos anos depois numa corrida ilegal chamada cannonball run [caption id= attachment_379973 align= aligncenter width= 999 ] yates com dan gurney[/caption] miles aponta apontou para tres interruptores no painel estes dois sao para as bombas de combustivel e este e a igniçao diz ele com seu sotaque preciso colocando os na posiçao ligado voce tera que tomar cuidado com a embreagem ele observou sorrindo ela tem apenas tres quartos de polegada de movimento e todo mundo acha um pouco duvidoso na partida e ah sim e melhor usar dupla debreagem tanto para cima quanto para baixo o colotti funciona muito melhor quando voce o usa dessa forma ele parou por um minuto como se tentasse se lembrar de outras instruçoes acho que e isso voce encontrara o botao de partida no tunel ao lado do seu joelho esquerdo divirta se [caption id= attachment_379970 align= aligncenter width= 999 ] o roadster experimental x 1[/caption] este teste da car and driver publicado em novembro de 1965 ninguem sabia ali seria o apice o claim to fame da versao roadster do gt40 quando a ford criou os primeiros gt40 em sua fabrica inglesa fav ford advanced vehicles liderada por john wyer a gente tende a esquecer nao sabia nada sobre competiçoes de carro esporte começara do zero e esperava imediatamente ganhar le mans ja naquele ano de 1964 entao foi uma correria uma bagunça e demorou para as coisas assentarem em 1965 quando este teste aconteceu as coisas começavam a andar no caminho certo; mas o gt40 roadster era algo do passado yates podia partir ele no meio que a ford nem ligaria o roadster e uma versao que no inicio se imaginava necessaria para corridas em locais quentes e de curvas mais fechadas como a targa florio se sabia ja que versoes abertas e mais leves dos carros que normalmente competiam em le mans eram desejaveis os porsche bergspyder que o digam https //flatout com br/908 03 o porsche targa florio/ mas o gt40 roadster rapidamente se mostrou indesejavel menos rigido que o cupe aerodinamica comprometida acaba sendo rapidamente deixado de lado apenas cinco carros sao feitos quatro prototipos e o x 1 um experimento de estrutura em aluminio [caption id= attachment_379974 align= aligncenter width= 999 ] o x 1 roadster e em aluminio[/caption] o mais louco e o jeito que esses carros de corrida obsoletos foram tratados hoje valeriam muitos milhoes de dolares mas entao eram apenas carros de corrida sem uso; basicamente lixo o x 1 como era importaçao temporaria para uso nos eua can am acaba sendo destruido para economizar o frete de devoluçao ou os impostos para permanencia nos eua o chassi gt/111 carro que competiu na targa florio de 1965 perdeu uma roda e bateu na prova; de volta a fav na inglaterra esta considerou que nao valia a pena conserta lo suas peças foram canibalizadas para cupes mais novos e o chassi foi cortado no meio e jogado no lixo [caption id= attachment_379976 align= aligncenter width= 999 ] o gt/111 hoje restaurado [/caption] para se ter uma ideia do valor deles depois como carros antigos o gt/111 reaparece em 2008 restaurado e novinho aparentemente e de forma impossivel de se confirmar como verdade dois funcionarios da fav teriam guardado os pedaços do chassi e agora apenas com essas peças soldadas novamente o carro tinha sido todo reconstruido do zero imagine o custo disso e a dificuldade de se confirmar a veracidade da historia nao o fato e que todos os gt40 roadster desapareceram rapido para nunca mais serem vistos criando uma lenda a seu redor todos com duas exceçoes o carro do teste gt/108 que foi vendido e mantido por uma serie de entusiastas conhecidos durante os anos; da ultima vez que se soube dele foi vendido em leilao em 2019 por us$ 7 65 milhoes e o gt/109 o carro de dean jeffries dean jeffries edward dean jeffries 1933 2013 foi basicamente um artista mas diferente da arte tradicional o modo com que jeffries criou sua arte foi pelo automovel era primeiro um pinstriper; criador daqueles filetes legais criados a mao livre que explodiram no pos guerra americano [caption id= attachment_379979 align= aligncenter width= 999 ] criando o mantaray[/caption] mas era tambem um mecanico de mao cheia um piloto de certa competencia e sabia usinar e soldar para criar qualquer coisa que sua cabeça pedisse aprendeu muito se tornando aprendiz de kenneth von dutch howard e depois trabalhando na famosa oficina de outra lenda da customizaçao george barris [caption id= attachment_379982 align= aligncenter width= 999 ] mantaray [/caption] foi dean jeffries que pintou o little bastard no porsche 550 spyder de james dean; suas ligaçoes com competiçao o fizeram criador das pinturas dos carros e capacetes de pilotos de corrida como jim rathmann parnelli jones e a j foyt e se tornou o pintor e encarroçador dos carros de foyt depois disso a partir de 1962 ele trabalhou para carroll shelby na criaçao dos primeiros cobra quando havia um so cobra shelby pintava o carro de uma cor diferente para cada revista que o emprestava para parecer que existiam muitos; o trabalho duro aqui era de jeffries era naquele ponto um dos melhores pintores de carros personalizados e um dos pioneiros da pintura de chamas estilizadas em hot rods tao comum depois mas e quando começa a fazer carros especiais de exposiçao e para a industria do cinema e televisao de hollywood que fica famoso fora do circulo entusiasta para isso monta sua propria empresa e oficina a dean jeffries automotive styling em los angeles a partir de um chassi de maserati de competiçao dos anos 1930 por si so hoje algo que vale milhoes e um motor v8 289 de cobra emprestado por shelby criou o maluco mantaray em 1964 seus inumeros trabalhos para a televisao incluem o black beauty do besouro verde e o psicodelico gto pheaton dos monkees o monkeemobile tambem e o criador do ford bronco little mule do filme tudo por uma esmeralda romancing the stone de 1984 jeffries tambem teve sua propria marca de buggies de fibra o kyote [caption id= attachment_379983 align= aligncenter width= 999 ] o ford gt40 roadster chassi gt/109[/caption] mas como ele acaba dono do gt40 roadster chassi gt/109 jeffries estava no tunel de vento da ford na area de detroit por alguns dias no final dos anos 1960 auxiliando a j foyt a configurar o pacote aerodinamico em seu carro de corrida para indianapolis durante algum tempo de inatividade jeffries começou a explorar os edificios ao redor das instalaçoes do tunel de vento ele encontrou um enorme armazem adjacente cheio de veiculos prototipos e carros de corrida aposentados foi ali que ele viu pela primeira vez seu carro um gt40 que nao era um cupe mas um roadster [caption id= attachment_379990 align= aligncenter width= 999 ] roadster [/caption] o que ele encontrou foi algo muito raro como sabemos o gt/109 foi o segundo dos quatro roadsters construidos durante os primeiros dias de desenvolvimento do gt40 o chassi foi construido em outubro de 1964 e enviado para a oficina de shelby em los angeles em março de 1965 foi preparado e pilotado na corrida de 24 horas de le mans daquele ano por maurice trintignant e guy ligier quando o carro saiu da oficina de shelby para a frança ele carregava o numero 9 mas o carro foi renumerado para 15 antes do inicio da corrida na prova porem parou na volta de numero 11 com falha na transmissao a problematica colotti dos primeiros carros e foi enviado de volta estava parado ali sem uso desde entao quando vi meu carro pela primeira vez ele nao tinha motor nem transmissao diz jeffries na sua biografia escrita por tom cotter entao eu estava batendo papo com jacques passino chefe dos programas de corrida da ford no teste do tunel de vento e disse que gostaria de comprar o carro ele disse nao nao se preocupe com isso apenas pegue ele nao vamos usa lo mais e leve todas as peças que voce precisar para ele entao eu dirigi meu caminhao ate kar kraft perto da ford e carreguei com peças extras sim jeffries ganhou o carro de graça jeffries carregou nao so o carro para casa mas tambem um motor 289 equipado com quatro webers e um par de transeixos colotti e zf sobressalentes passino tambem insistiu que jeffries levasse um par de motores sem uso o v8 de 255 cid 4 2 litros dohc usado em indianapolis passino lhe disse que ja tinham sido considerados para o programa gt40 mas acabaram substituidos pelo v8 de sete litros da nascar motor que faz o gt40 vitorioso em le mans em 1966 incrivel mas ali no fim dos anos 1960 nada daquilo tinha valor comercial disse jeffries o carro nao tinha valor; eu nao conseguia ganhar dinheiro com ele entao eu apenas o guardei de lado na minha oficina ate que eu tivesse tempo para trabalhar nele eu so ficava pensando em voz alta eu vou fazer isso eu vou fazer aquilo mas na verdade eu nao sabia o que fazer com ele a intençao era fazer um hot rod com ele mas com o passar do tempo o carro ficou cada vez mais raro e depois descobri caro eu nao sabia o quanto eles valiam nunca tinha pensado nele dessa forma entao esse cara veio da inglaterra e me ofereceu u$5 milhoes [caption id= attachment_379977 align= aligncenter width= 999 ] jeffries em 2013 ainda restaurando seu gt40[/caption] mas jeffriess nunca venderia seu gt40 dizia que enquanto puder comprar um sanduiche todo dia nao preciso do dinheiro o raro gt40 ficou obedientemente no canto da loja de jeffries na cahuenga boulevard por quase quatro decadas enquanto ele estava envolvido na construçao de varios veiculos personalizados e de filmes se eu ouvisse sobre alguma peça disponivel rodas qualquer coisa eu comprava colocaria na caixa e guardava com ela lentamente foi reconstruindo o; sua intençao era usar o motor dohc da indy para fazer um carro diferente [caption id= attachment_379940 align= aligncenter width= 999 ] o gt40 chassis gt/10 8 o de dean jeffries hoje[/caption] mas jeffries vem a falecer em 2013 e seus filhos imediatamente vendem tudo da oficina naquele ponto apenas um deposito dos espolios da vida de dean jeffries inclusive o gt40 roadster chassi gt/108 que acaba com o dono da casa de leiloes mecum por uma quantia nao revelada [gallery ids= 379939 379933 379928 379920 379914 379913 ] dana mecum o restaurou com o v8 289 original e o transeixo zf de jeffries ja tentou vende lo duas vezes sem sucesso mas agora reaparece um pouco diferente em detalhes em maio no leilao da mecum de indianapolis vai tentar ser vendido de novo o gt40 roadster mesmo na pista suja o carro era sensacional mas curiosamente diferente de uma maquina de corrida puro sangue com 385 cavalos de potencia nao havia turbulencia de ar alguma no cockpit e eu nao me incomodei em colocar meus googles mesmo aumentando constantemente a velocidade era tudo muito suave e refinado com um ride que era mais suave do que a maioria dos carros esporte de rua e apenas o forte grito do escapamento me lembrava que eu estava dirigindo um carro de corrida em algumas voltas aumentei os pontos de troca de marcha para ainda conservadores 6000 rpm e engatei a quarta marcha na reta o carro engolia as curvas como algo que eu nao conseguia acreditar; como se nao existisse subesterço sobresterço e derrapagem na verdade parecia que nao tinha suspensao alguma — como se as leis da fisica que governam os carros em velocidade estivessem de alguma forma sendo anuladas brock yates e todo mundo de 1965 nao estava preparado para aquilo diferente dos carros de corrida de hoje o gt40 era um carro de rua tambem e assim foi vendido ate pela ford e um carro de rua com aquele desempenho simplesmente nao existia nao antes do gt40 primeiramente voce tem que entender que ha muito poucos circuitos no mundo que sao realmente adequados para o ford gt ha le mans reims spa e possivelmente daytona a maioria das pistas americanas sao simplesmente muito apertadas para o carro e seu comportamento em baixa velocidade e realmente bem mediano mas em curvas de alta velocidade todo piloto que ja esteve no gt concorda totalmente que ele e o automovel mais controlavel ja construido em toda a historia disse ken miles para brock yates no fim daquele dia em menos de um ano teria chegado em primeiro em le mans oficialmente segundo e morreria nos dois casos dirigindo um gt40 mais uma faceta da incrivel lenda do gt40 um carro que chegou a valer nada e hoje e testemunho vivo de um tempo epico que infelizmente nunca voltara
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