Ok, não são carrinhos, são miniaturas. E temos certeza de que você já começou a colecioná-los ao menos uma vez na vida. Talvez até depois de crescido – na verdade, é até mais fácil porque você não depende mais dos seus pais para comprá-los. Além disso, mesmo já tendo quebrado a barreira dos R$ 10, os Hot Wheels ainda são uma das formas mais baratas de começar a colecionar miniaturas.
Bruce Pascal, que mora na costa leste dos EUA, é um cara que leva esta história bem a sério. Em 1968, quando a Mattel lançou os Hot Wheels, Bruce tinha sete anos e ganhou um carrinho dos seus pais, foi o começo de uma paixão a qual o colecionador dedica todo o seu tempo livre. Tanto que ele é conhecido como o “Rei dos Hot Wheels” entre os adeptos do hobby.
Fotos: Barcroft Media
Para Bruce, os Hot Wheels são o melhor brinquedo já feito. Ele tem cerca de 3.500 deles, incluindo 175 protótipos que jamais foram lançados ao público. A estante onde os protótipos ficam guardados vale, sozinha, US$ 250 mil (o que dá cerca de R$ 860 mil em conversão direta). A coleção inteira foi avaliada em US$ 1,8 milhão (R$ 6,2 milhões). Considerando que o investimento total foi de US$ 300 mil (R$ 1 milhão), dá para dizer que o hobby compensa.
Bruce, contudo, não poderia estar menos preocupado com isto. O que ele quer é preservar a história dos Hot Wheels, dedicando-se a reunir informações sobre eles em seu site e cuidar das preciosidades que ficam na sala especial que construiu em sua casa. Como conta no vídeo acima, Bruce contratou um arquiteto para personalizar o espaço, que agora é uma réplica exata do escritório do presidente da Mattel em 1970.
Fotos: Barcroft Media
Ele diz que o grande barato dos Hot Wheels em 1968 eram as cores e formas exageradas dos carrinhos, fossem eles criações originais ou reproduções licenciadas. Os Matchbox, seus rivais no mercado de brinquedos, eram mais realistas, e era assim que as fabricantes faziam os carrinhos naquela época. Com a chegada dos Hot Wheels, os carrinhos de brinquedo começaram a se parecer mais com… brinquedos.
O carrinho mais precioso da coleção é uma Kombi rosa chamada Pink Rear-Loading Beach Bomb, com pranchas de surfe que se encaixam no vidro traseiro. Foi a primeira vez que a Mattel reproduziu a Kombi, e o exemplar de Bruce é um dos 50 primeiros protótipos.
Fotos: Barcroft Media
Mais do que isto, é um dos únicos dois de que se tem notícia com pintura rosa – que foi uma tentativa da fabricante de conquistar também as meninas. Previsivelmente, não deu certo, mas a Pink Rear-Loading Beach Bomb tornou-se o Hot Wheels mais raro e valioso do planeta, avaliado em nada menos que US$ 150 mil (R$ 515 mil).
A Kombi rosa apareceu até mesmo no programa “Trato Feito”, e deixou boquiaberto o especialista encarregado de avaliá-la
Bruce coleciona Hot Wheels há cerca de quinze anos, quando foi à casa onde seus pais moravam e encontrou uma caixa com alguns de seus primeiros carrinhos dentro dela. Foi ali que ele começou a se dedicar de verdade à coleção.
Com uma boa rede de contatos entre os colecionadores mais influentes da cena e disposição para negociar, tanto pela Internet quanto em convenções, Bruce acredita ter conseguido acumular mais miniaturas históricas, suvenires e itens relacionados aos Hot Wheels do que a própria Mattel em sua fábrica.
Foto: Barcroft Media
Tanto que um de seus sonhos é abrir um museu dedicado aos carrinhos. E ele diz até que toparia dividir o espaço com um museu dedicado à boneca Barbie. E há uma boa razão para isto: o fundador da Mattel, Elliott Handler, também foi o inventor dos Hot Wheels. Sua esposa, Ruth Handler, era presidente da companhia e, em 1959, já havia criado a boneca Barbie. Ambos estão entre os brinquedos mais famosos do planeta, e são os dois maiores sucessos da Mattel.
Aliás, Bruce dirige um Alfa Romeo 4C no dia-a-dia – um carro pequeno, ágil e divertido que combina bastante com os Hot Wheels que ele coleciona. Afinal, não dizem que, à medida que crescemos, os brinquedos crescem junto?