Salve, rapaziada! Dando continuidade ao meu Project Car (para quem não acompanhou desde o início, estou aqui compartilhando com vocês a história do meu Escort RS Zetec 1.8 16V para uso em track days), neste segundo post irei contar mais detalhes sobre a receita de preparação. Vamos nessa?
Para colocar o RS na pista decidi seguir uma receita muito utilizada na Europa, que são comandos de válvulas, ECU e TBI do Mondeo 1995/1996 para melhorar o desempenho do tímido motor Zetec 1.8 16V. Retomando a conversa iniciada no post anterior, achei que pela internet seria relativamente fácil encontrar as peças que queria, mas não tive sucesso. Pelo menos não pelos canais convencionais (fóruns e sites de compra e venda nacionais, Ebay etc…).
Sendo assim, resolvi partir para o plano B. No final de 2012, aproveitei uma viagem a Curitiba para assistir ao Festival de Arrancada e fui dar um rolê nos ferros-velhos pra ver se encontrava o sonhado “kit Mondeo”, mas também não tive sorte. Peças para esse carro não são tão fáceis de se achar no nosso país, principalmente algumas tão específicas.
Enquanto isso, chegava enfim a tão aguardada estréia do carro no track day. Com a mecânica 100% original, somente com a TBI de Focus, bobina e cabos de velas MSD e os 50 cv de nitro, virei o tempo de 1:44,722. Pra efeito de comparação, o melhor tempo do dia foi de 1:31,419, cravado pelo Focus Supercharger do meu grande amigo e incentivador no mundo Ford, Marcelo Stadtherr.
Esse track day acabou servindo mais como um “shakedown”, onde pude analisar o que poderia ser melhorado e, mais importante, ter a certeza de que o projeto teria potencial. Depois disso, mergulhei de cabeça na busca das outras peças do quebra-cabeça que havia me disposto a montar (freios, câmbio, coletor dimensionado etc.). Em primeiro lugar vieram os freios, que são os dianteiros da Ecosport 1.6, que consegui comprar nos classificados de um fórum especializado em Ford. Os discos da Eco são 14mm maiores do que os do Escort e a pinça dispensa maiores adaptações, encaixando perfeitamente no cavalete original do Escort.
Logo em seguida, apareceu um coletor de escape 4×1 em um grupo especializado em Zetec no Facebook, e arrematei sem nem pensar duas vezes. Depois veio o câmbio completo de um Ka Action, cujas relações de 3ª, 4ª e 5ª marchas e o diferencial são mais curtos do que as originais do Escort. As rodas também foram trocadas. Saíram as pesadas Procar Wheelmania (16 kg cada com o pneu), e entraram as Ruff Racing R950 17”, com 11 kg cada, já montadas.
Montei os freios, o coletor de escape, fiz a suspensão com amortecedores trabalhados no curso e com mais carga e botei o carro na pista novamente. Resultado: 1:42,471, ou seja, uma melhora de 2,3 segundos em relação ao track day anterior (e sem o nitro, que foi para um Calibra que eu havia comprado na época). O carro ficou ótimo de chão, a frenagem melhorou consideravelmente, mas o câmbio muito longo e a falta de torque do motor Zetec 1.8 16V ficaram ainda mais evidentes.
Mesmo assim, isso só me deu mais empolgação para melhorar o carro e continuar a busca pelo meu “santo graal”, mas depois a gente conversa mais sobre isso. Abraços a todos!
Por Alexandre Santos, Project Cars #178