FlatOut!
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Sessão da manhã

A tensão de um piloto no salto de 110 metros a 160 km/h… que não deu certo

Antes de começar, pode ter certeza de que este é um dos vídeos mais intensos que já postamos no FlatOut. Não é gráfico ou violento mas, em dez minutos, você esquecerá de tudo o que anda acontecendo na sua vida para acompanhar a saga do piloto francês Guerlain Chicherit, que tentou cravar um recorde mundial com um salto de mais de 100 metros dirigindo um Mini Countryman de rali a 160 km/h.

O vídeo, cuja descrição faz questão de nos lembrar que foi filmado 100% com câmeras GoPro Hero3+, mostra o esquiador profissional e piloto de rali Guerlain Chicherit se preparando para uma tentativa de quebrar o atual recorde de distância para saltos com rampas. Atualmente, o recorde é do piloto e apresentador do Top Gear USA Tanner Foust, que saltou 101 metros (332 pés) em uma rampa da Hot Wheels.

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Chicherit e sua equipe fizeram todos os cálculos e chegaram à conclusão de que, para um salto de 109 metros (360 pés) seria necessário decolar a 160 km/h. Depois de algumas tentativas com rampas cada vez mais distantes ao longo das primeiras duas semanas do mês de março, Chicherit decidiu no dia 16 que estava pronto.

“Quando eu acordei no dia do salto, liguei para minha esposa e disse que tinha um mau pressentimento”, conta Chicherit. “Viajei pelo mundo por causa do automobilismo e já vi centenas de acidentes — engavetamentos com vários carros em alta velocidade, carros de rali capotando, às vezes em chamas.” Ele pressentiu que, desta vez, não seria só uma testemunha.

À medida que o vídeo te apresenta a situação e você vê os saltos de treino e os preparativos, vai ficando impossível desviar a atenção, e você acaba ficando tenso junto com o piloto e toda a sua equipe.

Então chega a hora do salto. Chicherit sobe a montanha e acelera. A velocidade sobe, 160 km/h, a rampa chega e ele decola. De repente, tudo fica em slow motion e dá para ver a expressão no rosto do piloto mudar. As pulilas dilatam, o medo nos olhos dele é visível. Algo vai dar errado.

O Mini Countryman atravessa os 109 metros de gap com facilidade, mas a dianteira desce demais e o carro cai de bico, rolando no ar várias vezes em seguida. Nessa hora, a edição insere as imagens onboard e podemos ver como o piloto tenta manter os braços colados ao corpo a fim de evitar que seus membros sejam esmagados pelo próprio carro (é por isso que esses carros usam aquelas redes na janela). É uma chance rara de ver, em detalhes, como o corpo reage em uma capotagem em alta velocidade — e é, sem dúvida, assustador.

Um detalhe nem tão legal assim é o fato de que a equipe de socorro não estava exatamente bem preparada — não havia um veículo para fazer o socorro rápido, e os bombeiros correram a pé vários metros de distância. Talvez todos estivessem confiantes demais. Por sorte o carro tinha uma célula de sobrevivência bem segura e, depois de ser levado ao centro de emergência, Chicherit foi tratado e liberado apenas com alguns ferimentos leves.

De qualquer forma, talvez o resultado do documentário tenha ficado ainda mais interessante porque o salto deu errado. E Chicherit não se abala: “eu vou reconstruir tudo e tentar de novo“. Esses caras não aprendem.