FlatOut!
Image default
Zero a 300

A volta do Singer “Dakar” | O fim do Camaro | O fim do Renegade e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

A volta do Singer ACS

Responda rápido: quando vimos o Singer 911 fora-de-estrada pela primeira vez? A resposta, acredite, é 2021. Sim, quase 3 anos no passado, a empresa mostrou o seu radical All-Terrain Competition Study (ACS), baseado no 964 como todos seus carros, mas parecendo um novo 959 para o Paris-Dakar. Se ainda existisse um “Paris-Dakar”.

Mas a Porsche, que estava preparando o carro que conhecemos hoje como 911 Dakar, não gostou nadinha do negócio: estava roubando a sensação de novidade que pretendia para o seu 911 caipira, do mato. A Porsche reclamou e procurou a Singer para conversar, ameaçando processo. Não se sabe o acordo que rolou entre as duas empresas, mas o carro da Singer sumiu da mídia, para nunca mais ser visto. Até hoje.

Na verdade, neste tempo, pelo menos dois carros foram feitos, para uma mesma pessoa; um para off-road, outro para asfalto. O proprietário desses dois carros emprestou a versão off-road para o Top Gear, e então pudemos vê-lo em ação no deserto, o lugar para onde ele foi feito.

Quanto custou este ACS da Singer? Ninguém tem certeza, além do fato de que um só milhão de dólares não compra um; o papo aqui é no plural, milhões de dólares. “Many, many millions”. Mas dinheiro só é importante mesmo para quem não o tem: o proprietário deste ACS aparentemente não tem medo de usar de verdade o carro no deserto, e nem tem medo de emprestá-lo. Assim, podemos ver como ele é, goste a Porsche ou não.

O ACS ainda é refrigerado a ar: um 3,6 litros biturbo que produz “entre 450 e 600 cv”. A transmissão é sequencial de cinco marchas, a tração é permanente nas quatro rodas, e a suspensão, mais alta e com pneus off-road gigantes, tem amortecedores duplos e 300 mm de curso total. O desenvolvimento foi feito em conjunto com outro mago respeitado dos 911: o inglês Richard Tuthill, que faz também seus próprios 911 no volume 11.

A carroceria é de fibra de carbono, e a traseira levanta quase inteira para revelar a mecânica. Há um segundo estepe lá atrás (o estepe principal está guardado na frente para facilitar o acesso) e, naturalmente, há uma gaiola de proteção completa. Não foi construído para competir em uma série de corridas específica, nem exibição. É um brinquedo. Caro, mas brinquedo mesmo assim.

Existirão mais deles, ou o acordo com a Porsche relegou o status desses dois exemplares à os únicos da espécie? Não sabemos. Mas, pelo menos por enquanto, não viraram enfeite de garagem: são obviamente bem usados. Como deve ser. (MAO)

 

O último Camaro conversível é produzido.

Todo mundo sabe que 2023 é o último ano do Chevrolet Camaro; no início do ano a GM fez este anúncio, sem muita fanfarra, e o assunto meio que foi esquecido. Mas todo mundo espera, agora, no finzinho de 2023, aquela foto icônica do último carro saindo da linha. Esta semana, apareceram algumas fotos extraoficiais do último conversível, que teria sido construído em 23 de novembro. Falta só o cupê agora, para acabar totalmente.

Você pode ser desculpado se não der muita importância à esta notícia. Afinal de contas, o Camaro já morreu uma vez: em 2002, na quarta geração. Quase ao mesmo tempo “Maximum Bob” Lutz voltava à GM, e estacionava seu carro do lado do Camaro 1969 amarelo com faixas pretas do diretor de Design, Ed Wellburn. A conversa e amizade entre os dois fez o Camaro renascer, à imagem e semelhança do carro de Wellburn, em 2010, como a quinta geração do modelo. O Camaro, então, já morreu e já renasceu no passado; tira um pouco do drama da notícia de morte agora, não?

Ed Welburn e seu Camaro 1969: inspiração

O fracasso recente do modelo é falta de visão pura da GM: o desenho da sexta geração, um carro todo novo de 2016, continuou firmemente focado em 1969. Essas coisas vão ficando velhas; é necessário evoluir. Pouca gente percebeu até que era outro carro totalmente diferente; é um carro excelente, mas agora, incapaz de progredir pelo seu desenho.

De qualquer forma, este ano o Dodge Challenger morre também; a direção da GM, desinteressada em entusiastas agora, aproveitou o embalo para matar este modelo agora persona non grata, e quem sabe passar isso desapercebido.

Até a próxima, Camaro. Esperando sua volta ansiosamente. Morreu? No máximo, está fazendo um descanso sabático. De novo! (MAO)

 

Jeep Renegade deixa de ser vendido. Nos EUA!

Outra morte confirmada para 2024: o Jeep Renegade não será mais vendido nos EUA. Apesar do sucesso contínuo aqui no Brasil, o carro nos EUA vem em declínio de vendas à algum tempo. Não terá substituto: efetivamente, o Compass ocupará seu espaço.

A Jeep disse ao Auto News que continuará a oferecer o Renegade no Brasil, México, na Europa e em outros mercados. O carro foi lançado no ano modelo 2015, compartilhando a plataforma com o Fiat 500X, e derivado do Grande Punto, que é derivado do Opel Corsa 4400, pai também do Chevrolet Sonic. Sim, o Renegade tem a mesma origem do Chevrolet Spin atual, em termos de plataforma. Diferente, mas parecido: tudo saiu do mesmo lugar.

A decisão de acabar com o Renegade ocorre após vários anos consecutivos de queda nas vendas na América. Estas, atingiram um máximo histórico de mais de 106.000 unidades em 2016, mas têm caído anualmente desde então. Em 2022, vendeu-se apenas 27,549 Renegades nos EUA. E este ano, as vendas caíram 35% nos primeiros nove meses do ano, com a empresa preparada para fechar o ano com cerca de 21.000 unidades vendidas na América.

Nos EUA hoje, o Jeep Compass Sport 2024 é o modelo mais barato da linha, vendido a partir de US$ 29.995 (R$ 148.475). Lá vem com um quatro em linha de 2 litros turbo, com 200 cv e 30,5 mkgf, e câmbio automático de oito velocidades. Aqui, como comparação, começa ao redor dos R$ 125.000, com o motor 1,3 litro turbo. (MAO)

 

Renault anuncia mais investimentos no Brasil, e novo SUV.

O presidente da Renault do Brasil anunciou ontem que Renault produzirá um inédito SUV médio no Brasil. O anúncio foi feito durante as comemorações do aniversário de 25 anos do fabricante no Brasil. Não será algo já existente: é inédito.

O novo modelo é parte de importante investimento da marca francesa no Brasil, que somam R$ 2 bilhões nesta fase. Se somarmos este valor novo ao já anunciado no passado, veremos que a empresa investirá R$ 5,1 bilhões no Brasil, de 2021 até 2025. Uau.

Não há detalhes sobre este novo carro ainda; sabe-se que utilizará a nova plataforma modular CMF-B, entrará no segmento C, e será uma ampliação da linha, não substituindo nada da gama de hoje. Sabemos também que terá cinco lugares apenas e terá porte maior que o Duster. O executivo também confirmou que o SUV será exportado para todos os mercados da América Latina.

Será lançado primeiro no Brasil como o Kardian, e deve receber powertrain híbrido, baseado no novo motor 1,3 litros turbo. A Renault, por sinal, anunciou também que há um investimento de R$ 100 milhões na fábrica em São José dos Pinhais (PR), destinados para a nacionalização do motor 1.3 turbo, hoje usado pelo SUV Duster e a picape Oroch. (MAO)