quando a honda confirmou o lançamento da decima geraçao do honda civic no brasil as expectativas eram altas — especialmente porque seria a primeira geraçao do civic equipada com um motor turbo downsized aquela altura de 2016 citroen peugeot volkswagen e chevrolet ja ofereciam sedas medios com motores turbo por aqui mas todos eram coadjuvantes do segmento com um volume de vendas modesto e um publico especifico o honda seria o primeiro downsized com potencial para desafiar o toyota corolla os planos da honda eram modestos vender apenas 3 000 unidades por mes mesmo assim passados 18 meses desde o lançamento a media mensal tem sido inferior a 2 200 unidades o que aconteceu sera que o civic nao tem qualidades suficientes para conquistar ao menos parte dos 60 000 clientes que o corolla encontrou em 2017 no começo de novembro enquanto o juliano se divertia com o primeiro civic fabricado no brasil — aquele modelo 1997 quase zero quilometro que a honda guarda — eu estava com o civic touring para descobrir as qualidades e defeitos desta nova geraçao do modelo make civic great again olhando por fora a primeira impressao e de que ele ficou muito maior que o civic 9 nesta geraçao pela primeira vez o civic foi desenvolvido nos eua e nao trazido do japao por isso ele cresceu mesmo mas nao muito o civic touring e so 2 cm mais largo que seu antecessor 10 cm mais longo e 1 cm mais baixo essa impressao e um efeito resultante de uma serie de elementos de design o capo mais plano o para brisa mais ereto a linha de teto que se alonga ate a extremidade traseira e as tomadas de ar dianteiras mais largas e que avançam pelas laterais dos para choques o vinco ascendente nas portas acompanhando a linha de base das janelas tambem fazem o civic parecer um animal pronto para avançar sobre sua presa e uma agressividade raramente vista fora da linhagem type r o grande trunfo dos designers americanos da honda foi combinar a estetica com a funcionalidade o caimento continuo da linha de teto a partir da coluna b resultou na traseira fastback que reforça o ar esportivo ao mesmo tempo que ajuda a aumentar o espaço para o porta malas o entre eixos 3 cm maior o balanço dianteiro 3 6 cm mais curto e o traseiro 7 4 cm mais longo que o do antecessor deram uma nova proporçao a silhueta do civic melhorando muito o aproveitamento do espaço interno na cabine e no porta malas que ganhou 71 litros e resolveu de vez uma das maiores criticas ao modelo na ultima decada com 520 litros de volume de carga vida a bordo por dentro o civic tambem mudou completamente o painel de dois andares com o conta giros no quadro de instrumentos e o velocimetro no topo do painel era um efeito colateral da base do para brisa avançada com as mudanças no angulo do capo e do para brisa sua base ficou mais proxima dos ocupantes e o painel ficou mais estreito e convencional o que acabou com o espaço para o painel de dois andares outro problema da base alongada do para brisa do civic anterior e que voce nao tinha uma boa visibilidade da dianteira do carro as colunas eram largas e ainda havia aquela janelinha lateral como um falso quebra vento outro efeito colateral do painel recuado voce ficava distante do para brisa e mal enxergava o capo aqui mesmo com o banco na posiçao mais baixa voce esta mais em cima da dianteira e ainda tem o capo saliente nas laterais para te orientar [gallery columns= 2 link= file size= medium ids= 171425 171427 171428 171429 ] a qualidade dos materiais nao mudou muito o acabamento e excelente para os olhos mas nao tanto para as maos ao menos nao em todos os lugares da cabine a honda ja sacou como aumentar a percepçao de qualidade praticamente tudo o que voce manuseia ou encosta e macio emborrachado ou revestido de tecido/couro as partes que voce nao toca sao de plastico rigido texturizado o painel o teto e todo o acabamento interno sao pretos em vez de cinza e isso passa uma impressao de refinamento voce se sente mais envolvido mas os plasticos rigidos e a imitaçao de metal escovado nao sao algo que se espera encontrar em um honda de mais de r$ 120 000 um elemento interessante que a honda vem usando em seus carros desde o hr v e o console central elevado que da um aspecto premium pro carro voce se sente em um carro de uma categoria superior e o modelo manual deve ficar bem interessante com a alavanca do cambio na altura do cotovelo o quadro de instrumentos agora tem uma tela central configuravel com o conta giros em arco em cima do velocimetro na parte de baixo voce pode escolher entre as funçoes do computador de bordo autonomia velocidade media pressao do turbo informaçoes de navegaçao informaçoes do audio ou… nada mas o quadro fica bem feio sem nada ali e da pra deixar ainda pior se voce tirar o conta giros pelas configuraçoes no sistema multimidia falando nele todos os controles sao touchscreen — do volume a sintonia do seletor de fluxo do ar condicionado ao angulo da camera de re — o que nao e muito legal porque voce nao tem a nenhum botao para operar o sistema sem desviar a atençao ao menos os comandos basicos do ar condicionado do volume do audio e do quadro de instrumentos estao no raio esquerdo do volante mas a melhor novidade no interior do civic e mesmo o espaço e o formato dos bancos na geraçao anterior eles tinham um estilo de poltrona e embora fornecessem um bom suporte para o corpo o assento era curto e o encosto nao era muito ergonomico chegavam a ser desconfortaveis em viagens longas o banco do passageiro tambem tinha o trilho curto mesmo totalmente recuado eu que tenho 1 85m nao conseguia esticar as pernas agora sobra espaço os bancos novos sao mais anatomicos continuam fornecendo bom suporte para o corpo mas tambem oferecem um bom apoio para a coluna durante nossa semana com o carro fiz dois stints de 300 km sem parar e nao senti nenhum incomodo ou desconforto o encosto tambem ficou mais fino na largura dos ombros e em sua espessura dando um aspecto mais esportivo e liberando espaço para as pernas dos passageiros do banco traseiro o revestimento de couro combina texturas e passa um ar bastante refinado com o banco dianteiro ajustado para mim consegui me acomodar confortavelmente no banco traseiro com espaço adequado para os joelhos e para a cabeça lembram da funcionalidade da traseira fastback que falei mais cedo o unico inconveniente do banco traseiro e que agora o civic voltou a ter um tunel central para incomodar o quinto passageiro algo que nao acontecia antes mas se voce considerar que o banco era mais estreito e o teto mais baixo no civic 9 ate que foi uma boa troca e como acelera os pontos negativos da cabine logo se dissipam de sua atençao quando voce se envolve com o motor a direçao e o cambio e um 1 5 turbo fluxo simples 1 15 bar de pressao maxima 173 cv e quase 22 5 kgfm de torque e… um cambio cvt e com simulaçao de marchas normalmente nao gosto de cvt com simulaçao se e pra ser cvt que seja daquele jeito esquisitao que trava a rotaçao do motor no ponto ideal e vai variando a relaçao do cambio de acordo com a velocidade mas a simulaçao de marchas tem um modo s que permite a seleçao de sete relaçoes fixas as trocas sao praticamente imediatas para ultrapassar voce clica ele reduz a relaçao na hora nao tem espera e ele se adapta de acordo com a carga sobre o acelerador se voce acelerar progressivamente ele se comporta como um cvt normal mantendo a rotaçao ideal e mudando relaçao das polias para ganhar velocidade e como o motor se mantem perto das 3 000 rpm e facil ganhar velocidade demais pois voce nao tem a referencia sonora do motor enchendo a subida de giros so acontece se voce afundar o pedal; o cambio mantem a relaçao das polias fixa simulando uma marcha convencional e so faz a troca na casa dos 5 000 giros nesse modo sao sete relaçoes fixas que simulam as sete engrenagens de um cambio automatico convencional se voce usar o modo sport manual ele tambem adota a simulaçao mas so faz a troca automaticamente quando chegar ao limite de rotaçoes em 6 400 rpm e e voce vai chegar a essa rotaçao porque o motor continua empurrando mesmo com o ponteiro beliscando a faixa vermelha mesmo sendo um turbo ele nao gira muito menos que o 2 0 aspirado que tem seu limite pouco acima de 6 500 rpm esse comportamento alias foi uma das boas surpresas deste civic touring muitos carros downsized— especialmente com cilindrada baixa—usam turbocompressores de baixo volume para reduzir o turbo lag e ganhar torque em rotaçoes baixas so que isso tende a comprometer o folego do motor em altas rotaçoes estrangulando o fluxo e causando aquela sensaçao de que o carro esta amarrado isso nao acontece aqui a direçao tem assistencia eletrica e honra a tradiçao de precisao do civic ela agora tem relaçao variavel — a posiçao dos dentes da cremalheira varia do centro para as extremidades da peça tornando a mais direta rapida proxima ao centro e mais desmultiplicada em angulos maiores de esterçamento um comportamento curioso e que apesar de ser um projeto americano o civic ficou com a suspensao mais firme o civic 9 tinha um acerto mais macio que e o gosto dos americanos e transmitia muito as pancadas resultando em batidas secas a unica fonte de ruidos agora sao os pneus de perfil baixo bridgestone turanza 215/50 r17 que nao se deram muito bem com os buracos do asfalto mesmo mantendo o arranjo independente do civic 9 com multilink na traseira e mcpherson na dianteira ele agora aponta melhor rola menos e eliminou as pancadas secas tao criticadas a receita aqui sao as novas buchas hidraulicas uma geometria retrabalhada bitolas mais largas e centro de gravidade mais baixo e para ajudar o civic 10 a apontar melhor a honda desenvolveu um sistema de mitigaçao de sub esterço ou de vetorizaçao de torque baseada na frenagem trata se de uma variaçao do programa de controle de estabilidade que freia a roda dianteira interna a curva criando um efeito de pivotagem que ajuda o carro a rotacionar com mais agilidade e precisao ainda no campo das assistencias eletronicas o civic vem equipado com assistente de frenagem de emergencia assistente de partida em rampa controle de traçao um sistema de monitoramento de ponto cego por meio de uma camera instalada no retrovisor direito que pode ser acionada automaticamente com o pisca a direita ou por meio de um botao na haste de acionamento das setas e o sistema de luzes de emergencia que aciona o pisca alerta automaticamente em caso de frenagens bruscas [gallery columns= 2 link= file size= medium ids= 171430 171431 ] os freios do civic sao outro ponto de destaque o pedal tem boa modularidade com acionamento progressivo e quase nada de curso morto alem disso e preciso abusar consecutivamente dos freios antes que voce perceba alguma perda de eficiencia devido ao superaquecimento bottom line no geral o civic se tornou um carro bem melhor que o antecessor e melhor que seu rival corolla ele e mais comunicativo tem um visual mais agressivo e um motor turbo que diverte muito e bebe pouco ao longo dos sete dias de avaliaçao rodando pouco mais de 800 km em percurso misto a media ficou na casa dos 13 km/l com gasolina — o touring nao e flex o problema e o preço sao r$ 125 000 que o deixam meio perdido no mercado sim ele e melhor que o corolla que ja passou dos r$ 104 000 e ainda nao usa um motor turbo mas se voce quiser um turbo o cruze esta ai por r$ 94 000 sao 20 cv a menos mas ele tambem custa r$ 31 000 a menos da para levar um project car com a diferença depois tem o jetta que parte de r$ 95 000 na versao comfortline 1 4 tsi r$ 109 000 na versao highline 2 0 tsi mas ja pode ser encontrado por preços mais baixos para esgotar os estoques da atual geraçao e um carro prestes a sair de linha mas estamos falando de 211 cv na versao de topo e algo a se considerar se voce nao se importa em ter um carro defasado em termos de mercado na verdade por esse preço da ate para pensar no toyota prius se voce curte a ideia de ter um hibrido ou quer economia de combustivel extrema o modelo chega a rodar 18 km/l em ciclo urbano tem uma potencia combinada de 134 cv e sai por r$ 127 000 os r$ 125 000 cobrados pela honda colocam o civic touring perto dos medios grandes e dos premium e a faixa do audi a3 sedan r$ 120 000 a r$ 130 000 e do ford fusion ecoboost a ford alias ate criou duas versoes mais baratas do fusion ecoboost especialmente para tentar conquistar os clientes do civic touring com um motor mais potente 248 cv e mais espaço isso coloca o civic touring como uma decisao peculiar para quem quer mais que os 153 cv do cruze nao quer um carro tao grande como o fusion precisa de mais espaço que o audi a3 sedan oferece e nao quer um modelo fora de linha nem um hibrido ele so fica interessante quando voce percebe que o corolla altis custa r$ 118 000 so que os r$ 118 000 cobrados pelo corolla altis fazem ainda menos sentido que os r$ 125 000 do civic touring e quem mostra isso e o proprio civic em suas versoes aspiradas no fim das contas sao elas as grandes concorrentes do civic touring veja so os numeros de mercado mostram que civic e corolla sao as duas opçoes mais relevantes neste segmento dos sedas medios o corolla parte de r$ 92 690 mas somente com o motor 1 8 de 144 cv para ter um motor parecido com o do civic voce precisa escolher a versao xei 2 0 que salta para obscenos r$ 104 850 enquanto a honda oferece duas versoes do civic por menos de r$ 100 000 equipadas com seu 2 0 de 155 cv — a sport cvt de r$ 94 900 e a ex cvt de r$ 98 900 por apenas r$ 1 050 a mais que o corolla 2 0 de entrada voce ainda encontra o civic exl por r$ 105 900 e se voce quiser algo mais entusiasta pode economizar mais r$ 7 000 e arrematar um civic sport com o cambio manual de seis marchas — que custa r$ 87 900 e sera nossa proxima avaliaçao considerando que todo o restante do conjunto e o mesmo do touring o civic 2 0 seria uma boa opçao mesmo se nao compartilhasse as qualidades dinamicas e esteticas do modelo turbo por esse ponto de vista o civic touring e a melhor propaganda do civic 2 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