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Akio Toyoda não é mais CEO da Toyota
É até incrível dizer isso, se você pensar bem, mas é a mais pura realidade: no quadro executivo de qualquer fabricante de automóveis, hoje, a coisa mais rara é alguém que realmente goste de carro como nós.
Uma exceção, por incrível que pareça, é a Toyota. Seu presidente e herdeiro, Akio Toyoda, é conhecido por ser um entusiasta de mão cheia. Tem até um nom de guerre para competir no esporte-motor, “Morizo”, que usa sempre que pode: dirigir é a sua atividade preferida. Toyoda-san é um raro executivo que realmente curte o que fabrica.
Nada dura para sempre, porém; do Japão vem a notícia de que Akio Toyoda não será mais o diretor executivo da empresa; se tornará o presidente do conselho. Toyoda foi presidente e CEO da Toyota nos últimos 14 anos.
Será substituído por Koji Sato; atualmente o presidente internacional da Lexus, e chefe da Gazoo Racing. Parece ser uma escolha totalmente voltada à produto, também.
O discurso, porém, preocupa um pouco: “Sou um criador de automóveis, por completo. Acredito que foi assim que transformei a Toyota. No entanto, isso é tudo o que sou. E vejo isso como algo que me limita. A nova equipe do próximo presidente Sato tem a missão de transformar a Toyota em uma empresa de mobilidade”, disse Toyoda sobre a mudança na liderança.
A Toyota é um dos maiores produtores de automóvel do mundo, e pretende produzir 10,6 milhões de veículos em 2023. A empresa foi fundada como uma fábrica de teares em 1926 por Sakichi Toyoda, bisavô de Akio. Virou uma indústria de automóveis nos anos 1930, pelas mãos do avô de Akio, Kiichiro Toyoda, e nos anos 2000 se tornou o maior produtor do mundo, posição que perdeu e reconquistou várias vezes desde então.
A Toyota ainda é uma empresa familiar e Akio continua supervisionando-a. Mas certamente é um ciclo que se fecha. A linha de produtos da marca melhorou para o entusiasta, mas depois do sucesso do Prius, falhou em se tornar um concorrente de peso entre elétricos. Vamos esperar para entender o quanto isso mudará. (MAO)
Nürburgring em obras para melhorar segurança
O anel norte de Nürburgring é uma das pistas de competição mais antigas que existem, com a construção da pista iniciando em setembro de 1925, e concluindo na primavera de 1927. Mas corridas aconteciam nas estradinhas das montanhas Eifel desde 1907. E desde o início da pista fechada em 1927, é aberta ao público nos finais de semana, como uma “via pedagiada de mão única.” É solo sagrado para todos de nosso credo.
E agora está em obras. O complexo já recebeu atualizações diversas no passado, mas esta está sendo propagandeada como uma “grande atualização digital”. Um total de 11 milhões de euros (R$ 61 milhões) está sendo investido pela empresa operadora de Nurburgring para melhorar a segurança dos veículos e trazer a pista para o futuro.
A nova infraestrutura, que deve estar operacional em 2025, usará tecnologia de câmeras e inteligência artificial para monitorar todos os 21 km do Inferno Verde. A construção começará neste inverno e é um dos projetos mais abrangentes nos quase 100 anos de história de Nurburgring.
Basicamente se farão fundações para mastros à prova de tempestade para carregar câmeras de alta definição especiais e terraplenagem para instalação de cabos de fibra ótica e de energia. Também serão instalados painéis de LED para sinais digitais de alerta.
Um sistema de “inteligência artificial” então será capaz de detectar acidentes e outros eventos não programados na pista e apoiar a equipe de controle na decisão de como agir em seguida. No futuro, ele avisará automaticamente os usuários que estiverem na pista sobre situações perigosas por meio dos painéis de LED.
O objetivo, é claro, é a segurança dos usuários, que deve realmente melhorar. Um objetivo nobre, a segurança, mas também sempre usado quando se pretende cercear liberdades individuais.
Não que esse seja o caso aqui; não há dúvida que a intenção aqui é boa. Mas significará que nenhum “carro de firma” rode incólume no lugar, por exemplo. Não há mais escapatória do monitoramento completo de nossas vidas, aparentemente. Pelo menos, estamos mais seguros. Para fazer o que com esse tempo extra neste plano, não me pergunte. (MAO)
Maserati comemora 75 anos de GT’s com série especial
A Maserati está comemorando 75 “anos gloriosos de grand touring” com um Maserati GranTurismo de edição limitada, chamado de PrimaSerie.
O que aconteceu exatamente em 1948 para comemorarmos 75 anos? Aparentemente os Maserati de rua, os Grand Tourers; o que nos faz imaginar que a empresa considera o primeiro carro desse tipo o A6, lançado em 1948. Existiram outros GT da marca antes, mas podemos entender o A6 como o primeiro criado para isso. Não é exatamente verdade também, mas ok, podemos viver com isso.
O A6 era um carro de corrida de seis cilindros em linha, 1500 ou 2000 cm³; ficou famoso porém como o A6GCM, com duplo comando de válvulas no cabeçote e algumas das carrocerias especiais mais belas já criadas na Itália, o que não é dizer pouco. Mas sim, existiram A6 com carroceria fechada, “GT”, desde o início.
Mas enfim, o PrimaSerie. É baseado no GranTurismo Trofeo. Será oferecido em duas versões: “Grigio Lamiera Matte” com detalhes contrastantes em vermelho, ou “Nero Cometa” com detalhes em verde menta. Levam um logotipo do 75º aniversário no centro das rodas. No interior da cabine, o mesmo logotipo está nos encostos de cabeça (Ah, a criatividade!).
Não há mudanças mecânicas, mas vamos falar a verdade: quando se tem um V6 “Nettuno”, de três litros biturbo e 550 cv, é mesmo necessário algo a mais? A potência é transmitida ao eixo traseiro através de uma caixa automática de 8 velocidades, permitindo uma aceleração de 0-100 km/h em 3,5 segundos, uma aceleração de 0-200 km/h em 11,4 segundos e uma velocidade máxima de 320 km/h.
Previsivelmente, a edição especial é muito completa em equipamentos: painel de instrumentos digital de 12,2 polegadas, a tela de infotainment sensível ao toque de 12,3 polegadas, segunda tela sensível ao toque de 8,8 polegadas para o ar-condicionado automático, relógio digital e o sistema de áudio Sonus Faber.
A empresa não anunciou os preços das 150 unidades do Maserati GranTurismo Trofeo PrimaSerie, mas certamente será mais caro que o Trofeo normal, que começa em € 226.200 (R$ 1.248.624) na Itália. (MAO)
Série especial de 120 anos da Harley-Davidson chega ao Brasil
A marca americana Harley-Davidson está comemorando 120 anos em 2023. Um aniversário importante, claro, então é de se esperar muitas comemorações durante o ano.
Como esta: uma série especial de motocicletas. A edição 120th Anniversary tem 5 motos, um triciclo e mais um modelo CVO, “Custom Vehicle Operations”, a linha customizada da marca. E uma parte delas vai ser comercializada no Brasil.
O que ficou de fora (alguns diriam “Graças a Deus”) é o estranho triciclo Tri Glide Ultra, uma vez que este veículo não é oferecido nem está homologado para o mercado brasileiro. Trata-se de um veículo criado para a faixa mais idosa dos clientes da marca, nos EUA. O que no caso da Harley, marca que lida com forte envelhecimento de sua base de clientes, vocês podem imaginar quão idosa esta faixa é.
A edição especial vem com pintura especial; as cores e combinações de design são inspiradas nas primeiras motocicletas Harley-Davidson. Outros detalhes incluem um medalhão Art Déco de águia no tanque, capas de assento com laterais vermelhas, logotipos da marca dourados bordados e inserções no motor em vermelho.
A moto “Custom” CVO é a Road Glide 120th Anniversary. Vem com pintura vermelha aplicada sobre uma base preta, com contornos em pinstripe vermelho brilhante e detalhes de tinta dourada aplicados à mão.
O medalhão dourado aplicado no tanque é uma versão Art Déco de uma águia, um elemento icônico do design da Harley-Davidson. Os bancos ainda têm costura dourada e vermelha, motor em tom dourado e tampas de válvulas vermelhas. Apenas 1.500 exemplares desta moto, a “Harley-Davidson CVO Road Glide Limited 120th Anniversary” serão produzidos, 30 delas reservadas para brasileiros. São numeradas, claro.
Além desta moto especial, que custa R$ 299.000, existem também versões de aniversário da Fat Boy 114, Heritage Classic, Street Glide Special e Road Glide Special. Os preços começam em R$ 133.900 para a Heritage Classic, e chegam a R$ 186.000 na Ultra Limited. (MAO)
Mais aderência e menor resistência ao rolamento no mesmo pneu
É possível um pneu conseguir mais aderência com menor resistência ao rolamento no mesmo composto? Fosse há alguns anos, a resposta seria bem diferente de hoje. Antigamente, um pneu com baixa resistência ao rolamento inoxeravelmente agarraria menos ao pavimento também: pense em um pneu feito de plástico, como o de um Velotrol. Vai longe girando, mas mal se conforma ao asfalto.
Com a introdução do dióxido de silício – ou simplesmente sílica –, dentre outros componentes, fabricantes de pneus como a Continental conseguiram um comportamento de composto que causa menos perda de energia em baixas frequências (que estão relacionadas aos mecanismos da resistência ao rolamento), mas ao mesmo tempo, uma alta histerese e conformação à textura do pavimento nas altas frequências, que estão relacionados aos mecanismos que fazem um pneu ser aderente ao solo. Neste vídeo acima, explicamos como tudo isso acontece. (Juliano Barata)