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Sem Euro 7, o Alfa Romeo V6 sobrevive
Semana passada soubemos que o Euro 7, nova regulamentação de emissão para veículos na Europa, não vai mais ser aplicado para automóveis; apenas para veículos de carga. Isso acontece porque com a proibição da combustão interna em 2035, os investimentos necessários para atender esses limites eram grandes demais, e o retorno, baixo, já que entraria em efeito em 2025. Muitos carros seriam descontinuados por este motivo.
Uma destas vítimas seria o sensacional V6 biturbo a 90° que equipa alguns Alfa Romeo, notadamente o Giulia Quadrifoglio. Agora, falando à revista inglesa Autocar, Jean-Philippe Imparato, o CEO da empresa parte da Stellantis, afirma que este motor não será mais aposentado.
A Alfa está usando este V6 não apenas nos modelos topo de linha Giulia e Stelvio, mas também no novo 33 Stradale. Também é encontrado sob o capô do Giulia GTA e GTAm de edição limitada, bem como do Giulia SWB Zagato.
Já que o novo 33 se mostrou uma maneira fácil de se ganhar algum dinheiro, com alguns poucos compradores garantidos já durante o projeto, um novo supercarro Alfa Romeo já está sendo preparado, e talvez agora poderá usar o V6, e não um motor elétrico. Este novo carro já foi ventilado como sendo inspirado nos SZ dos anos 1960, ou no Montreal V8.
De qualquer forma, é uma boa notícia, em parte. Por enquanto, o V6 está garantido, mas os atuais Giulia, sem investimentos de vulto, será um carro que fica cada vez mais velho no mercado. A singularidade elétrica pretendida exige isso; o dinheiro disponível para desenvolver carros não-elétricos vai ficar cada vez mais escasso. (MAO)
Conheça o (respire fundo): Porsche 718 Cayman GT4 RS Panamericana Special
No Rennsport Reunion 7 que ocorreu fim de semana passada em Laguna Seca, Califórnia, trouxe também um modelo especial do Porsche 718 Cayman GT4 RS, criado em parceria com a TAG Heuer e a Porsche Latin America. Apenas duas unidades existem, já que é mais um projeto da casa de personalização in-house da Porsche, a “Sonderwunsch”. Foram inspirados nos dois 550 Coupes que competiram na Carrera Panamericana em 1953.
Ambos os carros são pintados em Le Mans Silver Metallic e um tem “152” pintado nas portas e no teto, enquanto o outro tem o número “154” pintado em seu exterior, os números dos carros de corrida de verdade de 1953. A pintura exclusiva Le Mans Silver Metallic foi desenvolvida pela primeira vez para o 911 Carrera GTS Le Mans Centenaire Edition para comemorar o 100º aniversário das 24 Horas de Le Mans.
Os dois carros têm o logotipo da TAG Heuer em tom cinza escuro no capô, e outras decorações de época inspirada nos Porsche da Carrera Panamericana. Sou só eu, ou esses motivos antigos não ornam bem com o carro moderno?
No interior, um conjunto de cronômetro TAG Heuer no console central. Os relógios de rali criados por Jack Hauer estão fazendo 60 anos, então é hora de homenagem, série especial, e uma graninha extra, claro.
O Porsche 718 Cayman GT4 RS Panamericana Special de número ‘154’ foi apresentado na Rennsport Reunion 7, enquanto o veículo de número ‘152’ será apresentado na Carrera Panamericana deste ano e será leiloado no evento. (MAO)
A picape Renoca Windansea
Aqui está algo que realmente nos deixa coçando a cabeça sem entender muito bem, mas que de alguma forma, parece legal. É o Renoca Windansea (sério) da Flex Automotive. Basicamente, é uma reestilização independente, vendida no mercado, da picape Toyota Tacoma da geração anterior. Sim, como a Envemo fazia com Opalas e Chevettes na década de 1980; na época o tema era futuro, e aqui, passado, porém: é inspirada no Land Cruiser Série 60.
A grande diferença é a dianteira da picape. Os faróis redondos com acabamento em plástico sem pintura, grade retangular com letras Toyota e para-choques de aço são referências diretas ao J60. O mesmo se aplica aos pára-lamas dianteiros redesenhados e ao capô mais horizontal, necessários para que o nariz mais quadrado se misturasse à carroceria do Tacoma. O resultado é no mínimo interessante.
As rodas pretas com calotas centrais cromadas também ajudam no visual retrô, e ficaram bem legais. Kit de elevação da suspensão também está presente aqui. De resto é a Tacoma normal: um V6 de 3,5 litros e 281 cv, câmbio automático de seis velocidades e tração nas quatro rodas.
O Renoca Windansea foi criado exclusivamente para o mercado norte-americano. O preço começa em US$ 52.800 (R$ 267.168), incluído aí o custo da picape usada que é a base do exercício. Preço de uma Tacoma nova, uma geração adiante, zero km; mas essa não tem essa vibe nostálgica divertida, afinal de contas. (MAO)
Começa a produção da BMW C 400 X no Brasil
Parte de um investimento de R$ 50 milhões na linha da fábrica em Manaus, que permite agora uma capacidade de 17 mil unidades por mês, a fábrica de motocicletas brasileira da BMW anuncia que já iniciou a produção no Brasil do Scooter BMW C 400 X.
A fábrica, única fora da Alemanha, tem sete lançamentos planejados até 2025; este é o número 3, depois das novas F 900 R e S 1000 RR nacionais. O lançamento do novo scooter BMW deve estar próximo, mas os preços, ainda não foram anunciados, nem a data da disponibilidade nas concessionárias.
A BMW confirmou algo da especificação: monocilíndrico de 350 cm³, 34 cv a 7.500rpm e 3,5 mkgf a 5.750rpm. A transmissão é automática é do tipo CVT. Rodas liga leve de 15″ na dianteira e 14″ na traseira, tanque de combustível com capacidade de 12,8 litros e um peso a seco de 199kg.
Duas versões estarão disponíveis: normal e Sport. A moto terá controle de estabilidade automático, freios ABS, iluminação por lâmpadas de LED, tomadas USB de 12v, e, na Sport, painel de instrumentos digital com tela TFT e conectividade com smartphones. O compartimento sob o banco que permite transportar um capacete fechado ou objetos de até 5kg. A moto terá três anos de garantia. (MAO)
Motor Bristol BS1 original aparece a venda na Inglaterra
Parece uma pilhagem, uma “reparação de guerra”, mas a mudança do famoso seis em linha OHV Hemi do BMW 328 de 1938 para a Inglaterra depois da guerra foi um acordo de cavalheiros entre H.J.Aldington, dono da Frazer Nash e importador oficial da BMW para o Reino Unido (e colônias!) antes da guerra, e os seus antigos amigos na fábrica alemã, então em ruínas. Aldington estava envolvido no projeto do carro Bristol, necessário para que a fábrica de aviões de Filton continuasse operando no pós-guerra.
A prova do acordo é que os Bristol 400 eram uma continuação dos BMW série 300 do pré-guerra; quando a BMW eventualmente voltou a fazer automóveis, adotou o número “500”. Tudo acordado, sem troca de dinheiro, apenas favores mútuos. Mas o fato é que se o carro Bristol não foi um estrondoso sucesso, seus motores seis em linha, durante a década de 1950, foram os mais cobiçados para competições até 2 litros de deslocamento.
O motor de seis cilindros de 1971 cm³ do BMW 328, a base do Bristol, tinha um novo cabeçote OHV Hemi, projetado por Rudolf Schleicher, incorporando câmaras de combustão hemisféricas e válvulas inclinadas mas um comando lateral somente. O Bristol Tipo 85A diferia pouco do original alemão, a diferença mais óbvia sendo a adoção de carburadores SU, em vez de Solex. As mudanças mais significativas feitas pelos projetistas de Bristol foram metalúrgicas, e a utilização de materiais da mais alta qualidade contribuiu para aumentar a vida útil do motor. A potência máxima era de 80 cv a 4.200 rpm.
Fabricado na época e destinado ao uso em competição, o motor Bristol BS1 Mk3 era a versão mais potente disponível na época de seu lançamento, produzindo cerca de 140 cv. Os motores BS1 Mk3 foram produzidos em quantidades limitadas; na verdade, acredita-se que apenas 60 a 70 foram feitos. Este tipo específico de motor foi projetado para instalação em carros de competição como Frazer Nash, Cooper Bristol, Lister Bristol e Kieft Bristol.
Agora a casa de leilão inglesa Bonhams está oferecendo um deles, uma raríssima unidade original numerada “145”, e originalmente instalada num Kieft de corrida. O motor BS1 Mk3 foi baseado no BS1 criado sob encomenda da Cooper, mas com um damper de virabrequim da Girling, borboletas de carburador simplificadas, virabrequim redesenhado e sem provisão para filtro de óleo.
Uma peça maravilhosa: o bloco de cilindros e o cabeçote tem matching numbers, e o motor ainda mantém todos os seus componentes originais e extremamente raros, e específicos dos motores Mk3: virabrequim de competição de 2″, cárter de magnésio tipo esportivo, o coletor de escapamento fundido 3 em 1 correto, e o conjunto de três carburadores no topo.
Onde alguém poderia usar isso? Uma réplica de Cobra moderna com ele seria um Ac Ace revivido sensacional, claro. Um Cooper-Bristol réplica poderia ser feito a partir dele também. Mas eu colocaria numa redoma de vidro no centro da minha sala. Mesmo porque, a Bonhams diz que ele “precisa de revisão antes do uso”. Seria um representante vivo de uma das histórias mais sensacionais que existe: a da Bristol. (MAO)