Não existe uma fórmula certa para um bom game de corrida. Alguns apelam para a física realista; outros, para gráficos diferenciados; e alguns, ainda, acertam direto na nossa veia nostálgica. Pois a gente topou com um game que junta isso tudo – e ainda promete ser muito divertido. É Apex Racing League, um game de corrida criado por uma companhia independente que tem tudo para lhe proporcionar várias horas de diversão quando ficar pronto.
Você lembra de GeneRally? Se curte games de corrida, provavelmente vai lembrar: o arcade de corrida com vista aérea foi lançado em 2002 e desenvolvido pelos irmãos finlandeses Hannu e Jukka Räbinä. Inspirado pelos clássicos Rock & Roll Racing, do Super Nintendo, e Slicks ‘N’ Slide, para DOS (esse é antigo), GeneRally trazia circuitos customizáveis, uma física bastante liberal e jogabilidade simples, te permitindo disputar corridas online com amigos, criar suas próprias pistas e se preocupar apenas em acelerar. Os gráficos rudimentares eram seu charme especial, e a distribuição gratuita (freeware) contribuiu bastante para a popularidade do jogo.
Detalhe: os carros eram MUITO barulhentos
A Eagle Nest Interactive, desenvolvedora canadense independente por trás de Apex Racing League, não cita GeneRally diretamente como fonte de inspiração, mas a mesma é evidente – até porque a companhia também é composta por dois irmãos, Alberto e Carlos Mastretta.
Alberto é o programador e designer, enquanto Carlos é o responsável pela física do game – que é inspirada principalmente nos carros de controle remoto, hobby que Carlos leva bem a sério.
Sendo assim, fica fácil compreender o que a dupla quer com Apex Racing League. A descrição do game diz o seguinte:
Feito para ser jogado com um teclado ou controle, Apex Racing League oferece uma experiência de pilotagem acessível, porém desafiadora, com uma dinâmica que depende totalmente da física e proporciona a sensação completa de pilotar um carro de corrida.
Na prática, isto quer dizer que o modo como se pilota será muito mais importante do que a potência do seu carro. Não será possível modificá-los aumentando a força do motor, comprando freios melhores ou mexendo nas configurações da suspensão. O negócio é aprender as nuances de cada pista e de cada categoria para controlar o carro da melhor forma possível e garantir o primeiro lugar.
Ao todo, são 30 circuitos diferentes, criados especialmente para o jogo. Com superfícies de asfalto, terra, areia e neve, cada circuito é apropriado para uma categoria diferente. E são oito categorias:
Grand Prix: inspirada nos carros modernos de Fórmula 1, esta é a categoria principal, com carros capazes de acelerar, frear e fazer curvas com mais intensidade – naturalmente, exigindo muito mais reflexos e precisão.
Trophy Trucks: picapes com motores potentes, estrutura tubular e carroceria de fibra, além de suspensão de curso mais longo para conseguir saltar por obstáculos em circuitos de terra.
Rallycross: carros muito rápidos, que disputam corridas em superfícies mistas e sempre trocam tinta nas curvas.
Kart: você sabe bem como é um kart, não é? Apesar de serem considerados “carros para iniciantes”, os karts proporcionam uma experiência bastante orgânica e corridas muito próximas, com muitas ultrapassagens.
Sprint Cars: gaiolas com motor V8 na dianteira que, na vida real, podem passar dos 900 cv e correm principalmente em ovais de terra.
Grand Prix da década de 1970: auto-descritivo, não é mesmo? São carros inspirados na Fórmula 1 da década de 1970, quando eram muito mais mecânicos e difíceis de pilotar – no sentido de que tinham volante mais duro, câmbio manual e nenhum tipo de assistência eletrônica.
Protótipos da década de 1980: os clássicos que fizeram história nas corridas de longa duração, especialmente as 24 Horas de Le Mans.
Stock Cars: hoje em dia, de stock eles só tem o visual, mas isto é só um detalhe. São carros muito potentes, feitos para acelerar até o limite em circuitos ovais que, na maioria das vezes, são cobertos de asfalto. É preciso pilotar com precisão, pois eles são pesados e estão sempre muito próximos um do outro.
Cada tipo de carro tem características adequadas para diferentes superfícies e traçados. Como os próprios desenvolvedores dizem, é possível correr no meio das picapes off-road em uma pista de terra com um carro de Grand Prix, mas você provavelmente não vai vencer a corrida. A não ser que seja um piloto perfeito.
Aliás, os carros são todos baseados em modelos reais, mesmo que isto não seja declarado oficialmente (o stock car é claramente um Ford Fusion, por exemplo), e pode-se customizar a pintura para garantir que você seja reconhecido durante uma corrida multiplayer online. Também é possível personalizar seu capacete e seu macacão, criando um visual verdadeiramente único para sua equipe.
Falando em visual, este é outro departamento no qual os irmãos Mastretta estão caprichando. Os cenários são coloridos, vibrantes e detalhados, com equipes e veículos de apoio, vegetação, arquibancadas e toda a infraestrutura de um circuito fielmente reproduzidos. No entanto, as proporções cartunescas (leia-se: carros que parecem de brinquedo e pilotos cabeçudos) dão um aspecto lúdico e divertido a Apex Racing League.
Quando sai? Esta é a parte complicada. Em outubro de 2016, os caras deram início a uma campanha no Kickstarter a fim de financiar o desenvolvimento de Apex Racing League. Porém, a arrecadação não foi aquela que eles esperavam – dos CA$ 65.000 (dólares canadenses) pretendidos, conseguiram levantar pouco mais de CA$ 7.000. Com isto, o progresso do game, que ainda está em fase alfa, pode demorar mais do que uma eventual data prevista.
Só que a gente está ansioso. No meio de tantos simuladores ultrarrealistas e complexos, é bom tomar um tempo para respirar e jogar algo mais simples e descompromissado. Você pode acompanhar o desenvolvimento de Apex Racing League na fanpage oficial do jogo.