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Fórmula 1

As chegadas mais apertadas da história da Fórmula 1

Quem assistiu ao GP do Brasil neste último final de semana, testemunhou mais uma vez um dos grandes momentos da Fórmula 1: a disputa acirrada de Fernando Alonso e Sérgio Perez pelo terceiro lugar, que terminou com os dois cruzando a linha de chegada com uma diferença insana de 0,053 segundo e a torcida ensandecida. Sim, uma disputa de terceiro lugar deixando a torcida apreensiva até a linha de chegada, coisas do GP do Brasil.

Essa chegada foi apenas 0,003 segundo mais “lenta” que a chegada do GP da Áustria de 1982 entre Elio de Angelis e Keke Rosberg, que foi a quarta chegada mais apertada da história da Fórmula 1 — considerando apenas as vitórias, claro. Os dois acabaram herdando as posições de ponta depois que os favoritos — Piquet, Prost e Patrese — tiveram problemas com seus motores turbo. Elio estava em primeiro, com vantagem de três segundos para Rosberg, mas o finlandês acabou encostando no italiano na última volta.

Os dois até então não tinham vencido nenhuma corrida na F1, o que tornou a disputa ainda mais acirrada. Apesar de reduzir a diferença para 0,5 segundo, emparelhando seu Williams com o Lotus do rival, mas já não havia mais espaço para tentar a ultrapassagem. Rosberg só venceria na corrida seguinte, o GP da Suíça.

Aquela foi uma temporada incomum: umas das poucas em que carros turbo e aspirados alternaram vitórias, e a que mais viu pilotos diferentes vencendo corridas — foram 11 vencedores em 16 Grandes Prêmios —, e que teve como campeão o próprio Keke Rosberg, com apenas uma vitória na temporada.

Agora… eu disse que esta foi a quarta chegada mais acirrada da história da F1, certo? Então quais foram as três primeiras?

Uma delas, a terceira — começando da menos apertada para a mais apertada — tem ninguém menos que Ayrton Senna e Nigel Mansell durante o GP da Espanha de 1986, quando os títulos de ambos ainda eram promessas para um futuro próximo. Mansell tinha um carro melhor, o Williams que conquistou o título de construtores naquele ano, mas Senna não ficava atrás com o equilibrado Lotus 98T.

Senna, claro, conquistou a pole e largou na dianteira, onde se manteve por toda a corrida, porém sempre com Mansell na sua cola, especialmente depois que ele, após a parada nos boxes, saiu com pneus mais novos e começou uma forte perseguição aos dois ponteiros, Prost e Senna. O francês foi despachado rapidamente, mas Mansell ainda estava quase oito segundos atrás de Senna, uma diferença que ele reduziu para quase nada em quatro voltas.

Na última volta, já pronto para tentar a ultrapassagem, Mansell chegou a colocar o carro lado a lado com o Lotus de Ayrton, mas não deu tempo e eles cruzaram a linha de chegada lado a lado, com um bico e um eixo de vantage para Senna. Em números de relógio essa diferença foi de insanos 0,014 segundo.

A segunda também tem brasileiro na pista: Rubens Barrichello contra Michael Schumacher, em mais uma daquelas situações constrangedoras que a Ferrari aprontava nos anos 2000 com seus jogos de equipe.

Aconteceu no GP dos EUA de 2002, pouco tempo depois do GP da Áustria em que Rubens foi forçado pela equipe a entregar a vitória a Schumacher. Schumacher liderou a corrida, sempre seguido por Barrichello, mas, na reta final, abriu o traçado e tirou o pé. Barrichello logo alinhou o carro ao de Schumacher e os dois cruzaram a linha de chegada juntos. Ou quase, porque Barrichello venceu a corrida com uma vantagem de 0,011 segundo.

O que realmente aconteceu, pouca gente sabe. Foi um acordo para compensar Barrichello pelo GP da Áustria? Uma tentativa mal-sucedida de empatar uma corrida de F1? Dizem que sim, mas, sinceramente, não dá para acreditar que a Ferrari tentaria empatar uma corrida, algo que depende de uma precisão milesimal.

Essa chegada só não é considerada a mais apertada da história por causa da tecnologia. Ela permitiu que os milésimos fossem calculados, algo que não era possível em 1971, no GP da Itália em que cinco carros cruzaram a linha praticamente juntos; três deles no mesmo décimo de segundo.

A corrida começou com Clay Regazzoni assumindo a liderança, seguido por Jo Siffert, Ronnie Peterson e Jackie Stewart, e foi marcada por reviravoltas constantes, com diferentes pilotos liderando em momentos diferentes, em parte devido ao calor intenso e aos problemas mecânicos. Além disso, com o campeonato já resolvido, a corrida foi uma boa oportunidade para alguns pilotos novatos aparecerem para o público e a imprensa.

A imprevisibilidade da corrida durou até as últimas voltas, quando Peterson, François Cevert, Mike Hailwood e Peter Gethin lutavam pela liderança praticamente embolados pelo traçado de Monza. Para se ter uma ideia da loucura, Peter Gethin assumiu a liderança a quatro voltas do final, chegou à última volta em quarto lugar.

Quem abriu a volta final foi Cevert, logo depois de passar Peterson, e lá ficou praticamente pelo giro completo. Só que… na freada para a última curva, a antiga parabólica (não confunda com as curvas inclinadas), Peterson e Gethin o ultrapassaram. Como Gethin conseguiu a melhor tangência, ele pôde retomar a aceleração mais cedo, recuperando a ponta para vencer a corrida com 0,01 segundo de vantagem sobre Peterson, e 0,09 segundo sobre Cevert.


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