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Car Culture

As cores de carros que não deveriam existir… mas estão por aí

Dê uma boa olhada nesse Golf R Mk7 das fotos. Vê algo diferente nele? As rodas não são originais, e ele tem uns apêndices aerodinâmicos que também não saíram da fábrica onde estão agora. Mas… fora isso, percebe alguma coisa?

Por que a pergunta? Bem, apesar de ser um Golf R Mk7, ele custa quase o mesmo que um Golf R Mk8 2023 zero-quilômetro. E nem é pela preparação, que inclui lip dianteiro da Oettinger, nem os componentes de fibra de carbono na admissão, ou o Stage 1 da APR. O que fez dele um exemplar especial é sua cor, ela nem é tão especial assim, mas não deveria estar em um Golf R. A cor cinza “Carbon Steel Gray Metallic” foi oferecida somente no Golf GTI, não no Golf R. Mas por alguma razão, este Golf R acabou pintado com a cor e, por isso, se tornou um exemplar único.

O Golf R cinza era oferecido apenas na tonalidade cinza “Limestone Gray Metallic”. Algum erro interno na fábrica, possivelmente devido à semelhança dos códigos de pintura, que começam ambos por L7, acabou colocando este Golf R no lugar de um GTI (será que existe um GTI Limestone Gray perdido pelo mundo?).

Intrigado, o proprietário foi atrás de respostas sobre como isso aconteceu, e a própria Volkswagen não soube explicar por que este Golf R foi pintado com a cor errada. A gerente de produto do Golf GTI e do Golf R na América do Norte chegou a escrever uma carta de próprio punho para o proprietário, confirmando a originalidade da cor, mas também sem saber como ela foi parar lá.

Esse erro, contudo, a inspirou a lançar o programa Spektrum, no qual o comprador do Golf GTI e R podem personalizar a cor dos seus carros — algo semelhante ao que faz a Porsche com o programa Paint to Sample, porém com menos opções de cores no caso dos Volkswagen. E, curiosamente, o cinza “Carbon Steel Gray Metallic” não é mais oferecido na Volkswagen — o que significa que não há e nem haverá outro Golf R com essa cor.

Aparentemente, a raridade da cor não influenciou seu preço, pois mesmo com os upgrades mecânicos e estéticos, ele foi vendido por US$ 39.888, enquanto o valor médio de um Golf R 2017 como ele (porém da cor certa) é de US$ 33.000.

Por aqui, também houve alguns casos de modelos com cores que não deveriam ter chegado ao mercado, mas, diferentemente deste Golf R, eles acabaram valorizados — especialmente por que alguns já são carros colecionáveis, enquanto outros têm potencial para ser. O caso mais conhecido certamente é o do…

 

Fiat Uno Turbo Amarelo Modena

Todo mundo viu o Uno Turbo Amarelo nas capas de revistas e fotos de jornais, nos programas de TV e no material promocional. Só não o viu nas ruas. A Fiat, sabe-se lá por quê, fez só três exemplares nessa cor inspirada pela Ferrari, e os usou para a produção do material promocional, para os testes de imprensa e depois entregou os três carros ao pessoal do alto escalão da empresa. Na hora de vender o Uno Turbo, o amarelo que chegou às ruas foi o Amarelo Exploit, metálico.

Os três carros são identificados pelas placas GKU-4674, GKU-4677 e GKU-4678 e só não são mais raros que o…

 

Fiat Uno Turbo Branco Real

O número exato de Uno Turbo Branco Real é incerto. Dizem que foi feito apenas um protótipo, outros dizem que há dois deles. O que sabemos é que ao menos um exemplar foi fabricado nesta cor, que seu número de chassi é mais baixo que o dos primeiros Uno Turbo emplacados pela fábrica em 1994, e que ele tem um padrão de acabamento diferente dos demais Uno Turbo.

Como isso aconteceu? Bem, ao que tudo indica trata-se de um exemplar pré-série ou mesmo um protótipo que acabou vendido em vez de sucateado ou guardado pela fabricante, mas a verdadeira história se perdeu ao longo dos quase 30 anos que se passaram desde que o Uno Turbo foi lançado — e quando isso acontece, muitos mitos aparecem e tomam o lugar da verdade. Para resolver o problema, estou atrás do pessoal que trabalhou no projeto na época.

 

Chevrolet Omega Azul Celeste

Este Omega aí acima é o primeiro de todos os Omega feitos no Brasil. Sua história é bem conhecida — ele passou anos guardado na GM em São Caetano do Sul antes de ser enviado para o extinto museu da Ulbra e depois voltar para o pátio da GM em São José dos Campos até, finalmente, ser leiloado no início da década passada.

O carro é uma unidade pré-série, o primeiro feito na linha de produção brasileira e, por isso, é um carro experimental, na prática. Como ainda não havia sido definida a paleta de cores do Omega no Brasil, ele acabou pintado com o Azul Celeste da linha Kadett. O único azul oferecido na linha Omega na época do lançamento foi o Azul Oxford, um azul escuro metálico bem diferente deste do modelo pré-série.

 

Chevrolet Vectra GT-X Laranja Volcano

Quando o Vectra GT-X chegou às lojas, todo o material promocional dele — desde as brochuras e catálogos, até as propagandas nas revistas e na TV — mostravam um hatchback laranja com as rodas cinza escurecidas.

Só que… você não podia ir até à loja comprar o GT-X nesta cor, porque ela simplesmente não foi oferecida ao público.

Como ocorreu com o Fiat Uno Turbo, todo o material promocional de lançamento foi feito com o Vectra GT-X Laranja Volcano, mas na hora de vendê-lo, a GM decidiu não oferecer a cor. A história, segundo relatos de gente que trabalhou na GM na época, é que foram feitos 10 carros para essa finalidade e que foram usados internamente antes de serem vendidos usados.

 

Sandero RS Amarelo Sirius

Jaune Sirius, ou “Amarelo Sirius”, é a cor da extinta Renaultsport. Todos os carros feitos por eles têm essa cor na paleta oferecida ao público… menos o Sandero RS. A Renault, sabe-se lá por que, decidiu que o Sandero RS não teria a cor símbolo da divisão que projetou o Sandero RS — e que exigiu seu envolvimento para que o Sandero pudesse usar a sigla RS.

Mas… apesar de não oferecer o carro ao público regularmente, em 2018 ela fez dois exemplares nesta cor para sortear na promoção Speed Drive. Ainda usando o nome Renault na Fórmula 1, a fabricante usou o tema na decoração dos Sandero RS amarelos, que também são conhecidos como Sandero RS Formula One Team.

Os dois carros, apesar do nome e da cor, têm as mesmas especificações técnicas que o Sandero RS original, com o motor F4R 2.0 de 150 cv combinado ao câmbio manual de seis marchas “close ratio”.

 


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