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(Parece que) esta é a Ferrari Purosangue
Desde que a Ferrari anunciou seu SUV e mostrou que ela havia considerado fazer isso antes de lançar a FF — que nasceu como uma shooting brake com suspensão elevada — eu, Leo, presumi que a Ferrari não seria tão ousada em lançar um SUV de verdade, com quatro portas, dianteira elevada, ponto H alto e tudo aquilo que faz de um SUV um SUV. Mas eu estava errado, pelo jeito. A Ferrari teve a coragem e a ousadia de fazer um crossover de quatro portas mesmo. Ao menos é o que mostram estas imagens que, supostamente, são da nova Purosangue.
O nome é um tanto irônico, aliás. Chamar um crossover da Ferrari de Purosangue parece uma boa ideia porque, à primeira vista, reforça a noção de que ela é uma Ferrari legítima, apesar de ser um SUV. Mas também parece uma tentativa de auto-afirmação insegura — meio como aqueles caras com sexualidade frágil que precisam se afirmar o tempo todo.
Enfim, o que temos aí é algo parecido com um Maserati Levante da Ferrari, algo que eu temia e que só vamos descobrir o que realmente é quando for lançado e alguém fotografar o capô aberto e a Ferrari revelar as dimensões básicas do modelo. Até lá, contemplem a primeira Ferrari de quatro portas e o primeiro crossover da Ferrari. (Leo Contesini)
Renault irá guardar o último Sandero RS
O Sandero RS foi um produto sui generis em nosso mercado. Ele deveria ser apenas um esportivo de adesivo, mas acabou desenvolvido pela Renaultsport exclusivamente para o Brasil e Argentina, o que foi uma aposta extremamente ousada considerando o local e o período em que foi lançado. Assim, ele se tornou um esportivo brasileiro, apesar do desenvolvimento ter acontecido na França e, ainda que não tenha vendido tanto quanto merecia, só precisa da passagem do tempo para entrar para a história.
A Renault sabe muito bem disso, tanto que numerou as 100 últimas unidades do modelo e reservou a última delas, a unidade 100/100, para si própria. O carro irá para o acervo histórico da Renault no Brasil, que é formado por 15 modelos que fizeram a história da marca por aqui e que são expostos de forma rotativa nas instalações locais da marca.
Entre os 15 carros do acervo estão uma réplica do Voiturette, um 4CV “Rabo Quente”, um Gordini, o primeiro Mégane Scénic fabricado no Brasil, um Clio V6, o Fluence que disputou o campeonato de marcas entre 2015 e 2018, os conceitos Duster Extreme e Oroch Concep, um Megane RS, o R30 usado na temporada de 2010 da F1. O acervo também tem um Willys Interlagos, o primeiro esportivo brasileiro — e a companhia perfeita para o Sandero RS que, por enquanto, é o último esportivo brasileiro.
Infelizmente o acervo só fica exposto parcialmente aos funcionários e visitantes das instalações da Renault, ou ainda em ocasiões especiais, como o Brazil Classics Show de 2018, que foi apoiado pela fabricante e teve alguns de seus modelos expostos na entrada do evento. (Leo Contesini)
Esta é a nova Ranger Raptor
A Ford lançou ontem a nova versão da Ranger Raptor. A grande mudança é a troca do quatro cilindros diesel por um motor a gasolina V6 twin-turbo, o Ecoboost. Com três litros de deslocamento, a Ranger Raptor é agora um carro de alta performance em qualquer lugar, não só no fora de estrada. São nada menos que 397 cv e 59,5 mkgf. Para a Europa, o motor tem menos potência, mas ainda assim é forte: 288 cv.
O motivo da menor potência na Europa? Disse a Ford para o site Carscoops: “Como outros OEMs, homologamos para atender aos rigorosos padrões de emissões da EU. Ainda assim, o novo Ranger Raptor com seu motor a gasolina V6 EcoBoost tem cerca de 30% mais forte do que o diesel atual.”
Como todo o Ford Raptor, a nova Ranger é como um novo tipo de carro esporte: um que não apenas aumenta a performance, mas amplia a usabilidade geral do veículo. Seus gigantes pneus off-road, sua altura e seu peso os tornam lerdos numa pista, claro, mas a suspensão é firme, e a estabilidade e controlabilidade impecáveis. Um carro forte, divertido e controlável. Tanto nas ruas quanto fora delas.
O maior objetivo é velocidade no fora de estrada, um desert racer de fábrica. O que faz chamá-lo de carro esporte ainda mais válido; um carro de competição, mas que pode ser usado nas ruas, é a definição original do gênero. Menos Mônaco, Laguna Seca ou Interlagos, mais Dakar, Baja ou Sertões.
O novo Raptor tem, como não poderia deixar de ser, paralamas alargados e maior altura, para acomodar gigantescos pneus fora de estrada de 32 polegadas. Os para-choques são exclusivos com placas de proteção e uma grade exclusiva com letras formando a palavra Ford. A proteção da parte inferior da carroceria foi aprimorada com uma placa dianteira maior feita de aço de alta resistência, além de proteções extras para o motor e a caixa de transferência. Finalmente, ganchos de reboque em ambas as extremidades ajudarão na recuperação no caso improvável do monstro atolar.
No interior, a Ford adicionou um par de assentos esportivos bonitos e que seguram os ocupantes na posição. Outros toques exclusivos incluem costura vermelha, volante de couro premium aquecido com borboletas de mudança de marcha em magnésio e iluminação ambiente. Faróis LED matriciais, um painel de instrumentos digital de 12,4 polegadas, uma enorme tela sensível ao toque central de 12 polegadas com o infotainment SYNC4 da Ford e um sistema de som B&O de 10 alto-falantes.
A tração é nas quatro rodas, através de uma transmissão automática de 10 velocidades. O sistema de tração permanente nas quatro rodas possui uma caixa de transferência de duas velocidades, travas eletrônicas de diferencial dianteiro e traseiro e a opção de se selecionar apenas tração traseira. O motorista pode escolher entre sete modos de condução – Normal, Sport, Slippery, Rock Crawl, Mud/Ruts, Sand e Baja (ideal para off-road de alta velocidade).
O chassi é reforçado, claro, para suportar não carga, mas aterrissagens violentas. A suspensão inclui novos braços de controle superior e inferior feitos de alumínio, um novo conjunto de amortecedores FOX Live Valve de 2,5 polegadas que oferecem 50% de atrito reduzido em comparação com o modelo anterior e um Watts link na traseira. O curso da suspensão foi aumentado para 290 mm na frente e 250 mm na traseira.
Uma picape não fica muito melhor que isso, realmente. Talvez uma futura Maverick Raptor, sem chassi? Mas infelizmente, não há planos por enquanto de trazer esta picape para o Brasil, o que, na nova missão de marca premium aqui, parece uma falha de visão. Tanto a F150 quanto esta Ranger certamente teriam um mercado por aqui. (MAO)
Glickenhaus Racing correrá Le Mans com símbolo da N.A.R.T.
Um pouco de história: O North American Racing Team (NART) foi uma equipe de competição ativa de 1958 a 1982. Foi criada pelo empresário Luigi Chinetti, ele mesmo ex-piloto, e o responsável por levar os carros Ferrari para os EUA, e construir sua imagem por lá. O objetivo do NART era promover a marca Ferrari nos Estados Unidos através do sucesso em pista.
Se tornaria uma lenda. Misturando clientes ricos que queriam ser pilotos (como os co-fundadores George Arents e Jan de Vroom) com pilotos de primeira linha (Pedro Rodrigues, Phil Hill, entre outros) e jornalistas famosos como Denise McCluggage, e correndo apenas nas principais corridas do mundo, como as 24 Horas de Daytona e as 24 Horas de Le Mans, simbolizou a marca, e a influência dos gentleman racers no esporte, profundamente. Em 1965, ganhou as 24 horas de Le Mans com uma 250 LM, pilotada por Jochen Rindt, Masten Gregory e Ed Hugus. O nome NART ainda causa um suspiro de saudade de um tempo mais simples em todos que lembram ou conhecem história.
O que faz a notícia de ontem, de que o maior dos gentleman racers modernos, o ex-cineasta americano e bilionário em tempo integral James Glickenhaus, vai usar o símbolo da NART em seus carros que disputarão as 24 horas de Le Mans deste ano, algo realmente especial. Ainda mais sabendo que terá autorização de Luigi Chinetti, hoje com 93 anos de idade.
Disse Glickenhaus no Instagram: “Em homenagem a Luigi Chinetti, que me iniciou na estrada para Le Mans. Conforme discutido com Jacqueline e Luigi Chinetti, a Glickenhaus Racing colocará adesivos N.A.R.T nos carros 708 e 709, com a explicação acima.”
Se você não sentiu um arrepio de emoção ao saber disso, cheque seu pulso: você pode estar morto e nem sabe. (MAO)
Vigilante 4×4: um Grand Wagoneer de até 1000 cv
A moda de trazer o desempenho dos clássicos à níveis modernos continua se expandindo. Muitos restomods se concentram na atualização de componentes do veículo original, mas a Vigilante, a marca que faz este Jeep Wagoneer, começou escaneando a carroceria para que eles pudessem usar software de CAD para criar um novo chassi. Isso mesmo, partindo de uma carroceria antiga existente, mecânica toda nova.
O resultado é o Grand Wagoneer Vigilante 4×4. Um chassi novo, sob medida para um novo nível de potência, conforto e estabilidade. Os eixos continuam rígidos, mas agora bem localizados e com molas helicoidais. Os freios são Baer a disco com seis pistões em rodas de 17 polegadas. As molas são Eibach e os amortecedores, Fox Racing.
Com preços que começam a partir de U$ 295.000, os Vigilante podem ser equipados com três motores Chrysler V8 à escolha do comprador. O motor básico é o 392 Hemi aspirado de 485 cv. Pode-se optar também, claro, por um Hellcat original de 707 cv, com supercharger, pagando quinze mil dólares a mais. E finalmente, para os que realmente desejam potência acima de tudo, por US $ 25.000 a mais, um dos novos motores “na caixa” da Chrysler, o Hellephant de 1.000 cv, pode ser instalado. (MAO)
O novo e o antigo, num passeio de drone pela fábrica da Morgan.
Existem poucos lugares no mundo onde o antigo, arcaico e tradicional encontram a alta tecnologia moderna de uma forma tão transparente e sem divisórias visíveis, quanto a fábrica da Morgan em Malvern Link, uma vilazinha perdida no tempo no interior da Inglaterra. Fabricando hoje carros modernos com métodos antigos de alto trbalho artesanal, a fábrica recebe diariamente turistas que vem de longe para ver como funciona uma fábrica que mudou muito pouco em mais de 100 anos.
O que faz este filme da companhia mais legal ainda: um passeio de drone, pelo interior de uma fábrica centenária ainda em funcionamento. Moderno e tradicional, convivendo pacificamente um com o outro, e ao mesmo tempo criando algo diferente, e novo. Quem dera o mundo pudesse ser mais como a Morgan, onde o moderno não exclui o tradicional, e vice-versa. Divirtam-se com o vídeo! (MAO)
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