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Aston Martin DB11 testado: o que andam falando do grand tourer que veio para revolucionar a marca britânica

Até pouco tempo atrás, era fácil definir um Aston Martin em poucas palavras: carros rápidos, bonitos e bons de guiar, mas todos iguais, e que seguem praticamente a mesma receita há anos. Mas isto mudou: a Aston Martin quer fazer carros diferentes, mais bonitos, mais velozes e realmente inovadores — mas sem perder sua essência, claro. E o Aston Martin DB11 é o primeiro passo neste plano, que culminará com o insano AM-RB 001.

Como dissemos no post de lançamento, o DB11 é o primeiro modelo de série da marca desde o Virage, de 2011, o primeiro Aston Martin biturbo, e o mais recente membro da linhagem iniciada em 1948 pelo DB1. Seu desenho é completamente novo, assim como o motor V12 e o nome. Mas será que ele finalmente deu à Aston o sopro de novidade do qual a marca tanto precisava? É o que a gente vai ficar sabendo agora — começaram a sair as primeiras avaliações na imprensa gringa e, como já virou tradição por aqui, vamos pinçar algumas impressões do pessoal lá fora sobre o novo Aston Martin!

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A primeira coisa que se nota em qualquer carro é, bem, sua aparência. E o DB11 manda bem neste quesito — é um carro bonito, muito bonito. Ele parece um Aston Martin, sem dúvida — a grade característica da marca está lá, bem como todas as proporções que estamos acostumados a ver, as lanternas traseiras em forma de bumerangue e tudo mais. Mas, com mudanças em alguns detalhes importantes, o DB11 consegue deixar bem claro que é totalmente novo, e não uma grande atualização: um longo vinco marcado percorre toda a lateral, os faróis tem desenho mais agressivo que o de costume para um Aston, a traseira é mais musculosa e alta, e os arcos do teto, a là Audi A1, podem ser pretos, prata ou da cor da carroceria.

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Nada mais natural, contudo — a estrutura do DB11 é totalmente nova, feita de alumínio colado, e responsável por um aumento geral nas dimensões em relação ao DB9, que o substitui. No entanto, a linha do teto baixíssima e as já citadas linhas mais musculosas, o carro parece surpreendentemente compacto. E também não é muito espaçoso, como diz o Top Gear:

A Aston Margin declara orgulhosamente [que o DB11 tem] entre-eixos 65 mm mais longo, é 28 mm mais largo e que, com um aumento de 50 mm no comprimento geral em relação ao DB9, tem 10 mm a mais de espaço para as cabeças dos ocupantes na dianteira, mais 54 mm para as cabeças e 87 mm para as pernas de quem vai atrás. Mas tudo o que você precisa saber é que os bancos traseiros continuam sendo mais apropriados para levar sacola do que pessoas — ou mesmo crianças. O raso porta-malas consegue levar um par de malas pequenas, também, então você não deverá ter problemas para viajar a dois.

“Viajar” é uma característica importante do DB11, pois ele é um grand tourer no sentido mais tradicional da palavra: potente, rápido, confortável e luxuoso. Ao mesmo tempo, também quebra diversas tradições centenárias da marca. A Road & Track sintetiza isto muito bem:

A alavanca do freio-de-mão, espremida entre o banco do motorista e a porta — mesma localização de todo DB da Aston Martin desde 1955, se foi. Também se foram os clássicos mostradores analógicos, substituídos por um painel de instrumentos digital da Mercedes. A partida é feita por um botão, e não pela costumeira chave no painel, que se encaixa como uma fita cassete. Bastaram 30 segundos dentro do DB11 para ficar claro que não é só um carro novo, mas também uma quebra nas tradições.

Debaixo do capô — que abre para a frente, como deve ser em um carro com uma dianteira tão loooonga —, está outra evidência: o V12 montado atrás do eixo dianteiro tem 5,2 litros e 48 válvulas, e é feito em parceria com a Ford, exatamente como o anterior.

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Mas a familiaridade para por aí — o motor é um projeto completamente novo, e a Aston Martin garante que é 25% mais eficiente graças a um sistema de desativação parcial dos cilindros e ao start/stop. E, claro, os dois turbocompressores.

São 608 cv e 71,2 mkgf moderados por um transeixo automático de oito marchas da ZF — suficientes para chegar aos 100 km/h em 3,9 segundos, com máxima de 320 km/h. E o carro ainda ronca bonito, segundo o Autoblog:

O V12 imediatamente prende nossa atenção. Seu som parece um zumbido no começo, mas depois começa a ficar mais estridente até se transformar em um berro rouco. Motores naturalmente aspirados são mais viscerais, mas o motor turbo do DB11 não faz feio. O carro soa melhor no modo Sport Plus, que dá ao motor e à transmissão seu caráter mais agressivo.

Agora, quando se trata de um GT como o DB11, o ruído do motor não serve para anunciar um carro rápido na pista, e sim para impor respeito na estrada. Não estamos falando de um esportivo para virar tempo em autódromos — na verdade, isto já deve estar bem claro —, mas sim de um carro “assustadoramente confortável, no nível de um Bentley”, nas palavras da Road & Track. Eles também dizem que o carro “flutua sobre pisos ruins”, mas que é possível sentir a textura da estrada através da direção. Que é muito direta e rápida, com apenas 2,4 voltas de batente a batente.

E como ele anda? “Como um bom GT” é a resposta: equilibrado, seguro de si e muito rápido — ainda que bastante conservador quando se quer andar forte. Os pneus e freios sofrem fadiga depois poucas horas de condução animada, e o controle de estabilidade é bastante intrusivo — a não ser que você o desligue completamente.

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O porte avantajado do carro também tem seu papel nesta impressão: de acordo com a Car and Driver gringa, o Aston Martin DB11 “passa a impressão de estar preso, mas ainda é competente”. E eles continuam: “foi só quando chegamos a estradas mais abertas nos vales que o DB11 se sentiu em casa. Ele ruge um rugido quieto, livre de interferências eletrônicas exceto pelas válvulas do abafador, que ficam abertas no modo Sport Plus, inalando as faixas da pista”.

Não é para menos: não faria sentido criar um monstro de pista com um interior tão luxuoso. Cada carro fica sob a responsabilidade de um único funcionário nesta parte. Há couro e costuras feitas à mão por todos os cantos e a impressão é boa — ainda que o painel digital destoe um pouco da atmosfera clássica.

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De qualquer forma, em meio a tantas tradições quebradas, em sua personalidade o Aston Martin DB11 não é tão revolucionário assim. Novamente, é a Road & Track quem explica:

Como na maioria dos Aston, o DB11 é algo que você aprecia pelo que é, não pelo modo como ele anda. Considere o processo de pintira, que leva de 50 a 100 horas. A carroceria é desmontada e cada painel recebe sete camadas de tinta. Então, cada um deles é pendurado para secar exatamente no mesmo ângulo, para garantir que o acabamento fique consistente. O acabamento metalizado resultante é macio ao toque. Dá vontade de nadar nele.

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Ou o interior, que também leva de 50 a 100 horas para ficar pronto e contém aproximadamente três peças feitas de plástico. Todo o resto é pele, madeira, metal, vidro, lã ou Ancantara. Não se constrói mais carros assim. Com o DB11, Aston Martin está se afirmando como a representante moderna da construção artesanal. Sendo a última fabricante britânica relevante que restou no mundo, esta nos parece a coisa certa a fazer.