O Grupo VW sempre ocupa vários estandes em qualquer Salão do Automóvel, e em Detroit não foi diferente: o recinto ficou lotado com as marcas que se abrigam sob a asa dos alemães de Wolfsburg: Volkswagen, Audi, Bentley e Porsche — que vai aparecer em um post dedicado. E, aparentemente, todas elas decidiram levar novos utilitários para Detroit.
Audi
A Audi, por exemplo, aproveitou o evento para apresentar a novíssima geração de seu maior utilitário, o Audi Q7 — a primeira geração totalmente nova desde que o modelo foi lançado, em 2005.
E o que mudou, dez anos depois? Agora, o Q7 é construído sobre a plataforma modular MLB, e teve a honra de ser o primeiro modelo a utilizar-se da tal. No futuro todas as outras marcas do grupo seguirão o exemplo — Porsche Cayenne, VW Touareg, Audi A6 e até o SUV da Lamborghini será feito sobre a plataforma MLB.
A nova plataforma e o uso extensivo de alumínio e aço de alta resistência proporcionaram algo raro nos dias de hoje: o Q7 perdeu peso em relação ao modelo anterior. E não foi pouco — fala-se em mais de 300 kg a menos, e se tem uma coisa que aprendemos, é que menos peso é sempre melhor. Na verdade, com 1.994 kg, o Audi Q7 é o SUV mais leve do segmento — e dono de um agradável perfil mais baixo, que quase lembra uma perua.
E um dos mais rápidos também: com o motor V6 TFSI de três litros, 338 cv e 45 mkgf de torque, o Q7 é capaz de chegar aos 100 km/h em apenas 6,1 segundos. O outro motor disponível, que também é um V6 de três litros porém movido a diesel, também não faz feio: com 227 cv e 61,2 mkgf de torque, é capaz de levar o Q7 aos 100 km/h em 6,3 segundos. A transmissão é sempre automática, de oito marchas, e a tração é integral nos dois modelos.
Agora, se você acha que o estande da Audi no Salão se resume a um SUV: há outros dois — o Q3, que recebeu uma leve reestilização com novos faróis que se ligam à grade redesenhada que lembra a do Q7, além de novos para-choques e rodas; e o Q7 e-Tron quattro, equipado com um motor V6 TDI de três litros e 260 cv, somado a um motor elétrico 118 cv, par aum total de 378 cv.
Ok, não foram apenas utilitários: a vasta gama de sedãs e cupês de Ingolstadt também está em Detroit: o Audi R8 V10, que atualmente dispõe de 525 cv em seu V10 de 5,2 litros (550 na versão Plus), a nova geração do TT e o super sedã S6, com seu V8 biturbo de quatro litros e 420 cv.
Volkswagen
A dona do grupo também levou um enorme utilitário como novidade no Salão de Detroit. Quer dizer, a Volks considera o Cross Coupé um crossover. Feito sobre a plataforma modular MQB (a mesma do Golf), o Cross Coupé deverá substituir o Tiguan no segundo semestre de 2016, provavelmente como modelo 2017.
Detalhe para o cluster 100% digital, como no Audi TT
Apesar de ser um conceito de visual futurista por fora e por dentro, o Cross Coupé tem um conjunto mecânico bastante plausível: o conhecido motor VR6, deslocando 3,6 litros, mais dois motores elétricos, para um total de 360 cv — mas a VW já garantiu que outras opções de motorização estão sendo consideradas.
Visualmente, os faróis estreitos e incorporados à grade dão a dica da identidade visual dos futuros modelos da VW, já presente (ainda que mais discretamente) no novo VW Passat. A silhueta agressiva, com traseira de caimento suave e área envidraçada relativamente pequena, porém, certamente ficará mais convencional na versão de produção.
Além do Cross Coupé, a VW levou alguns carros bem interessantes da linha para exposição: o Golf R, com seu motor 2.0 turbo de 300 cv — cujas 500 unidades da primeira leva disponibilizada para pré-venda esgotaram em apenas 11 horas; o Fusca conversível e a belíssima perua do Golf.
Bentley
Luxo, sofisticação e motores de oito e doze cilindros são a marca da Bentley nos últimos anos, e o Salão de Detroit foi o palco para a revelação do novo topo de linha do Mulsanne, o Speed. Estamos falando de um sedã com motor V8 biturbo de 6,75 litros, 537 cv e absurdos 112,2 mkgf de torque, que são suficientes para chegar aos 100 km/h em 4,9 segundos com máxima de 305 km/h.
Já o Continental GT Speed, representado por um exemplar conversível em um belo tom de roxo, é simplesmente o Bentley mais veloz já produzido em série: o motor W12 biturbo de seis litros entrega 635 cv e 83,6 mkgf de torque, suficientes para chegar aos 331 km/h na versão cupê e 327 km/h no caso do conversível.
O carro ganhou novas saias laterais, splitter frontal e difusor traseiro, além de rodas de 21 polegadas com desenho inédito — que escondem pinças de freio pintadas de vermelho.
Por fim, o Flying Spur — modelo mais refinado de todos — ganhou um novo motor: o W12 biturbo de seis litros calibrado para entregar 625 cv e 81,6 mkgf de torque, tornando-se o Bentley de quatro portas mais potente de todos os tempos. E rápido, também: o 0 a 100 km/h chega em apenas 4,3 segundos, e a velocidade máxima é de 322 km/h.
Acontece que, no caso do Flying Spur, a diversão também está no banco de trás: o novo sistema de entretenimento opcional para os passageiros do banco traseiro inclui duas telas de dez polegadas, dois DVD players, fones de ouvido sem fio e até uma jukebox, além de conectividade Wi-Fi som premium da Naim de 1.100 Watts.
O lançamento mais esperado, porém, acabou sendo resumido a um teaser: a Bentley revelou que seu utilitário, com o qual pretende criar um novo segmento de SUVs de alto luxo, se chamará Bentayga (como se pronuncia? Bentáiga? Benteiga?) e terá estilo semelhante ao do Flying Spur, com faróis redondos e uma imponente grade retangular.
Como o vídeo abaixo demonstra, o Bentayga promete unir a classe dos Bentley com uma capacidade offroad impressionante. O lançamento do SUV deverá acontecer entre o fim de 2015 e o início de 2016.