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Zero a 300

Audi vs Lancia na telona! | Porsche nas alturas | O Morgan 3 rodas elétrico e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

Novo filme conta a história da Audi vs Lancia em 1983

O trio de Clarkson, Hammond e May pode ter parado de fazer o “The Grand Tour”, a continuação do que faziam no Top Gear. Mas a sua influência na cultura automobilística está longe de desaparecer. Alguém tem dúvida que o mini-documentário que Clarkson fez para o programa do canal Amazon Prime sobre o campeonato mundial de rali WRC de 1983 (temporada 2, episódio 7 do “The Grand Tour”) foi inspiração para a criação de um longa-metragem sobre o assunto?

Intitulado Race for Glory: Audi vs. Lancia, o filme narra a batalha entre Lancia e Audi no Campeonato Mundial de Rally de 1983. Como sabemos é uma batalha épica da mais incrível era da categoria, o Grupo B: os alemães e seu novo e ultra-tecnológico Audi Quattro, os favoritos, e a Lancia, com seu ultrapassado, mas sensacional 037; um carro de motor central-traseiro e tração apenas nas rodas de trás.

Não vamos contar como termina; mesmo tendo certeza de que você já sabe como acabou. Vamos deixar o suspense ativo para quem não sabe né; ainda que seja uma tentativa idiota: não existe mais mistério neste mundo, toda a informação disponível pelo oráculo Google. Mesmo assim só vamos dizer que a história tem Walter Röhrl dirigindo o Lancia como se fosse uma extensão de seu próprio corpo, segundo ele mesmo. “Era como um sapato sob medida; vestia perfeitamente. Eu pensava em fazer algo, e ele já tinha feito” – disse. Uma das mais bonitas lendas de nosso credo. Tá bom, vai aqui o documentário de Clarkson, vá; não resisto:

O trailer mostra muito de como será a história. Parece centrado na rivalidade dos chefes de equipe: Cesare Fiorio (Riccardo Scamarcio) da Lancia, e Roland Gumpert (Daniel “Niki Lauda” Brühl), da Audi. O legal é que parece que os alemães serão os vilões, certos da vitória com sua revolução de tração nas quatro rodas. Para contrabalancear um pouco, o mais simpático e cuca fresca dos alemães, nosso amigo Röhrl, está do lado da Lancia.

Confesso que, mesmo conhecendo a história e o final dela, mal posso esperar. A temporada de 1983 do WRC é uma história fascinante, uma tão sensacional quanto Lauda vs Hunt e Ford vs Ferrari. Mas não vamos ter que esperar muito: o filme chega nos cinemas em 18 de janeiro! (MAO)

 

Porsche 911 bate recorde de altura para automóvel

E falando em eventos épicos, mais um aqui: um Porsche 911 4S, com algumas modificações, acaba de atingir a maior altura já atingida por um carro, pelas próprias forças. O feito aconteceu no Chile, e o carro chegou ao cume da cordilheira oeste de Ojos del Salado, a 6.734 m acima do nível do mar. Sim, Chile; o lugar onde a Porsche fabrica combustível sintético renovável produzido a partir de água e dióxido de carbono; obviamente o carro usava este combustível “ecológico”.

O ar é muito rarefeito, e gelado nesta altura; aproximadamente a metade da densidade do ar no nível do mar. Ainda bem que os 911 não operam o motor via pressão atmosférica; todos são turbo, com pressão positiva na admissão.

O eixo portal é a maior modificação aqui: uma interessante maneira de aumentar o vão livre, pelo subterfúgio de cubos de roda especiais que fazem a tomada de força, e os semi-eixos, chegarem bem acima do centro das rodas. Quem lembra dos cubos traseiros das antigas Kombi, conhece os eixos-portal bem. É exatamente aquilo.

Um eixo portal para VW

Neste Porsche, os eixos-portal, junto com pneus adequados, dão um vão livre de 350 mm. Para garantir que a parte inferior não seria danificada ao escalar rochas, ele foi equipado com uma proteção feita de fibra de aramida.

O tricampeão de Le Mans, Romain Dumas, pilotou o 911, bem firme em bancos de fibra de carbono e cintos de segurança de cinco pontos. Os engenheiros modificaram a transmissão PDK, dando-lhe relações de transmissão mais curtas para facilitar o controle em baixas velocidades. Outra grande mudança foi a adoção do steer-by-wire, que, segundo a Porsche, tornou mais precisa a direção em terrenos acidentados. O motor é inalterado do 4S original: um seis cilindros contraposto de 3 litros, biturbo, com 450 cv ao nível do mar.

O time fez duas semanas de aclimatação às grandes altitudes antes de tentar o recorde; a tentativa vitoriosa aconteceu no último sábado, 2 de dezembro. Os dois carros iniciaram a viagem às 3h30 e chegaram ao cume às 15h58. Devido às condições difíceis com temperaturas congelantes, ar rarefeito e o afastamento da área, a Porsche tinha dois médicos no local. O recorde anterior foi estabelecido em 2020 por dois Mercedes-Benz Unimog que atingiram 6.694 m no mesmo vulcão Ojos del Salado, no Chile.

O 911, mesmo em 2023, continua indo audaciosamente aonde nenhum carro esporte jamais esteve. Sensacional! (MAO)

 

Este é o Polaris Slingshot 2024

Tecnicamente, o Slingshot é uma motocicleta de três rodas. Mas isso é apenas subterfúgio legislatório: nenhuma moto existe onde se sentam duas pessoas lado a lado. É uma inteligente forma de contornar as legislações e criar um carro esporte barato. A Morgan faz isso com sabor retrô; a Polaris, futurista.

Continua sendo um dos veículos mais intrigantes à venda nos EUA e acaba de receber algumas atualizações para o ano modelo 2024. Embora as atualizações não sejam transformadoras, prometem torná-lo mais confortável e fácil de conviver.

As mudanças começam com o exterior, onde o Slingshot agora é oferecido com um punhado de novas cores, incluindo Radar Blue Fade, Gold Rush e Purple Lightning. Além disso, as variantes SL e SLR podem ser configuradas com pacotes gráficos especiais. Ao mesmo tempo, o SL agora também vem de fábrica com rodas atualizadas com acabamento em tom Midnight Charcoal Metallic.

Em outros lugares, a Polaris incorporou um novo sistema de áudio Rockford Fosgate de 200 watts que inclui tweeters no painel de instrumentos. Agora existe um teto de lona especial disponível em preto, cinza e vermelho. Um par de painéis traseiros de policarbonato fumê também é opcional, assim como outros acessórios, como um capô esportivo ventilado, uma grade frontal diferente e bancos aquecidos e ventilados.

O motor continua o de sempre: um quatro cilindros aspirado de 2,0 litros que dá nada menos que 203 cv a 8250 rpm. Com ele, o Slingshot faz o 0-96 km/h em 4,9 segundos. O carro (moto?) pode vir com câmbio manual de cinco velocidades, ou automático também de cinco marchas.

Para 2024, volta a versão topo de linha Roush Edition; custa US$ 38.149 (R$ 187.311 ) para o manual e US$ 40.299 (R$ 197.868 ) para o automático, nos EUA. O resto da linha começa nos US$ 21.999 (R$ 108.015). (MAO)

 

Morgan XP-1 é versão elétrica do Super 3

Depois da Caterham com seu Project V, agora é a vez do outro fabricante inglês tradicional de baixo volume tentar se alinhar com o pretendido futuro elétrico. É o Morgan XP-1, um protótipo experimental totalmente elétrico baseado no tradicional triciclo Morgan. O carro de produção hoje se chama Super 3, e tem um motor Ford de três cilindros e 1,5 litro; este usa o primeiro trem de força da Morgan desenvolvido internamente, mas elétrico.

Para manter baixos os custos de desenvolvimento, os engenheiros montaram o motor elétrico no túnel de transmissão existente. Fornece 134 cv para a única roda traseira. O motor elétrico obtém sua energia de uma pequena bateria de 33 kWh montada sob o capô, onde normalmente você esperaria encontrar o motor a gasolina no Super 3. Totalmente carregada, a bateria dura aproximadamente 241 km.

Segundo a Morgan, é um carrinho elétrico realmente leve: pesa “menos de 700 kg”. O que faz ele apenas 60 kg mais pesado que seu equivalente a gasolina. Alterações foram feitas na aerodinâmica também, para tornar o carro mais eficiente: o Cx baixa de 0,65 para o carro a gasolina, para 0,42 nesse. Modificações são discretas: por baixo, na frente, e nas rodas.

A Morgan ainda não aprovou uma versão de produção, mas disse à Autocar que o carro custaria “um pouco mais que o Super 3”. O Super 3 custa, nos EUA, US$ 53.938 (R$ 264.835). (MAO)