Eu e vocês representamos uma espécie em extinção. Os amantes da performance, da velocidade, de toda a beleza do automóvel. Somos pessoas que acreditam que um veículo tem muito mais utilidades do que simplesmente nos levar do ponto A ao B. Esta paixão nos leva a buscar um carro que nos representa – e nisso, acabamos desenvolvendo um relacionamento com o nosso automóvel. Antes de qualquer coisa, me apresento: sou Vitor Martins, 21, e moro na grande e caótica cidade de São Paulo. Sempre gostei de carros, mas nunca pensei que chegaria a dedicar tanto tempo da minha vida a eles como faço hoje.
Meu primeiro carro foi um Fiat Punto 2011, retirado zero km da concessionária. Ele tinha o novo motor E-Torq 1.6 16V, com 117 cv (com etanol no tanque) e 16,8 mkgf de torque. Até então um carro nada gearhead, mas viver é aprender – e foi com ele que descobri que não é necessária uma potência absurda para se divertir em grande escala.
Algo mais forte e dinâmico,mas qual escolher?
Bom, mas para o meu próximo passo eu queria mesmo algo bem mais forte. Comecei a observar com carinho carros como BMW 130i, Audi A3 2.0, Subaru WRX e Civic Si. Todos automóveis fantásticos, cercados de fervorosos fanboys. Decisão difícil.
A filosofia Save The Manuals me fez eliminar sem muita dificuldade o Audi A3. Na sequência, o 130i foi riscado da lista, pois o preço médio estava muito acima do que eu poderia pagar (e eu já sabia que a manutenção era pra lá de salgada também). Com isso, sobraram o WRX e o Civic Si, ambos 2008.
Por que o Honda Civic Si?
Apesar de gostar muito do Impreza WRX e achar que este é um dos carros mais brilhantes já feitos, sei também que o modelo 2008 não é exatamente dos melhores. Resolvi então ficar com o Si e fazer dele um demoniozinho devorador de track days e no futuro, quem sabe, adquirir um WRX 2010 ou 2011.
Meu futuro carro teria de atender a alguns requisitos: ele não poderia ser prata, teria de ser totalmente stock (original) de mecânica, o que futuramente se tornou um grande ironia, tinha de estar com a manutenção em dia e os bancos tinham de estar revestidos com seu belo tecido original, nada de couro!
Procurando naqueles famoso site de classificados, achei alguns exemplares que aparentemente se encaixavam na lista das minhas exigências, mas para você ver: o primeiro carro tinha diversas marcas na lataria, o dono da loja o usava todos os dias para buscar os filhos na escola – e detalhe importante, o carro sequer era dele, estava consignado! O segundo Civic que fui ver dava uns estalos absurdos no câmbio durante as trocas de marcha. E assim foi, carro após carro.
Num belo dia, meu pai me ligou e disse ” acho que encontrei o seu Si perfeito” – em uma concessionária Ford! Fomos pessoalmente conferir o menino. Olhei para o Honda e ele estava mesmo em perfeito estado, tanto mecanicamente quanto visualmente. Depois de dirigi-lo, não teve jeito: fechei negócio no mesmo dia.
Até eu poder buscá-lo foram alguns dias de ansiedade. E no dia em que o trouxe para casa, não resisti: saí de madrugada para dar umas voltas e sentir o I-Vtec entrando em ação pra valer. Levei o motor até os 8.500 rpm, e depois disso, meu mundo nunca mais foi o mesmo. Para mim, não existe algo mais legal que um aspirado forte gritando muito.
Si na garagem de casa, Lancer com a placa do DeLorean do “De volta para o futuro”
Entre aquela época e hoje, fiz alguns upgrades no Civic e planejo ir além. No próximo post vou detalhar o que já fiz e o que farei – no vídeo acima, pegue uma carona comigo no Hot Lap Limeira!
Por Vitor Martins, Project Cars #49