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Project Cars Project Cars #414

BMW 325i Coupé de Track Day: os últimos acertos antes da triste despedida do PC #414

Salve, salve, amigos Flatouters! Hoje venho para contar a final, e infeliz, parte 5 do nosso PC #414. Caso tenham se perdido no mundo, seguem aqui os links para as partes 1, 2, 3 e 4.

 

Banho de loja

Pois bem, terminamos o último post falando sobre o Track Day BimmerBrazil de 2016, que foi lindo, maravilhoso e tudo de bom, mas me deixou desanimado com uma coisa. Meu carro estava muito desleixado, tanto internamente, quanto externamente.

Dado este fato, tracei que precisava cuidar, primeiramente, da interna do carro. Para tanto, levei à RC Courotec, de Londrina, onde o pessoal, de forma muito profissional e célere, realizou a troca do tecido e coloração do esquema de forro de teto do carro, passando do original “pano” claro para um superSuede escuro, que delineou as colunas “A” e “C”, além do forro do teto solar.

Couro Teto

Na mesma pedida, realizei a tão esperada revitalização dos forros de porta, desmontando-os e procurando uma forma de prendê-los, definitivamente, às portas, para não ter mais surpresas desagradáveis, como o forro saindo nas mãos.

Continuando a sessão gastos, o vendedor me ofereceu para realizar a troca do couro dos bancos, mas como havia a idéia de trocá-los por conchas, recusei. Porém haviam costuras soltas, e um rasgo imenso no descanso de braço, pedi para reparar tais peças, saindo a um custo bem menor, mesmo que a tonalidade tenha ficado ligeiramente diferente.

Couro Encosto

Por fim, mas não em mesma época, estava eu em um dia desanimado, e lembrei que a mesma empresa encapava volantes em apenas 2 horas de serviço. Liguei na loja, vieram buscar o volante da Viúva Negra e conforme prazo inicial, trouxeram o volante como eu queria. Em couro invertido, com marca “12 horas” em vermelho, e costura tricolor M. Um luxo!

Volante 1

 

Mais rodas para a conta

Um dia, navegando pelo Facebook, encontrei num grupo de rodas especiais as famigeradas, desejadas e difíceis rodas Originais da Stock Light, em medidas 18”X10”, et4, feitas pela Binno Alujet. Claro que as arrematei pelo valor pedido e, chegando, enviei-as ao Júnior, da JR Rodas, para realizar a refuração delas para 5×120, e abertura do CB para 72,6mm (padrão BMW). Depois de algumas semanas, ficaram prontas, e coloquei-as no carro para teste.

Mas o caixa não poderia ficar desfalcado. Anunciei meu jogo de rodas 17”, que se encontravam no carro, com pneus e tudo, e um membro do grupo arrematou-as. Para não estacionar o carro por tempo indeterminado, solicitei ao dono da Guaporé Pneus, Rodrigo, para que emprestasse um jogo de rodas 15” que haviam jogadas em seu estoque, originais BMW, e peguei um jogo de pneus “carniça” de seu estoque, para recobri-las.

Rodas Mini

Auxiliaram-me muito por um negro período, onde investimentos no carro estavam fora de questão, e desgastes de itens estavam acontecendo com certa frequência, e que serão tratados no próximo título.

 

A onda negra

Rodas pequenas, pneus pequenos e carecas, tração traseira, cambio manual. Qual o resultado desta conta? POWERSLIDES! Sim, tantos que gastei minha embreagem inteira nesta brincadeira.

Para tanto, parei e realizei a troca do disco de embreagem por um recondicionado, com lona HD, e reconstrução do volante de embreagem, bimassa, deixando a criança macia como manteiga. Mas sou um cara azarado, e em menos de um mês a Viúva parou novamente, pelo mesmo motivo. Fiquei brabo com o assunto, uma vez que não havia forçado o carro, e fui prontamente reclamar. Após desmontar o sistema, descobrimos que ambos os cilindros de embreagem estavam estourados, acontecendo assim o que mais temia, parar o carro.

Passei nesse desânimo cerca de um mês e meio, inclusive anunciando a menina, mas levantei a cabeça, aproveitei um negócio realizado e decidi levantar ela novamente. Abandonei de uma vez por todas a idéia dela larga e com aspecto Race, e comprei um jogo de leves rodas Style48 (16”x7”, et20) para calçar a criança; Recobrindo elas, um jogo de Yokohamas S.Drive 225/50 16”; Para a lataria, um novo para-lama direito, para substituir aquele comido pelas rodas 18” e suspensão macia; na parte mecânica, cilindros de embreagem novos e sensor MAF 0km. Cada caixa que chegava, uma alegria em minha vida.

Fomos montar tudo. Rodas e pneus deram um aspecto largo e baixo para o carro, mas ainda não estavam “malvadas” o bastante. Assim, comprei outro jogo de rodas 16” e mandei alarga-las para talas 8” e 8,5”. Uma vez que iria fazer isso, já aproveitei para pintá-las numa cor personalizada. Um preto pigmentado, mas não tirado de um catálogo. O resultado final ficou matador!

Rodas Pretas 3 Rodas Pretas 1

O Sensor MAF foi trocado em questão de segundos, e depois do carro funcionando, a diferença foi sensível. O carro se tornou mais dócil, mesmo quando frio, mais forte nas puxadas e muito mais econômico. O carro, em ciclo urbano, fazia quase 9km/L, e em estrada, marquei uma média de 12.5km/L no trecho Londrina/Curitiba/Londrina.

Já os cilindros de embreagem foram rápidos para troca, mas foram amargos para mim. Quando instalados, na fase de drenagem do sistema, o auxiliar quebrava o atuador. Foram trocados duas vezes, por garantia, e todos tinham o mesmo sistema. Fora necessário sacar a caixa de câmbio, trocar, novamente, o kit embreagem por um novo, da MecArm (R$560,00) e, aí sim, colocar o novo cilindro, sangrando o sistema e devolvendo a jóia de volta à vida.

Lateral 3

Para terminar, a primeira peça que comprei foi a última a chegar. O para-lama dianteiro direito. Deste, após chegar foi encostado o carro para pintura dos dois para-lamas, uma vez que a pintura do esquerdo também estava “abrindo”, tirando, de uma vez por todas, o aspecto de desleixado que ousava pairar a Viúva.

 

Mimos finais

Demorei para escrever esta parte final por um bom motivo. Em visitas pela internet, criei coragem e comprei o jogo de frisos largos do Kit M Technik, para as laterais do carro, que custaram US$92,00, e um aerofólio em fibra de vidro réplica da M3 LTW/GTR, divisão mais extrema e de baixo peso dos esportivos da marca bávara.

LTW model

Depois de cerca de 20dd, eles chegaram. Os frisos foram instalados assim que chegaram, dando o ar de M que faltava à obra de arte.

Asa LTW

O aerofólio, mandado à pintura, para realizar o acerto dos moldes da peça e ser recoberto pelo Schwarz II, cor que recobria nossa viúva negra. Era a masterpiece do projeto “parte I”, a cereja que decoraria aquele bolo metálico de alegria e luta. Mas ele não chegou a ser instalado…

 

O inacreditável desfecho

Fiz inscrição para o Track Day de Cascavel, a 14ª edição do Track Day dos Amigos, que ocorrerá dia 09 de julho. Fiz inscrição para o Track Day In, em Curitiba, que ocorreu no fim de semana último (11 de junho). E se não fosse o suficiente, apareceu a oportunidade de andar no track day de Londrina, no dia 04 de junho, apenas no período da tarde, por um valor atraente.

As contas estavam apertadas, mas me dei este presente. Completar a tríade estadual em um prazo de um mês, com setup pronto e carro liso, era um sonho.

Mandei o carro para realizar a troca de óleo e filtro do motor na sexta anterior ao primeiro evento, dei um belo banho na bonita, e aguardei ansiosamente aquele primeiro fim de semada de aceleros. Na primeira entrada na pista, já marquei o meu melhor tempo do último track day (1:38)! O dia prometia. Coloquei na cabeça a meta inicial de 1:34, pois sabia do potencial do carro. Como fui com meio tanque, aproveitei as primeiras voltas para me ambientar, e levar os “zequinhas” para uma volta. A cada volta, um tempo menor.

Já no meio da tarde, minha noiva informou-me que iria embora, uma vez que nossa neném estava um tanto quanto inquieta, mas pediu uma última volta. “A” última volta. A última volta antes de virar o tempo, chegar na meta, de ver minha esposa ir embora. Era algo despretensioso, mas se transformou num desastre.

Aqueci o carro na primeira volta, para tudo estar devidamente preparado para um passeio rápido, e abri a volta. Abri a volta, passei a reta principal, dos boxes, com todos os amigos vendo. A mulher, extasiada, como sempre foi a cada acompanhamento na pista. Passei terceira assim que subi a curva da vitória, passei a quarta no meio das retas. Cheguei ao fim do trecho a cerca de 180km/h, como de costume. Passei a placa de 100m, como de costume. Pisei forte no freio, mas ele endureceu. Soltei-o rapidamente, e pisei novamente. Ele afundou. Bombei como se não houvesse amanhã, mas não o recuperei. Mirei onde menos nos machucaria, e avisei. “Vai bater”…

Hoje estamos nos recuperando. Minha esposa passou com sucesso por uma cirurgia grande. Eu, mais do que nunca, estou cuidando dela, para que a recuperação seja a mais breve possível. A Viúva Negra, bem, esta está sendo vendida por peças.

Sempre quis saber quando seria meu fim nas pistas. Infelizmente, descobri que foi muito cedo. Não por medo de me machucar, não por medo de perder um carro. Mas por saber que não consigo viver com a culpa de minha esposa levar essa marca para sempre. Foi um acidente, mas o suficiente para parar.

Por Luiz Fernando Lopes, Project Cars #414

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