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Car Culture

Carros que mudaram o mundo #19: Citroën DS

Era 5 de outubro de 1955. No Grand Palais, em Paris, o Salão do Automóvel fervilhava de gente — um ritual francês que misturava entusiasmo mecânico e orgulho nacional. O país ainda cicatrizava as feridas da Segunda Guerra e tentava reencontrar seu lugar no novo mapa do mundo. A Citroën, por sua vez, estava prestes a apresentar algo que não era apenas um carro, mas uma promessa de futuro. Quando o manto foi retirado do protótipo prateado e suas linhas pareciam flutuar sob as luzes do salão, o silêncio foi seguido por uma avalanche: 743 pedidos em quinze minutos. Doze mil ao final do dia. O nome era DS — letras que, em francês, soavam como “déesse”, ou deusa. E pela primeira vez na história do automóvel, talvez esse termo não fosse exagero. Não era apenas a forma, nem só a tecnologia, nem apenas o contexto. O Citroën DS era uma conjunção rara de forma, função e significado. Um objeto criado para reencantar o automóvel, e — como se diria mais tarde — uma máquina para reenc