— voce viu como ele me tratou comprei duas ferrari mas faço 52 tratores por dia quem ele pensa que e se eu quiser faço um carro annita sua esposa que administrava a produçao de tratores e o caixa da fabrica tentou acalmar os animos — ferruccio deixa disso foi so um dia ruim nao foi foi o inicio de uma historia extraordinaria ferruccio tinha o habito de sair no fim da tarde para disputar corridas informais entre bolonha e florença com sua ferrari 250 gt coupe 1958 nao era nada organizado — os amigos se encontravam na estrada combinavam o desafio e quem perdesse pagava o cafe simples assim so que em uma dessas tardes a embreagem da ferrari se rendeu ferruccio estranhou afinal era uma ferrari como a embreagem dela podia quebrar daquele jeito foi para casa pegou uma das embreagens usadas em seus tratores e a instalou no carro funcionou perfeitamente isso o fez pensar sera que a ferrari tinha um problema de projeto sera que todos os carros da marca sofriam com aquele problema como alguem que admirava genuinamente o trabalho de enzo ferrari ele decidiu fazer uma visita amigavel a maranello a intençao era boa compartilhar a descoberta e sugerir a melhoria a recepçao foi a pior possivel enzo ouviu a historia e explodiu disse que ferruccio podia ate saber dirigir tratores mas nao tinha a menor noçao de como pilotar um esportivo de verdade que ele deveria voltar para seus tratores e deixar os carros de corrida para quem entendia do assunto pronto guerra declarada ferruccio nao era de perder tempo fez as contas naquela mesma noite usaria o orçamento de propaganda de seus tratores para construir a linha de produçao dos carros se tudo desse certo o negocio causaria tanto barulho que a publicidade espontanea compensaria a ausencia de anuncios era estrategia arriscada mas brilhante os bancos recusaram financiar a equipe tentou convence lo de que era loucura mas o homem era teimoso como bem como um touro sua logica era simples se o carro fosse bom para ele seria bom para outros entusiastas e pronto dois dias depois do confronto com enzo ferruccio ja estava em reunioes com dois dos melhores engenheiros da italia giotto bizzarrini e gian paolo dallara bizzarrini tinha acabado de sair da ferrari depois da famosa demissao em massa de 1962 quando enzo demitiu praticamente todos os seus melhores gerentes de uma vez era o cara perfeito — conhecia profundamente a engenharia da ferrari e tinha motivos pessoais para querer superar o antigo patrao https //flatout com br/como uma disputa entre funcionarios e a esposa de enzo quase matou a ferrari/ a reuniao com ferruccio foi clara e objetiva ele nao queria motor de formula 1 nao queria tecnologia de competiçao pura queria um v12 de pelo menos 3 5 litros que fizesse uns 350 cavalos um motor para gran turismo nao para pista mas o contrato tinha uma clausula genial para cada 10 cv acima ou abaixo da meta o pagamento seria ajustado proporcionalmente quanto melhor o motor mais bizzarrini ganharia um belo incentivo e o que bizzarrini entregou foi na pratica um motor de competiçao fingindo ser civilizado um v12 a 60 graus construçao em aluminio camisas de cilindro em ferro fundido e o detalhe matador duplo comando de valvulas em cada cabeçote — quando ferrari ainda usava comando simples na maioria dos carros de rua e ele ainda deixou um espaço generoso entre os cilindros para aumentar o deslocamento se desejado futuramente as valvulas eram enormes para a epoca posicionadas em angulo tao amplo que nao sobrou espaço no vale do v para a admissao convencional soluçao bizzarrini copiou a maserati de competiçao e colocou a admissao por cima no meio dos dois comandos alem disso ele tinha carter seco virabrequim usinado a partir de um bloco maciço pistoes forjados bielas de aço forjado era claramente um motor de corrida com seis carburadores weber duplos o primeiro teste foi estratosferico 358 cv a quase 10 000 rpm e bizzarrini ainda tinha outro jogo de webers maiores esperando chegar em 400 cv a 11 000 rpm — aumentando seu bonus em cinco vezes deveria ser um momento de celebraçao mas virou uma confusao epica ferruccio olhou aqueles numeros e ficou furioso ele nao havia pedido um motor de corrida bizzarrini contudo pegou o contrato mostrou que havia cumprido o combinado e exigiu o pagamento gian paolo dallara testemunhou tudo e achou que os dois iam trocar socos ferruccio mandou parar o teste imediatamente bizzarrini pegou seus documentos e foi embora so receberia o valor completo anos depois por meio de uma açao judicial por muito tempo a historia oficial da lamborghini apagou bizzarrini da narrativa mas a verdade e inegavel sem aquele v12 absurdo nada do que viria depois existiria era a fundaçao sobre a qual tudo seria construido dallara e o 350gt e foi nesse momento turbulento que bizzarrini impulsivamente fez uma recomendaçao que mudaria tudo sugeriu que ferruccio contratasse dallara para cuidar dos trabalhos futuros dallara tinha vindo da maserati querendo trabalhar com corridas sua primeira pergunta ao ser contratado foi voces vao competir ferruccio disse que sim e dallara ate foi assistir as 24 horas de le mans porque o plano era colocar os lamborghini nas pistas mas assim que começou a trabalhar percebeu que tinha tanto serviço que as corridas ficariam para depois um depois que na verdade significava nunca logo dallara ganhou a companhia de outro jovem engenheiro paolo stanzani que entrou como um aprendiz stanzani contou depois que seu primeiro dia nao foi facil — ferruccio apareceu sem avisar exigindo coisas e o jovem ficou sem saber se haveria um segundo dia seu professor o incentivou a voltar e foi no segundo dia mais tranquilo trabalhando com dallara que descobriu que poderia fazer algo especial ali a primeira tarefa foi transformar aquele motor de corrida em algo utilizavel para as ruas stanzani foi o encarregado do desafio o conjunto mecanico embora derivado do projeto original de bizzarrini recebeu tantas modificaçoes que na pratica era outro bem diferente — o bloco foi modificado os comandos foram reprojetados o distribuidor foi substituido e todo o conjunto de transmissao e embreagem foi alterado stanzani e o 350 gt o prototipo 350 gtv com design de franco scaglione ficou pronto mas nao agradou completamente ferruccio era impressionante mas ele queria algo diferente um gra turismo que equilibrasse desempenho e confiabilidade para uso diario nao uma maquina de pista com concessoes para uso civil a filosofia estava clara desde o inicio essa visao cristalizou se no 350 gt desenvolvido sob supervisao de dallara e stanzani o v12 foi recalibrado para fornecer potencia de maneira mais linear e consistente o resultado equilibrava desempenho elegancia e praticidade — os elementos fundamentais de um gra turismo a lamborghini se tornava uma fabricante de esportivos ferruccio provava que tambem sabia fazer carros o 350 gt mal se consolidou no mercado quando dallara começou a trabalhar em seu sucessor o 400 gt ele liderava obsessivamente o projeto do chassi tubular calculando e recalculando cada travessa ajustando pontos de ancoragem repetidamente supervisionando a distribuiçao de massa com precisao milimetrica stanzani concentrava se na integraçao mecanica refinando a entrega de potencia ajustando comportamento da transmissao garantindo confiabilidade durante o desenvolvimento a lamborghini contratou um neozelandes maluco de 25 anos com uma historia inacreditavel seu nome era bob wallace e ele trabalhava em equipes de corrida na nova zelandia quando conheceu guerino bertocchi o piloto de testes da maserati que visitava o pais austral bertocchi ficou impressionado quando wallace explicou que tinha resolvido o problema de molas de valvulas dos maserati 250f usando molas de caminhoes chevrolet encontradas em um ferro velho bertocchi sugeriu que wallace para a europa onde teria maior chance de aproveitar seu potencial e pediu para que lhe procurasse em modena wallace entao com 21 anos arrumou as malas pegou sua caixa de ferramentas e foi para a italia chegando la aprendeu a primeira liçao ao lidar com italianos nao confie neles a maserati nao tinha vaga alguma e bertocchi sequer o atendeu ele acabou trabalhando em outras duas equipes a camoradi e a scuderia serenissima onde conheceu giotto bizzarrini um dia soube que a lamborghini tinha uma vaga e se mandou para sant agata bolognese como todo mecanico iniciante ele começou como um faz tudo mas logo os colegas perceberam a sensibilidade de wallace para acertar o carro alem de uma grande habilidade ao volante foi promovido a piloto de testes e acordava as 5h30 para pegar os prototipos e rodar pelas estradas vazias alguns dias dirigia a 250 km/h ate roma ou napoles outros dias subia as estradas sinuosas nas montanhas voltava a tarde sentava com dallara e stanzani discutia o que precisava mudar eles implementavam as modificaçoes no dia seguinte e o ciclo recomeçava enquanto o desenvolvimento do 400 gt avançava dallara e stanzani começaram a brincar com uma ideia ja rejeitada por ferruccio motor central traseiro colocar o motor de lado criava um efeito em cascata a rotaçao do virabrequim precisava ser invertida do sentido horario tradicional para anti horario com isso cada acessorio projetado para a rotaçao convencional — distribuidores bombas de oleo e agua transmissao — precisava ser reprojetado ou invertido stanzani enfrentou seus proprios problemas a embreagem multidisco seca ideal para corrida nao funcionava bem no transito urbano a embreagem de disco unico maior nao cabia na transmissao cambio a soluçao temporaria foi compartilhar o oleo entre motor e transmissao funcionava mas stanzani sabia que era um improviso e que era problematico o oleo ideal para motor e diferente do oleo ideal para engrenagens e particulas metalicas de desgaste das engrenagens poderiam circular pelo motor o projeto seguia em relativo sigilo ferruccio sabia claro mas observava de longe cetico motor central em carro de produçao parecia arriscado demais caro demais complicado demais as reunioes eram tensas dallara e stanzani defendiam o projeto com unhas e dentes ferruccio jogava agua fria perguntando sobre custos confiabilidade e manutençao essa tensao paradoxalmente funcionava forçava todos a refinar ideias antecipar problemas e resolve los antes de virarem crise o momento virada veio quando pararam de falar e começaram a mostrar dallara construiu prototipos do chassi provando que a rigidez estava la que a suspensao funcionava que o motor central nao comprometia nada stanzani mostrou simulaçoes do v12 integrado numeros que comprovavam a viabilidade wallace trouxe milhares de quilometros de testes reais ferruccio nao era homem de confiar so em planilhas precisava sentir e conforme os prototipos melhoravam conforme os testes acumulavam quilometros a confiança crescia ate que finalmente ferruccio deu sinal verde em novembro de 1965 num movimento ousado a lamborghini levou o chassi ao salao de turim so a estrutura mecanica sem carroceria era demonstraçao de confiança olhem o que criamos olhem essa arquitetura revolucionaria e funcionou nuccio bertone viu aquele chassi e ficou hipnotizado aproximou se de ferruccio e disse que adoraria vestir aquela que chamou de a peça mais bonita do show fecharam o acordo ali mesmo o chassi no salao de turim dias depois dallara stanzani e ferruccio visitaram a sede da bertone em grugliasco com modelo em escala real do chassi o jovem designer marcello gandini de 27 anos recebeu a missao — e o prazo 20 dias para criar a carroceria completa gandini sempre teve visao curiosa sobre o proprio trabalho nao se via como designer puro — queria ser engenheiro trabalhar com mecanica nao so com estetica so virou designer porque pagava melhor por isso tinha sentimento ambivalente sobre o miura era projeto mecanico de outros que ele apenas vestiu ainda assim reconhecia ter tido sorte absurda a configuraçao mecanica original do miura condicionou sua forma o resultado nao era copia de nada quando os engenheiros da lamborghini foram ver o primeiro rascunho de gandini — vistas frontal e traseira e um esboço em preto e branco do arranjo de proporçoes — todos concordaram que a versao final deveria permanecer exatamente como estava porque o design era perfeito um problema surgiu durante os testes contudo a janela traseira em plexiglass embaçava rapidamente por causa de vapores de oleo matando a visibilidade wallace tentou resolver fazendo buracos com serra copo nao funcionou numa visita a bertone para discutir o problema gandini teve a ideia que acabou no carro de produçao venezianas elas cobriam o motor e como eram abertas mantinham a visibilidade com um touro no capo e uma potencia inigualavel o carro foi batizado miura em referencia a raça de touros de combate criados na ganaderia de don eduardo miura — dando inicio a uma tradiçao que persiste ate hoje a lamborghini tinha uma tradiçao sempre que um carro novo ficava pronto stanzani tinha que ser o primeiro a dirigi lo pela fabrica apresentando o aos funcionarios wallace ou ferruccioiam de carona era um ritual sagrado caso nao fosse realizado o carro era considerado amaldiçoado e fadado ao fracasso quando stanzani fez isso com o miura a reaçao foi diferente de tudo que tinham visto antes o espanto no rosto das pessoas era claramente visivel o que me impressionou desde o inicio foi o efeito piloto de estar sentado tao baixo e o som fantastico vindo da traseira diria ele mais tarde em março de 1966 apenas quatro meses depois de turim o carro estava pronto para o salao de genebra a apresentaçao oficial fez do carro um sucesso imediato o arranjo de motor central traseiro transversal era inedito em um carro de rua produzido em serie os jornalistas elogiaram a aceleraçao e o comportamento do carro enquanto os engenheiros coletavam dados para ajustes finais mas foi em monte carlo que o miura realmente causou wallace dirigiu o primeiro prototipo ate o principado para o gp de monaco de 1966 john frankenheimer estava filmando grand prix na cidade que fervilhava de celebridades e jornalistas o miura simplesmente estacionado na frente do cassino virou uma atraçao instantanea mas quando ferruccio aparecia ligava o carro e pisava fundo no acelerador o barulho do v12 ecoando entre os predios o publico ia ao delirio colin chapman e jim clark visitaram a fabrica para ver o carro de perto dallara refletiu sobre aquele momento ate entao estavamos um degrau abaixo da ferrari a partir do miura ferruccio lamborghini foi aceito como fabricante de automoveis ate mesmo pelos concorrentes e seus carros eram vistos como os mais avançados tecnologicamente a beleza do miura ajudou em suas vendas e isso nos ajudou a sermos perdoados por alguma deficiencia de qualidade e eles existiam a equipe toda era muito jovem e pouco experiente dallara com 27 anos era um dos mais velhos e tinha cinco anos no mercado os carros nunca foram validados por longos quilometros como as grandes fabricantes fazem o carro ficava pronto era testado nos arredores da fabrica e vendido na viagem para o gp de monaco por exemplo wallace e o engenheiro de testes roberto frignani levaram um conjunto completo de embreagem porque nao tinham certeza se o carro duraria a viagem toda o motor ainda tinha rotaçao no sentido horario e estava mal acertado mas foi impossivel resistir a tentaçao de mostrar ao mundo o que aquela equipe de jovens engenheiros era capaz de fazer e depois veio the italian job em 1969 a cena de abertura com rossano brazzi dirigindo um miura laranja pela estrada gran san bernardo nos alpes ao som de on days like these imortalizou o carro no cinema amarrou para sempre o miura a imagem de sofisticaçao italiana velocidade absurda e estilo inatingivel era exatamente o que ferruccio tinha planejado publicidade espontanea que compensava a ausencia de campanhas pagas — aquelas que ele deixou de fazer para fabricar carros https //www youtube com/watch v=cgjuvorxv68 e sobre competiçao ferruccio sempre teve duas respostas a oficial proteçao paternal seu filho tonino tinha 16 anos e ambiente de corrida poderia atrai lo perigosamente por isso incluiu no estatuto proibiçao de participaçao em competiçoes a real pragmatismo comercial puro o miura ja era famoso demais o que ganhariam correndo se ganhassem ok mas e se perdessem para ferrari o dano a imagem poderia ser irreversivel e todo aquele dinheiro investido poderia ter efeito inverso era decisao empresarial brilhante disfarçada de preocupaçao de pai o miura inicialmente tinha seus problemas como dallara e stanzani reconheciam o chassi era muito leve e pouco resistente a torçao havia tambem problemas de arrefecimento no transito urbano porque os radiadores e ventiladores da epoca que puderam ser usados no design do carro nao eram tao eficientes e o grande erro que ambos concordavam rodas do mesmo tamanho na dianteira e traseira pensaram em colocar maiores atras mas desistiram arrependeram se depois curiosamente dallara e stanzani lembravam diferente de certos detalhes tecnicos dallara achava que inverter a rotaçao do motor foi o mais dificil e que o oleo compartilhado funcionava bem stanzani achava que a rotaçao foi tranquila e que o oleo compartilhado era erro que precisava ser corrigido em 1969 dallara deixou a lamborghini a razao tinha a ver com personalidade e prioridades ferruccio refletiu sobre seus dois engenheiros principais se eu tivesse que escolher diria que dallara era incansavel e extraordinariamente brilhante mas completamente alheio ao aspecto comercial o fato de um virabrequim exigir um dia de trabalho na forja nao o incomodava nem um pouco stanzani por outro lado tambem era grande engenheiro mas um que se preocupava com os centavos sempre cortava custos com extrema maestria stanzani foi promovido a diretor tecnico e essa diferença de perfil foi decisiva dallara partiu para a de tomaso onde criaria o pantera mas ambos deixaram marcas permanentes no miura o p400s de 1968 1971 trouxe refinamentos na suspensao e freios mudanças sutis na carroceria para melhorar dirigibilidade era basicamente o p400 amadurecido com problemas iniciais corrigidos as venezianas traseiras ja eram marca registrada consolidada mas foi o p400sv de 1971 1973 que finalmente realizou a visao completa do carro no comando do projeto stanzani finalmente pode corrigir tudo que o incomodava desde o inicio pneus traseiros bem mais largos exigindo para lamas alargados — finalmente dando ao carro a proporçao que gandini sempre quis chassi reforçado em pontos estrategicos suspensao completamente revisada e crucialmente sistemas de lubrificaçao separados para motor e transmissao acabando com o problema que stanzani sempre detestou o motor subiu para 385 cv a 7 850 rpm contra 370 cv do s discos ventilados viraram padrao o chassi ganhou rigidez adicional para lidar com a potencia extra sem comprometer conforto era o miura definitivo em seu auge mas enquanto o sv era desenvolvido algo ainda mais radical acontecia nas horas vagas mais uma vez wallace tinha conquistado confiança total de ferruccio tanto que quando pediu autorizaçao via stanzani para criar um prototipo especial ferruccio simplesmente acenou com a mao deixe bobby fazer o que quiser o resultado foi o jota um miura de corrida disfarçado de projeto experimental wallace e stanzani trabalharam nele fora do expediente fizeram uma carroceria de aluminio e removeram tudo o que nao era essencial o carro terminou pesando apenas 900 kg contra os 1 300 kg do miura de produçao o v12 foi especialmente preparado e wallace dizia que o carro era capaz de 300 km/h reais em 1970 o conta giros marcava ate 10 000 rpm posicionado para que as rotaçoes maximas ficassem na vertical direto na linha de visao o velocimetro marcava 320 km/h os funcionarios da fabrica contavam decadas depois que dava para ouvir o jota a um quilometro de distancia quando wallace ligava aquele carro dentro da fabrica o chao tremia as janelas vibravam era impossivel ignorar aquela altura contudo o countach ja estava em desenvolvimento o miura foi encerrado em 1973 — nao por falta de demanda ou problemas tecnicos mas por legislaçao ferruccio explicou em 1984 o declinio prematuro foi causado pela legislaçao americana em 1970 quando as primeiras leis antipoluiçao foram aprovadas nos estados unidos percebemos que o pobre miura estava condenado a morte haviamos pensado no problema sob todos os pontos de vista possiveis mas finalmente tivemos que admitir que era impossivel abrigar aquele dispositivo diabolico conhecido como conversor catalitico e o monte de outros acessorios americanos necessarios no espaço limitado sob o capo do miura o plano inicial era vender 50 unidades quando a produçao foi encerrada 764 miuras tinham saido de sant agata bolognese e o mais impressionante clientes pagavam a vista e esperavam um ano para receber o carro em 1984 perguntaram a ferruccio qual era seu carro ideal ele respondeu com uma palavra miura e continuou a carreira desta extraordinaria berlinetta nunca deveria ter terminado ainda sinto falta do miura nenhum outro carro jamais o igualou o impacto do miura foi revolucionario o conceito de motor central transversal inicialmente visto com ceticismo ate pelo proprio ferruccio tornou se o padrao de fato para supercarros ferrari maserati porsche — todos acabaram adotando o layout reconhecendo implicitamente que aqueles jovens de sant agata estavam certos
SEJA UM MEMBRO DA
FAMÍLIA FLATOUT!

Ao ser um assinante, você ganha acesso irrestrito a um conteúdo verdadeiro e aprofundado. Nada de jornalismo genérico e sensacionalista. Vale a pena? Clique aqui e confira os testemunhos dos assinantes, amostras livres e os benefícios extras que você poderá desfrutar ao ser um FlatOuter!
PARA LER MAIS, CADASTRE-SE OU ASSINE O FLATOUT E TENHA ACESSO LIVRE A TODO CONTEÚDO DO SITE!
JÁ POSSUI CADASTRO OU É ASSINANTE DO FLATOUT?
Este é um conteúdo restrito: pode ser uma matéria só para assinantes, pode ser porque você já atingiu o limite de matérias gratuitas neste mês.