FlatOut!
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Técnica Zero a 300

Catback, piggyback, WHP e mais: o que significam os termos usados em preparação automotiva?

Dizem que nenhum carro sai tão bom da fábrica a ponto de não poder ser melhorado. Quem acredita nisto tende a passar boa parte do tempo lendo sobre carros preparados e modificados (dizem também que o FlatOut é um bom lugar para fazer isto…) e, muitas vezes, você pode topar com algum termo que não conhece, ou que acha que conhece, mas não entende direito o significado.

Para te ajudar nesta, decidimos começar um glossário com alguns termos relacionados a técnicas mais modernas de preparação. Todo mundo sabe  que é “turbinado”, “aspirado” ou “supercharged”. Nós selecionamos alguns termos menos comuns e mais específicos. Se você lembrar de mais algun(s), não e acanhe e deixe registrado na caixa de comentários!

 

Downpipe

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Tecnicamente, chama-se downpipe toda a tubulação necessária para levar os gases do coletor de escape até o catalisador (ou, se você for mais rebelde, até a saída de escape). No entanto, para carros turbinados, convencionou-se chamar de downpipe a tubulação que vem logo após o turbocompressor, incluindo o catalisador. Ao se “fazer o downpipe” de um carro turbo, está-se instalando dutos menos restritivos, com novo desenho, conexões de melhor qualidade e material mais leve e de melhor condutividade térmica, por exemplo.

 

Catback

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Novamente, o termo se refere a uma parte do sistema de escape – tudo o que vem do catalisador para trás (cat-back, saca?), até a saída de escape. Na terminologia da preparação, catback é um kit aftermarket de dutos para serem instalados depois do catalisador que, independentemente da aspiração do motor (natural ou com indução forçada), geralmente consiste em dutos de maior diâmetro, material de melhor qualidade e abafador menos restritivo que, de quebra, produz um ronco mais grave e rouco.

 

Piggyback

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Apesar do sufixo igual, um piggyback não tem nada a ver com um catback. O piggyback é o mais perto que se chega de “hackear” um carro equipado com um sistema moderno de injeção.

Trata-se de um dispositivo que, ao ser instalado, pode alterar os sinais enviados pelos sensores do carro para a central eletrônica, e também da central para sensores e atuadores.

Com isto, é possível alterar praticamente tudo o que diz respeito do funcionamento do motor que seja definido eletronicamente, como ponto de ignição, lag do acelerador, válvula de controle de pressão do turbo/supercharger, e também eliminar luzes de erro, cortes de ignição e até possíveis falhas do motor que aparecem por causa destas alterações. É um dos equipamentos eletrônicos mais versáteis que podem ser empregados em uma preparação moderna.

 

Remap

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Remap é uma abreviação de remapping, ou “remapeamento”. Diferentemente da instalação e programação do piggyback, que altera os sinais eletrônicos empregados pela ECU para definir os parâmetros de funcionamento dentro dos limites definidos pelo fabricante, o remapeamento de um módulo eletrônico do motor altera, de fato, seus parâmetros de funcionamento, em um trabalho que pode ser mais delicado e complexo que a programação de um piggyback.

 

Biturbo

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Popularmente, todo carro com dois turbocompressores é chamado de “biturbo”, independente do modo de atuação. Em inglês o modo de atuação (biturbo paralelo ou sequencial) é diferenciado pelos termos “biturbo”, “twin turbo” ou “sequential turbo”. Em português simplificamos tudo como “biturbo”. As diferenças? Já explicamos aqui, mas veremos novamente a seguir.

Twin turbo

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Tem gente que não sabe brincar…

Em inglês, chama-se de twin-turbo um motor com dois turbocompressores atuando de forma paralela, cada um alimentado por metade dos cilindros (em um motor em V, cada bancada alimenta uma turbina). Normalmente estes dois turbos são idênticos, ou “gêmeos” (twin, em inglês). Em um sistema sequencial, normalmente estes dois turbos têm tamanhos diferentes: o turbo menor, que “enche” mais rápido, trabalha em baixas rotações, e o turbo maior só atinge a pressão de trabalho em rotações mais altas. Deste modo, diminui-se o turbo lag, que seria justamente o período em que o motor trabalha com menor rendimento até a turbina “encher”. Este termo é pouco utilizado no Brasil.

 

Twin scroll

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O twin-scroll ajuda a confundir ainda mais as coisas. Apesar do nome, um sistema twin-scroll consiste em apenas um turbo. O twin se refere ao fluxo dos gases de escape, que é dividido em dois canais na voluta do turbocompressor. Com isto, acelera-se a pressurização do turbo e o lag é reduzido. No Brasil, este tipo de turbo é chamado de turbo pulsativo — pois uma voluta recebe os gases dos cilindros pares, e outra pelos cilindros ímpares. O turbo comum é chamado turbo monofluxo.

 

Turbo Roletado

Normalmente a haste onde repousam as hélices do caracol fica apoiada sobre um mancal simples. Um turbo roletado traz, como o nome sugere, rolamentos onde esta haste se apoia e, consequentemente, consegue girar mais rápido e por mais tempo, o que afeta diretamente a eficácia do turbocompressor.

 

Boost

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Em sua definição mais básica, boost é pressão de trabalho do sistema de indução forçada, seja ele um turbocompressor ou supercharger. Em ambos os casos, o boost é medido em bar ou kPa no sistema métrico, ou em psi (pounds per square inch, libras por polegada quadrada) no sistema imperial, sendo que um 1 bar é igual a 14,5 psi, aproximadamente.

 

WHP

WHP é a abreviação de wheel horsepower, potência aferida nas rodas pelo dinamômetro depois de todas as perdas mecânicas da transmissão e dos acessórios conectados ao virabrequim. Costuma-se calcular que a potência nas rodas é cerca de 15% menor que a potência do motor, mas este número não é preciso, e pode variar para mais ou para menos dependendo do conjunto mecânico.

 

CAI

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CAI significa cold air intake, que pode ser traduzido como “admissão de ar frio”. Um carro com CAI recebe mais ar frio na câmara de combustão. O ar frio é mais denso que o ar quente, o que significa que há mais ar em no mesmo volume. Com mais ar, há mais oxigênio para queimar, a combustão é eficiente e o motor ganha rendimento, ainda que de forma marginal.

 

Catch tank

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Estas mangueiras levam o combustível do catch tank de volta para o tanque principal

Um catch tank é um tanque de combustível auxiliar que, com a ajuda de uma bomba, mantém-se sempre cheio de combustível, evitando que se formem bolhas de ar no sistema — o que afetaria a alimentação do motor, causando falhas em seu funcionamento.

O catch tank é instalado sempre um pouco mais baixo que o fundo do tanque principal e mais recuado do que o mesmo, a fim de aproveitar a gravidade e a inércia sob aceleração. Esse sistema é muito usado em carros de arrancada, pois permite que se coloque menos combustível no tanque e, com isto, se economize algumas dezenas de quilos em combustível, além de evitar que a bomba principal acabe sugando ar em situações de alta aceleração lateral, que levam o combustível para um dos lados do tanque.

Detalhe: catch tank é um termo brasileiro. Lá fora, usa-se surge tank. Aparentemente algum mecânico um dia misturou a “catch can” de óleo (que recebe vapor de combustível e óleo pulverizado) com o “surge tank” e acabou criando o termo “catch tank” sem querer.

 

Aftercooler

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Acredite: intercooler e aftercooler são a mesma coisa. O intercooler (ou aftercooler) é um radiador secundário usado em carros turbinados, responsável por resfriar o ar que passa pelo turbocompressor antes que ele entre no motor (pois, como comentamos logo acima, o ar frio tem queima mais eficiente). O aftercooler pode ser do tipo ar-ar (air-to-air), que realiza trocas térmicas com o ar que sobra sobre ele, ou do tipo ar-água, que transfere o calor do ar para o líquido de arrefecimento.